Capítulo 9

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Naquela manhã ensolarada, Bonnie, havia acordado bastante disposta a não ir para  aula como deveria ser, mas  sim, sair em missão com Damon rumo ao maldito Arsenal que Enzo citou. Afinal, ela andou fazendo pesquisas em seus grimórios  sobre a tal caçadora de fama aterrorizante, e nada encontrou, mas Nora lhe alertou sobre o perigo que a mulher  representava, ela precisava deixar a espada dessa infeliz, longe do seu alcance, uma vez que ela poderia fugir tranquilamente daquele empório a qualquer momento,  porque conforme  Valarie havia também  lhe dito, o Arsenal  não era tão confiável assim, eles já tentaram prender Rayna algumas vezes e falharam.
Assim que terminou de calçar as  botas, Bonnie saiu do dormitório e entrou no carro do amigo. Bonnie notou que o vampiro de olhar expressivo a olhou com certa estranheza, meio que possessivo demais, e ela decidira ignorar o fato dele esquadrinhá-la daquele jeito, decidira ignorar o que sentia sobre ele, também.
– Então, quer dizer que vamos trabalhar como caçadores de relíquias velhas?– ele disse com um sorriso presunçoso estampado nos lábios, enquanto dava partida no carro.
– Mas ou menos isso.  A espada da Rayna, não é bem um quinquilharia, é um artefato muito poderoso e perigoso, Damon. Se o quê, Nora, me disse for verdade... e eu acredito seja. – ela frisou. –Não é só uma espada que aprisiona almas de vampiros mortos, ela quando usada por Rayna deixa uma marca que liga a vítima para sempre a ela, e é essa marca que faz  alguém ser caçado  até  morte eterna. Beau teve a sua aberta agora, como sinal que Rayna está por perto e vai caçá-lo até que esteja morto.
– Isso não me parece nada legal.– ele fez careta
– E não é. – ela declarou.
– Mas e o Enzo, o que ele tem a ver com isso?– perguntou Damon com ar de desconfiança.
– Parece que esse tal Arsenal é da família dele.
– Desde quando, Enzo, tem família? – disse de sobrancelha em pé.
–Não sei, mas qual o problema dele ter família? Todos têm.
– Não, o Enzo. Ele não tem ninguém, ele é o vampiro  mais solitário que eu conheço. Ele ficou  enjaulado por 70 anos, ninguém deu falta dele, agora ele tem família? Mentira! Ele não tem ninguém. Não lembra que ele  se apaixonou pela Lily, achando que carencia materna se resolvia  transando com a mãe alheia? – Damon debochou em meio a um riso sarcástico.
Ela não achou graça da  fala dele, entendia bem sobre solidão... carência, e odiava sentir-se assim, odiava sentir-se só. E bem, Enzo não era o mais infeliz  dos homens para merecer uma vida tão miserável.
– Bon-Bon, tá tudo bem? – perguntou o moreno preocupado
– Sim, estou. Na verdade, estou ansiosa para chegarmos logo lá, e voltar o mais depressa possível.
Ela desviou os olhos dele fixando-se na janela, queria chegar logo no tal Arsenal, precisava pegar a espada e livrar seus amigos de todas e quaisquer ameaças.
 
 


 


 
Assim que chegaram no prédio de arquitetura velha eles se espantaram com o tamanho do lugar, era um  prédio muito grande, e aparentemente  abandonado, seria fácil entrar lá e pegar a espada, eles julgaram.  
Bonnie e Damon entraram sem cerimônia no lugar, pois não havia ninguém de guarda que lhes impedissem, lá dentro só havia um problema, a espada não estaria obviamente exposta no hall principal.
– Céus! Isso aqui é enorme. – constatou Bonnie.
– Demais.– assentiu Damon estupefato.
 Pela rápida análise que fizeram, eles  constataram  que  teriam que invadir as salas dos muitos andares, o problema era, as portas de acesso. Apesar de parecer um casarão abandonado por fora, seu  interior era bastante tecnológico, as portas por exemplo sua grande maioria  eram travadas e só abriam mediante a leitura de digitais.
Estava tranquilo demais para ser verdade.
– E agora? – Damon encarou  ela em busca de respostas.
– Não sei. – ela disse nervosa.
Foi então que abruptamente uma das portas se abriram e o moreno  que não largava sua jaqueta de couro preta atravessou com uma notória carranca.  Ela odiava sentir seu corpo quente como inferno todas as  vezes que estava diante dele.
– Ora, Ora. Por  que não me avisaram sobre a visita. – os lábios dele curvaram um sorriso presunçoso.  – Teria preparado um chá para recepcionar os visitantes barra intrusos.
– Então esse Arsenal é herança da sua família? Posso dizer que está rico, não precisa mais aplicar golpes em velhinhas indefesas –Damon começou e os olhos de Enzo buscaram os de Bonnie com ira. Ela não sabia que era segredo tal informação. A bruxa deu ombros.
– Engraçadinho...– retrucou Enzo – Pelo visto sua companheira te contou tudo. Que bom! Me poupa as palavras.
– Ah Enzo, qual é,  não ia me contar da novidade? Eu jurava que éramos amigos. Fiquei chateado com essa sua omissão.
– Não foi bem omissão, eu apenas nunca mais te vi, não faço parte do seu ciclo de amizade, se é que um dia  já fiz.
– Não diga isso, cara.
– Damon, chega! Sem  mais gracinhas. O que você e sua bruxa de estimação fazem aqui? – declarou ríspido.
Bonnie odiou ser chamada de “bruxa de estimação” mas antes de retrucá-lo, ela  observou que a porta a qual Enzo atravessou ainda  estava aberta, e ela dava acesso às outras salas, a parte interna do prédio. Essa era a chance dela e Damon invadirem e aprimorarem a busca, mas para isso precisavam se livrar de Enzo.
– Anda, digam o que fazem aqui? Uma visita cordial que não é.  – ele esbravejou
– Viemos pegar algo que é nosso, mas  que você e sua gangue  roubaram.
– A espada é de Rayna Cruz, e está bem resguardada aqui. Agora podem ir.
– Eu e minha companheira – Damon encarou a bruxa que andava sorrateiramente de um lado a outro. – Achamos o contrário.– ele completou
– O que você e sua companheira acham– ele frisou bem palavra como se estivesse ironizando. –  não me interessa.  Vão logo, dêem o fora daqui, agora.  – Enzo tirou uma espécie de rádio chamada, e fez  como quem  ia chamar reforços. Eles precisavam ser ágeis. Era agora o ou nunca, Bonnie buscou algum objeto forte suficiente para atingi-lo e com a força da sua mágica  lançou  uma pequena barra de ferro que o atingiu  pelas costas, próximo a nuca, o vampiro caiu abruptamente  desmaiado no chão, seu coração contraiu no peito ao ver o moreno desacordado diante dos seus pés praticamente,  mas precisava seguir com a missão que lhe levou aquele lugar.
–Bon-bon, você me enche de orgulho – oamigo disse impressionado.
– Vamos logo, Damon. – ela o puxou pelo braço e ambos invadiram o local rumo às salas internas.
 
 
 


 


 
Bonnie e Damon já estavam há alguns minutos na caça à espada.
O local tinha muitas salas e vários andares, eles já estavam no terceiro, e nada da espada, então decidiram se dividir, Bonnie entrou em uma sala e Damon em outra, o que a bruxa não esperava que acontecesse, foi que a sala tivesse  sua porta batida/ lacrada, ela tentou abri-la,  mas como a maldita foi selada só abriria com a leitura da digital de algum funcionário.
 Bonnie quando viu que não adiantava tentar forçá-la, foi até as vitrines em busca do artefato, mas nada encontrou,  buscou nas gavetas e lugares estratégicos e nada. Exausta ele passou a mão pelo rosto suado, precisava sair dali,  mas antes que voltasse a tentar  abrir, um bip do leitor apitou,  ela  correu e se escondeu, se fosse Damon, ela estava salva, porém se não fosse, eles quem  estariam em maus lençóis, ela usaria sua magia para atingi-los.
 Debaixo da mesa Bonnie ergueu os olhos para ver de quem se tratava, se um ou mais homens, então  notou um rapaz de pele alva e cabelos negros, ela correu ao seu encontro e abraçou com força, só quando ele retribuiu com aquelas mãos fortes e corpo estupidamente quente e rígido, notou que ele era um pouquinho maior que Damon e mais atraente  também, pelo menos pra si.
–Enzo...–  ela disse de olhos arregalados. As mãos dele estavam sobre sua cintura e as suas  respirações misturadas, tamanho contanto havia entre eles.
– Oi, amor. –os lábios dele curvaram um sorriso putamente sexy.
Bonnie sentiu-se fraca, queria fugir dali mas também queria aproveitar mais dos dedos grandes dele sobre sua cintura.
Maldito vampiro!
 
 
 

My True Love (Bonenzo) Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora