capítulo dezessete

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Se apaixonar era como poder sentir os pés fora do chão, onde nada mais faz sentido e você só quer passar horas ao lado daquela pessoa. Mew Suppasit se sentia assim. Dentro e fora do trabalho naquela semana seu humor havia mudado de forma significativa. Apesar de pensar em Gulf o tempo inteiro, estava confuso.

Deu um tempo para que o jovem pensasse em tudo, mas diante do que Gulf disse, havia alguma dúvida que restasse? Foi quando entendeu que talvez esse tempo para pensar, não fosse só isso.

Depois de dar alta para um paciente, o turno de Mew tinha acabado. Nesse momento, ao entrar na recepção do hospital, encontrou Mali conversando com o recepcionista.

- Oi!

- Mew! Estava falando com P'Tong, semana que vem vai ter uma reforma no estacionamento, não sei onde vou deixar meu carro. - O neurologista observou a amiga.

- Sério? Tudo bem, depois a gente se preocupa com isso. Preciso falar com você.

- Precisa? Ah! Claro, tudo bem. - A enfermeira entendeu que Mew precisava desabafar, então caminhou com ele até a saída.

- Quer comer algo lá em casa? Preciso te contar algumas coisas.

- Credo, está todo misterioso, mas vamos lá! Eu vou logo, preciso passar na farmácia no caminho, ok? - Mew assentiu.

- Tudo bem, te espero.

No caminho até sua casa, Mew se lembrou da primeira vez em que a amiga lhe deu conselhos. Foi quando começou a gostar de um amigo no trabalho, mas que no fim das contas não deu em nada. Agora a história é diferente.

Em casa, Mew logo foi preparar algo para comer com a amiga que chegou em seguida. Ela parecia ansiosa para saber o que ele iria lhe contar.

- Ok, desembucha. - Mew relaxou os ombros enquanto organizava seu prato de salada.

- Beijei Gulf aquela noite. - Mali achou que tinha ouvido errado.

- Espera aí, você o quê? Beijou ele no bar? Merda, então foi por isso que ele voltou à mesa esquisito? Mew! - O neurologista olhou para a amiga.

- Ele me levou para casa e o resto eu já te contei, mas eu estou com um sentimento esquisito. Será que ele realmente sente o mesmo?

- Claro que sim.

- Então por que ele quer pensar, P'Mali? - A amiga se aproximou e apoiou a mão no ombro de Mew.

- Porque sim. Aquele ex dele com certeza é o motivo. O que aquele cara vai pensar quando te ver ao lado de Gulf? Certeza que ele quer que os amigos também entendam isso. Eu observei como ele se comportou perto de Klahan quando estava na mesa e eu também vi os olhos de Gulf em você. Além disso, Klahan te estudou. - Mew arregalou os olhos.

- Você percebeu tudo isso?

- Meu amor, não tem nada que eu não note.

E é verdade. Uma das qualidades de Mali era ser uma ótima observadora.

- Ok, então o que você notou sobre Gulf? - Mew entregou um dos pratos para Mali, pegou o outro para si e sentou-se à mesa junto com a amiga.

- Sinceridade? - Ele assentiu. - Ele está muito na sua, tipo caidinho de verdade, completamente apaixonado. - Mew riu alto. - Claro, assim como você. Não se preocupe, dê o tempo que Gulf precisa, o que disse a ele foi importante, demonstrou que respeita e se importa com os sentimentos dele.

O neurologista ficou muito tocado com as palavras da amiga, dava para sentir o quanto se preocupava com ele, com a amizade. Era como uma irmã mais velha.

say you love me | [MewGulf]Onde histórias criam vida. Descubra agora