𝑃𝑅𝐸𝐶𝐼𝑆𝑂 𝐷𝐸 𝑀𝐴𝐼𝑆 𝑇𝐸𝑀𝑃𝑂 𝑃𝐴𝑅𝐴 𝑇𝐸 𝑂𝐷𝐼𝐴𝑅 (𝑅𝑜𝑡𝑎 1)

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 16

(𝑴𝒐𝒏𝒕𝒔𝒆𝒓𝒓𝒂𝒕 𝑾𝒉𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒎𝒐𝒓𝒆 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)
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Esses últimos dias estão difíceis. Tipo, consegui o que eu sempre quis, mas não sentir nenhuma mudança. Na verdade, até piorei um pouco. Volto para casa sempre com algo inconcluso, como se meu prêmio fosse mais uma montanha de lutas para encarar.

Minha vida parece história de mídia pra vender sorvete.

Me tirando dos meus devaneios, a porta da sala se abre, revelando um Daryl completamente molhado e com sua regata colada em seu abdômen musculoso.
Mesmo chateada com ele, eu não deixo de olhar seus gominhos definidos sobre a camisa.

___ Você me deu um banho lá fora, que saco cara. ___ Ele resmunga.

___ Sai daqui. ___ Digo com dificuldade por conta do choro.

Sua expressão muda, passando de irritado para compreensível.
Ele dar um passo a frente, mas para instintivamente.

___ Montserrat, eu... Eu não queria te fazer chorar. Nossa... sinto muito.

___ Aposto que não sou a primeira a chorar por causa da sua arrogância.

___ Pelo contrário, nunca fiz ninguém chorar.

Ele se senta ao meu lado, afastado.

Ele parece ter muitas coisas para me dizer, mas opta em ficar calado.

___ Você não me conhece, não sabe da minha história, o motivo deu ter decidido ir embora, não sabe de nada. Você precisa entender que nem todo mundo aceita suas palavras sem graça.

___ Ei, eu não sabia que aquilo que eu disse iria te deixar assim, magoada.

Levanto meu olhar e o encaro.

___ Está vendo? É por isso que não gosto de caras do seu estilo. É só isso que vocês fazem, magoam as pessoas. Fazem elas colecionarem decepções.

Me levanto extasiada e vou até a porta.
Aqui estou eu... fugindo de novo.

O Daryl me segura pelo pulso, de forma gentil, como se pedisse para eu ficar.

___ Dessa vez eu não tenho a garrafa d'água, mas posso te dar um soco.

___ Tenta. ___ Ele desafia.

Ele me encara com insistência, esperando um movimento meu.
Seus olhos verdes me consomem e estou sentido o ar faltar.

Com o juízo que me resta, eu lhe arremeço um soco no peito.
Espero sua reação, mas ele não faz nada.
Isso me fez muito bem.
Lhe arremeço outro, e outro. No último soco, ele segura os meus dois pulsos e me prende contra a parede.

Com a pressão do seu corpo contra o meu, eu encaro seu olhar furioso.

___ Terminou?

___ Não. ___ Digo nervosa.

Uma de suas mãos solta um dos meus pulsos e limpa as últimas lágrimas do meu rosto de forma provocante, rindo da minha cara e posição que me encontro.
Tento empurrá-lo mas ele torna a me prender.

Com a movimentação, meu chapéu ameaça a cair. O Daryl o pega e o ajeita na minha cabeça, sorrindo gentilmente.

Posso sentir sua barriga molhada contra a minha e o cheiro do seu perfume preenche o ambiente fechado.

___ Eu te odeio. ___ Digo baixinho.

Ele sorrir e se aproxima, com o olhar em meus lábios.
Se ele me beijar eu cuspo na cara dele.