Capítulo 21

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Oi, amores. Voltei.

Vou logo avisando que cheguei a conclusão que essa fic vai beirar os 50 capítulos, porque preciso dar um enredo digno a Bonenzo. Então paciência comigo, com eles, com o desenrolar da história.

Pode parecer, mas eu não escrevo capítulos pra encher linguiça, todos tem implicitamente a contribuir para eventos futuros. Então se atentem.

Toda merda que está acontecendo é culpa do Enzo xinguem ele, não a mim.

Boa leitura!

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Ela se moveu lentamente, sentia  incômodo por todo corpo, um cansaço desmedido que só se alastrava a medida que tentava se localizar quanto a onde estava, afinal, aquele não era seu colchão, seus olhos se abriram cuidadosamente, ela os sentiam pesados demais, quando enfim ela retomou a consciência se assustou com que via, aquelas paredes brancas, o cheiro de desinfetante e álcool inebriando o ar, no seu pulso uma agulha transferia soro do suporte para sua arteira, suas batidas perderam o compasso.
Como havia ido parar no hospital, se até onde se lembrava estava com Enzo na casa de um jovem xamã? Bonnie esforçou-se bastante para lembrar-se dos acontecimentos que a conduziram até ali, mas infelizmente sua memória lhe traía e ela não conseguia ter acesso a nada, além de alguns lapsos fracos de memória. Ela esfregou os olhos com dificuldade, pois eles ardiam bastante e ela ainda estava sonolenta, a sensação era de que seu corpo pesava o dobro.
Bonnie só queria ir embora dali. Ela ia se alto liberar. Foi então que Caroline atravessou a sala sorrindo amigavelmente.
– Hey, você acordou.– a loira se inclinou até ela, segurou sua mão e alargou o sorriso.
– O que aconteceu? Como vim parar aqui? – os olhos de Bonnie refletiam sua confusão mental, eles não fixavam em lugar algum, vagavam pelas cores monótonas da sala do hospital.
–Calma, está tudo bem. Como se sente?
– Tirando a parte que não sei como vim parar aqui, tirando também o fato de que minhas lembranças não estão bem organizadas, eu estou bem, obrigada.– um sorriso fraco, superficial curvou ligeiramente seus lábios.
– Você não se lembra do que aconteceu?
– Até onde me lembro, eu estava com Enzo na casa de um xamã e acredito que fui picada no trajeto por aquela floresta estranha, ai, em uma casa velha eu tomei uma infusão e apaguei... porque agora estou no hospital?
– Enzo não me deu detalhes, mas ao que tudo indica você foi picada por uma víbora mas o veneno não se alastrou, nem nada. Você está bem, apenas precisou tomar soro, por via das dúvidas. –cautelosamente explicou a loira, sem afastar sua mão que acariciava a da bruxa.
– E cadê ele? – Bonnie engoliu em seco– Cadê o Enzo?
– Ele a deixou aqui, assim que eu cheguei, tipo sem explicação, ele apenas saiu. – um soco em seu estômago doeria muito menos, que o sentimento de abandono que se espalhou pelo peito dela. Mas era o Enzo, o que esperar dele, afinal?
– Na verdade... – uma voz masculina bastante conhecida de Bonnie ecoou por trás de Caroline.
– A pergunta correta é: – ele se aproximava –você está louca Bon-Bon? Ou, por que diabos confiou no Enzo? – Damon a encarou com sua sobrancelha em pé, em uma careta que só ele sabia fazer, unindo ironia e notória chateação. Ela não estava pronta para lidar com a saída repentina de Enzo e a encheção de saco do melhor amigo.
A bruxa respirou fundo.
– Damon dá um tempo– Caroline soltou a mão de Bonnie. Encarou o moreno e segurou-o pelo braço na tentativa de afastá-lo da maca de Bonnie, mas ele obviamente se negou a mover um músculo.
– Me solta loirinha, não estou de bom humor hoje. Acabo de descobrir que Bonnie saiu para caçar uma caçadora com Enzo, alguém que eu já disse, que não é de confiança. Um homem que passa mais de 50 anos enjaulado não é uma pessoa mentalmente equilibrada, ainda mais na Augustine. –ela não sabia com exatidão como funcionava essa tal de Augustine, todavia, só o fato dele ter passado tantos anos lá, era motivo suficiente para entender um pouco do seu jeito estranho de ser.
– Como todo desequilibrado, ele parece que tem uma nova obsessão, fazer tudo que aquela tal Alex manda, porque acredita fielmente que vai descobrir algo da família que nunca se importou com ele...– Damon – Bonnie interrompeu seu monólogo irritante. Ela estava tão perturbada, odiava hospitais e ter que ouvir sermão do amigo, só agravava sua vulnerável saúde naquele momento. Foi o auge do seu esgotamento assimilar tudo aquilo.
– Como ia dizendo, Enzo, não é de confiança. E você cunhadinha – seus olhos semicerrados, inquisitoriais, fitaram Caroline.
– Tem grande parcela nisso, caso contrário não me faria de tonto enquanto mandava Bonnie para berlinda com Enzo.
– Ah, Damon, faça-me o favor. – Caroline esbravejou.
– Ela poderia ter morrido.– os olhos dele fixaram-se na bruxa.
–Deixe de exageros Damon. – foi a vez de Bonnie murmurar.
– Agora me digam do que valeu tudo isso? Você arriscar sua vida, Caroline me enganar... se no fim ele conseguiu achar Rayna e nós, não. 
– O que? – os olhos dela soltaram da órbita com tal informação.
– É isso mesmo que ouviram, eles, o Arsenal, capturaram Rayna, ela está novamente sob guarda deles, e nós apenas fomos tapeados.
– Como assim? – a loira indagou.
– Eles pegaram Rayna e a marca do Stefan se fechou...
– O que isso significa?– Caroline se adiantou
– Que ele não está mais sendo caçado.
– Ain meu Deus, ele pode voltar para casa?– os olhos azuis da loira se encheram de lágrimas.
– Não, precisamos matar aquela desgraçada. E vocês vão me ajudar.
– Sério? – Bonnie bufou. Depois dos últimos eventos, traição, mentira e abandono de Enzo, ela só queria no mínimo passar uma semana em Las Vegas, bebendo e conhecendo pessoas legais. Precisava esquecer completamente que era uma bruxa cercada de vampiros egocêntricos.
– Vocês confiaram na pessoa errada. Eu sei como acabar com tudo.
– Do que está falando Damon?– ela massageou as têmporas buscando entender onde afinal, Damon queria chegar.
– Antes de vir para cá, eu fiz do meu jeito, – frisou o moreno e Bonnie lançou-lhe um olhar entediado, sabia bem que do "seu jeito" significativa que fez merdas no processo.
–Damon– ela o repreendeu.
– Relaxa, fiz minhas próprias pesquisas, e cheguei no tal xamã, na verdade ele é filho do xamã que criou a caçadora e segundo o cabeludinho, seu pai morreu e se tornou um 7 eternos, 7 corpos semi-mortos que garantem sete vidas a Rayna.
– Como você extraiu todas essas informações? – Caroline tirou as palavras da boca de Bonnie.
– Ué, não há segredo que resista a umas boas doses de tortura.
– Damon. – Bonnie advertiu o amigo, escandalizada. Já deveria ter se acostumado com o jeito dele, mas isso significava normalizar comportamentos repulsivos.
– Bonbon, não importa o método, a verdade precisa ser extraída, doa em quem doer, ou morrendo quem tiver que morrer....
– Não. – algo lhe dizia que ele havia matado o homem que salvou sua vida. Seu estômago revirou, Bonnie sentiu um bolo como de espinhos, se formar na garganta.
– Sim.
– Você não fez isso.– disse mais para si mesma.
– A verdade tem seu preço, no caso dele, custou sua própria vida.
– Não poderia matá-lo, Damon. Qual o seu problema? Acha que pode sair por aí matando qualquer pessoa para atingir seu objetivo? — os olhos dela ardiam tomados de lágrimas.
– Pensei que já soubesse que quem dita o que posso ou não fazer, sou eu mesmo. – ela o olhava com repúdio. –Eu mandei ficar longe disso, você ficou? Não. Então tem zero moral para me dar conselhos. O importante é que eu descobri que a vida dela tá ligada a dos 7 eternos, os caras que a criaram, eles estão dentro de caixões em alguma das muitas salas daquele empório. Então se queremos Rayna morta, devemos matar os últimos eternos que restam. E meter uma bala no peito daquela desgraçada. Só existe um porém, e essa é a parte mais complicada.
– Qual? – Caroline que até então só observava eles se adiantou, ansiosa.
– Precisamos achar sua espada e destruir com a pedra, só então queimar os eternos, depois eu mesmo trato de matar ela, uma bala no peito e fim, mas se não destruímos a pedra e matarmos ela, mataremos também todos que estão ligados a ela. Isso inclui o Stefan.
A loira empalideceu. Bonnie já estava tão esgotada que nem reação tinha para esboçar o horror que sentia.
– Agora você, Bonbon, trabalhará, certo.
– Não. Eu não me envolvo em mais em nada – ela meneou com a cabeça, mas quando seus olhos pousaram em Caroline ela retrocedeu. Stefan era muito importante para a amiga, e ela daria tudo para vê-los juntos e felizes novamente.
– O que quer de mim afinal?– ela ajustou a coluna sobre o encosto da maca. Não via a hora de receber alta médica. 
– Que entre no Arsenal e pegue a espada, ou melhor que o distraia. Você e Enzo têm proximidade suficiente, ele parece estar meio– fez uma pausa como quem buscava as palavras certas –encantado por você. – franziu uma careta– e também é uma forma de você mostrar que é mais inteligente que ele. É simples, você  distrai ele, entramos, pegamos a espada, destruímos a pedra, depois eu e a loira matamos os últimos eternos, e eu arranco o coração dela e o corpo de Rayna ficará como presente para eles, já que é o que eles tanto desejam.– compartilhou um sorriso cínico.
– Topam? – intercalou seus olhos entre as suas. Bonnie engoliu em seco, não estava em seus planos olhar para cara de Enzo tão cedo, na verdade não queria olhá-lo novamente nunca mais, mas não tinha escolha. Faria aquilo pelos amigos e nunca mais o veria novamente, nem coberto de diamantes. Ela aproveitaria a oportunidade para mostrá-lo que não só ele sabia ganhar a confiança das pessoas e trai-las em seguida. Ela poderia muito mais do que ele, fazer aquilo com naturalidade, e faria. Bonnie comprimiu os lábios e olhou para Damon.
– Tudo bem. Contem comigo. Mas só farei isso, o resto é com vocês, combinado?
– Sim – assentiu Caroline compartilhando um sorriso terno enquanto Damon sorriu ladino.
– Essa é minha Bonbon.– ela revirou os olhos, pois ainda estava chateada com ele.


Depois que recebeu alta hospitalar, Bonnie foi acompanhada por Damon até a antiga casa da sua avó, Caroline estava muito atarefada, atordoada melhor dizendo, ela amava tanto Stefan que a falta de notícias dele, abalava todas as suas estruturas.
No trajeto Damon estendeu seu sermão, estava -segundo ele- indignado por ela ter acreditado em Enzo e feito uma expedição sem lhe comunicar, Bonnie respirava fundo a cada frase completada por ele, estava a um passo de mandá-lo se calar e lembrá-lo que ele não tinha direitos sobre si e suas decisões, lembrá-lo também que aquilo dizia respeito somente a ela, mas Bonnie poupou-se de aborrecimentos, deixou ele falando sozinho, maior parte do tempo.
Ela mais que ninguém sentia-se mal por ter se prestado aquele papel, de trouxa. Enzo não só demonstrou não se importar consigo quando a deixou ir até uma mata sem roupas apropriadas, como ela precisou cair para que ele notasse sua presença, por fim, ele mesmo parecendo preocupado com seu estado -pois ela se lembrava muito bem de como ele a tratou na casa do xamã- no fundo não passou de remorso, afinal, ele acabou a deixando no hospital, sozinha. Ela prometeu a si mesma que nunca mais depois que conseguisse a espada com a pedra da fênix e Damon e Caroline matasse os eternos, trocaria uma palavra com Enzo, ela matou dali em diante,  todo e qualquer possível sentimento que nutria por ele, após constatar que para o vampiro, ela não tinha qualquer importância.
– Obrigada! – Bonnie desceu do carro do amigo.
– Ei– ele também desceu acompanhando ela até alcançar seu pulso. Bonnie virou-se para ele, carrancuda.
– É isso, não vai dizer nada? Eu passei o caminho todo falando com uma porta?– ela puxou seu braço que estava sobre os dedos dele e o encarou séria.
– Dá um tempo, Damon, por favor. Acabei de sair do hospital, sei que é superprotetor, sei que errei, sei que menti pra você, eu sei de tudo que disse, mas acontece que não pode me controlar, eu sou adulta, não esse saco de batata frágil que julga que eu seja, ainda posso sem nenhum esforço fritar seus neurônios, por exemplo. – sorriu fraco para ele que sorriu de volta.
– Essa é a minha Bonbon. Se cuida, tá. Vou marcar uma festa na mansão assim que matarmos Rayna em celebração por seu velório, e traremos Stefan de volta pra casa.– soltou uma piscadela. Era tudo que precisava e queria mesmo, espairecer.
– Sim, eu estou ansiosa por esse momento. Agora, tchau. – ela se afastou do moreno e caminhou até sua casa, e assim que entrou se lançou no sofá.
Não via a hora de tudo aquilo passar, não via hora de focar em seus estudos, concluir seu curso e fazer uma pós graduação longe daquele lugar, ela tinha economias do pai, e Abby, apesar de não ter muita coisa, já se mostrou disposta a ajudá-la quanto a isso, no dia que seu diploma estivesse na mão, no dia seguinte iria viver seu sonho de fazer um mestrado na Inglaterra e conhecer Paris. Bonnie precisava aprender a se priorizar e começaria planejando um futuro onde fosse uma pessoa comum. Sem magia, bruxaria, vampiros e qualquer espécie de sobrenatural, não que odiasse ser quem era ou morar naquela cidade onde viveu tantas aventuras, ela realmente só estava cansada.
Enquanto Bonnie se perdia na combustão de seus pensamentos, seu celular emitia vários bips consecutivos. Ela não estava muito afim de olhar nada, e pensou muito se deveria checar as mensagens, mas acabou se deixando vencer, Bonnie pegou o aparelho e checou quem era o desesperado que tanto mandava mensagem.
Para sua surpresa,  era sua amiga, Eliza. Com certeza, era  assunto sério da faculdade, não podia deixar para depois.
Bonnie sentou com a coluna afundada no encosto do sofá e digitou:

Oi, Eliza.

Oi, desculpa te incomodar
 é que na próxima segunda, começa nossa semana de provas. Então se caso não se lembra, eu te pedir ajudar meu primo que foi transferido para nosso mesmo curso. Então, nossa reunião fica a sua disponibilidade.

É, pode ser no sábado a tarde.

está combinado.

Certo.

Obrigada Bonnie. O Ben, vai amar te conhecer.

Tudo bem, até lá.

Bonnie largou o aparelho, e foi até o banheiro, precisava de um banho, e de descanso.

My True Love (Bonenzo) Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora