Capítulo 32

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Notas do Autor

Oi amores, ando sumida né? Mas é por conta dos afazeres da vida de uma jovem adulta. O importante é que eu não desistir de vocês.
Prometo atualizar "colorir de amor" entre hoje ou segunda, juro juradinho.
Bom, boa leitura. Leiam como moderação e atenção.🤧
Leiam as notas finais ❤

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Através da janela, ela tinha a visão panorâmica do jardim da clínica. Um ambiente vasto e florido.

Contemplar a natureza lembrava-lhe de que ela era uma bruxa, ainda que sem poderes, ainda que privada,  perseguida e vulnerável, ela ainda era Bonnie Bennett. Acreditava que já tinha experimentado todas as dores desde que se descobrira bruxa, mas não, recentemente constatou que os sacrifícios que já fizera diversas vezes e que até a levou a experimentar a morte outras tantas, tal como as  perdas que tivera, nada se comparava a sensação sufocante que tinha. O seu vazio não era oriundo da partida eterna de alguém que amava, como foi com Sheila ou seu pai. Era o vazio de quem tinha esse esse ser amado por perto, todavia não era um sentimento correspondido.

Até então, para Bonnie, era clichê o ditado  de que o amor enfraquece as pessoas, até se ver amando de forma devastadora um homem que só a rejeitava. O que sentia por Enzo não era leve, calmo e terno como o que um dia sentiu por Jeremy. Ela o amava com intensidade, profundidade,  força, fogo e desejo.  Ela se odiava por isso. Odiava a sensação devastadora  de puro êxtase  que  lhe preenchia os pulmões todas as vezes que  fechava os olhos e lembrava da noite em que passaram juntos. Nunca fora preenchida, tocada, acariciada, beijada como ele fez. Ela acreditava  estupidamente que após transar com Enzo  deixaria  de desejá-lo, mas  estava muito enganada, ainda o queria por completo.

Melancolia a envolvia como névoa. Ela precisava superar esse sentimento. Bonnie abriu os olhos lacrimejados e respirou fundo.

Aquele homem não podia ser seu, porque simplesmente ele não queria ser. Fugia de si, se escondia, se negava.  Ela nada podia fazer além se seguir sem ele.

Ela ia se reerguer, reconstruir sua vida e vivê-la plenamente como sua avó desejava.

Ela só tinha alguns problemas a resolver,  até que as coisas estivessem nos eixos novamente. Até que estivesse curada das marcas físicas e emocionais que a passagem de Lorenzo, por sua vida, deixou.

Há semanas presa naquela clínica, a  bruxa já tinha conquistado a confiança de Virgínia St John, pelo menos nesse sentido tudo tinha valido a pena, apesar  das dores que sentia por ter adquirido receber uma espécie de inflamação causada pelas pílulas. Bonnie tinha na mão direita, um hematoma que começou como uma pequena ferida, mas que a cada novo dia ganhava mais espessura e consequentemente alargava a dor, ardência e incômodo.

Nesse tempo presa ali, ela conseguiu obter informações importantes sobre  Virgínia, que apesar de emocionalmente instável, era uma boa menina e isso despertou sua empatia. Elas conversavam diariamente. Ela conseguiu  convencer St John a não tomar mais as medicações que os enfermeiros lhe davam. Eram calmantes que a deixavam dopada maior patente do tempo e com raciocínio lento. Bonnie  precisava  que a St John estivesse limpa e seus pensamentos organizados para ser o mais clara possível quanto aos segredos da sua  irmã Alex.

Bennett estava esperançosa. Faltava pouco para colher dela tudo que precisava e enfim  partir dali.  Ia negociar sua liberdade, rever seus amigos e trilhar um novo  caminho. Longe, o mais longe possível de Enzo, afinal,  não há sentimento —seja bom ou ruim— que sobreviva ao esquecimento.

Ele se tornaria um estranho para ela em breve.

– Kessy? – uma batidinha ressoou da porta, despertou-a de seus devaneios.  Às vezes ela esquecia que tinha assumido uma outra identidade.

My True Love (Bonenzo) Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora