capítulo onze

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Faltando cinco dias para que suas férias acabassem, Mew Suppasit estava com aquele papel amassado com o telefone Gulf em mãos. Após alguns dias da alta do paciente, ambos ainda não haviam se falado.

Mew se culpava, sem sombra de dúvidas fora uma sequência de situações que não soube administrar. O telefone anotado no papel, era ele quem deveria ter entregue, era ele quem deveria ligar para o jovem, mas toda vez que chegava perto ou que algum assunto fosse sobre Gulf, tudo ficava confuso.

Depois de preparar uma salada de legumes e sentar no sofá da sala de estar, ele deixa o papel com o telefone e o celular de lado para prestar atenção na televisão que transmitia um programa de variedades.

Sendo sincero consigo mesmo, Mew nunca gostou de ver televisão, mas ultimamente tem feito isso com frequência para se distrair e pensar em outras coisas que não se resumiam a um par de tênis branco, uma camisa rosa e uma calça jeans específica.

Desde aquele dia, Mew tem falado menos com Mild, mas em compensação Mali tem sido uma ótima ouvinte. Na última sexta-feira eles saíram para beber e o neurologista não parava de pensar na conversa que tiveram.

- Você já ligou para ele? - Mali questionou, quase gritando por conta do ambiente barulhento e com música alta.

- Ainda não. - Mew bebeu um gole da sua pequena garrafa de vodca gelada.

- O que você está esperando, Mew? Já passou da hora, ele deve estar confuso, por isso não ligou. Tome a decisão.

- O que eu falo, então?

- Você não está me perguntando isso, está? Diga que quer conhecê-lo. - Mew assente.

- Acho que estou gostando dele, mas tudo é tão confuso. - Mali negou.

- Ligue e não se arrependa de ter feito isso. - Mew assentiu, sorrindo.

E foi o que Mew fez. Deixou o prato vazio em cima da mesa e pegou o celular junto do papel amassado. É a chance de não mais se arrepender. Ligou para Gulf e esperou três toques na chamada até que o outro lado atendeu.

- Alô? - A voz suave de Gulf ecoou pelo telefone e o coração de Mew acelerou. Ele levanta do sofá.

- Oi Gulf! Sou eu, o doutor Mew Suppasit que esteve com você no hospital.

- Ah! Olá, tudo bem? - O tom suave da pergunta faz com que Mew sorria involuntariamente.

- Vou bem e você? Como está se recuperando?

- Estou me recuperando muito bem.

- Fico feliz em saber disso. - O silêncio se faz presente na ligação, mas Mew logo toma a decisão, sem cerimônias. - É... Eu queria saber se você gostaria de sair comigo, quer dizer... Para tomar um café, sabe? - A palma da mão esquerda de Mew, em que segurava o celular, estava úmida.

- Eu adoraria, doutor Mew. Quando?

- Quarta à tarde você pode?

- Claro, com certeza. Eu... Tenho seu telefone, é que me desculpe por não ligar antes, não consegui. - Mew sorriu fraco.

- Não tem problema, eu vou passar todos os detalhes do endereço por mensagem, ok?

- Tudo bem. Te vejo na quarta então. - Ele se sentiu aquecido ao ouvir a resposta de Gulf.

- Até mais, Gulf!

- Até!

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