Capítulo 12

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Os raios solares invadiram o quarto pelas frestas da janela, anunciando a chegada de um novo dia. 

Bonnie moveu-se com  dificuldade, tudo em si doía,  seu corpo e cabeça estalavam a cada mísero movimento, a impressão que tinha era que foi atropelada por um caminhão que transportava toneladas de cimento. Seus olhos  estavam tão sensíveis a luz que ele teve que se esforçar bastante para abri-los, o sutiã lhe incomodava tanto que ela sentia-se inchada como um Pavão.

–Merda! – ela notou que as   alças já  lhe marcavam os ombros.

Desde de quando ela dormia de sutiã?  Bonnie se apalpou, estava de pijama? Até onde se lembrava da noite passada, ela estava com roupas de festas... 

Céus!  E que maldita festa.

 Mas o sutiã ainda era ainda mais  torturante que as lembranças da festa. Bonnie coçou os olhos, sentou-se sobre a cama, subiu a blusa do pijama,  até  encontrar o feixe  da peça íntima e o abriu.

– Ahh, que alívio. –ela sentiu como se um saco de cimento saísse de suas costas, ao se libertar da peça. Ela então recolocou a blusa do pijama  e pulou da cama como dificuldade de se manter de pé sem desmaiar de tontura,  fazia tempo que bebia para ficar tão mal daquele jeito

Ela jamais iria se embriagar novamente tão cedo. 

Bonnie se apoiou na cômoda, encarou-se no reflexo do espelho, e assustou-se com o que viu, ela estava derrotada, cheia de orelhas escuras, cabelo desgrenhado, destruída. Até uma espiga de milho era mais apresentável que ela. Ela ajeitou os fios em um coque alto e saiu rumo ao banheiro, escovou os dentes e lavou o rosto.

Sua boca estava seca e amarga, Bonnie precisava beber água, bastante água, um, dois ou mais litros, sem parar.

Ainda meio zonza ela foi até a cozinha, abriu a geladeira e antes que sua mão tocasse a garrafa uma voz masculina rouca e acentuada ecoou, a fazendo empalidecer.

– Bom dia, amor. Como foi sua noite?– ele perguntou. Bonnie sentiu um calafrio na espinha, palpitações no peito, vertigem e muito enjoo, tudo porque a voz de Enzo reviveu todas as  suas lembranças recentes. Ela lembrou-se do beijo,  dos amassos... lembrou -se de como assediou ele,  de como  praticamente o obrigou a fazer sexo consigo, e que  pena que não fizeram, ela ainda estava cheia de tesão.

Ah merda!

– O que você faz aqui? – ela virou-se bruscamente e o encarou de olhos arregalados.

– Velando seu sono –   o homem de cabelo desgrenhado se espreguiçou.

– Você faz um barulho de esquilinho enquanto dorme, é estranho...

– O que? – Bonnie disse enrubescida

– É, faz um som esquisito.

– Enzo, o que faz aqui? No meu sofá ...

– Estava me certificando que você não iria voltar para festa. Aliás, você  está proibida de beber por alguns meses. Você não sabe beber, Bonnie.

– Olha aqui. – ela enfim se obrigou a fitá-lo no fundo dos olhos.– Em primeiro lugar, você não manda em mim e em segundo lugar, eu não me lembro de nada. – ela mentiu. – Inferno! Não pode ditar o que posso ou não fazer, Enzo.

– Como não se lembra? Não lembra de nada ? – ele indagou vestindo a jaqueta.

Bonnie agradeceu silenciosamente por tal gesto, não queria ficar olhando os braços  dele descoberto.

– Não, não lembro, não lembro de nada, minha cabeça dói como o inferno, e você ainda não para de falar. – ela puxou a cadeira e sentou-se.  Sua atuação  tinha que ser convincente.

My True Love (Bonenzo) Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora