Do Nada

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Lauren POV

— Eu vou surtar! - Falei andando de um lado para o outro no dormitório. 

 Quatro, quatro fucking dias que estou enclausurada aqui na base Machine. Faz uns 40 minutos que encontrei Camila no jardim, eu praticamente implorei pra ela voltar atrás no castigo, mas ela permaneceu com sua palavra, em desespero tentei levar as coisas para o lado sexual, mas ela me impediu, ela não me deixou nem tocá-la, eu estou com tanto ódio, que estou sentindo meu corpo trêmulo. 

— Você vai é infartar se continuar assim. - Thomas disse secando os cabelos com uma toalha. 

— Como vou me acalmar, Thomas? - Parei pra olhar pra ele. — Eu só tenho duas opções, comer ou dormir, e eu não gosto disso, ela não me deixa nem treinar cara, treinar.

 Ele jogou a toalha sobre a cama e olhou pra mim, com o cabelo bagunçado e molhado o deixando com uma cara engraçada, e ele quer rir, eu já o conheço o suficiente pra saber disso.

— Se você rir eu vou te bater. - Apontei o dedo em sua direção. 

 Ele ficou sério. 

— Desculpa, tá engraçado esses seus surtos a cada minuto. 

— Quer saber? - Me aproximei do meu baú. — Eu vou treinar.

— Lauren, não faça isso. - Ele disse com receio.

— Vou sim, e você vem comigo. - Puxei uma roupa.

— Me tira dessa, não vou desobedecer ela.

— Não seja idiota. - Tirei minha calça. — Eu que não posso treinar, esse castigo não se aplica a você. - Coloquei meu short. — E já são 23h, ele já deve tá deitada. 

— Eu acho q…

— Coloca uma roupa. - Interrompi sua fala. — Te espero na porta.

 Do lado de fora caminhei até a lateral da casa Machine, pra ver a varanda do quarto da Camila, tá tudo apagado, tomara que essa maldita esteja dormindo. Retornei para  a porta do meu bloco e Thomas já estava lá.

— Vamos. - Chamei. 

 Entramos na sala de treinamento e fomos direto para o tatame, fiz alguns aquecimentos e só então comecei a colocar as faixas na minha mão.

— Devagar porque é difícil colocar isso. - Thomas disse, atento as minhas mãos, pra tentar colocar sua faixa sem minha ajuda.

— Mais devagar que isso eu paro. - Falei e ele rolou os olhos.

 Terminei e fiquei olhando ele ajustar a faixa como se fosse a coisa mais difícil do mundo, e no fim ficou toda folgada na mão dele.

— Pego o aparador? - Perguntou. 

— Por favor, porque eu…

 Um forte estrondo na porta me fez se calar, olhei naquela direção já irritada, é ela.

— Desaprendeu a contar os dias, Jauregui? - Perguntou prepotente, ainda da porta.

 Thomas tá totalmente tenso, assistindo a cena.

— Eu só estou treinando. - Falei tentando não mandar ela pra puta que pariu.

— Você tá proibida. 

— Mas eu…

 Não conclui, Camila gesticulou com a cabeça e três dos seguranças passaram pela porta vindo na minha direção, sorri internamente, com a raiva que estou, derrubo até o dobro. Fiquei parada, esperando eles se aproximaram, esperando o primeiro que ousaria tocar em mim, e foi o Richard, uma pena, ele é até legalzinho, me livrei da sua mão e acertei em cheio o seu rosto, ele cambaleou para trás e os outros dois vieram na minha direção, acho que vou ter que agradecer a Camila por intensificar meu treino, toda raiva acumulada estou descontando neles, levei um soco forte do Richard que cai com tudo no tatame, ele se aproximou para me chutar, mas segurei em sua perna e puxei, quando ele caiu eu me levantei, minha boca tá com um gosto forte de sangue, mas nunca me senti tão energética, continuei batendo neles, até ver os 3 caídos no chão, minha mão inteira está doendo, e meu rosto deve está cheio de sangue pelos socos que levei.

Do Outro Lado da HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora