Knight XV

4.4K 418 101
                                    

Lauren POV

 Eu que pensei que seria fácil dormir, não foi, o colchão, ultrapassando qualquer barreira da compreensão, consegue ser mais duro do que o chão, das 7 pessoas que tem naquele bloco, todas estão presentes, chegaram com o dia já amanhecendo, e a julgar pela explicação do Thomas, isso significa que agora o Gun está em casa. Eu ainda não sei do que serei encarregada, mas espero que da mesma coisa que as outras pessoas do meu bloco, que é a segurança pessoal do Gun.

 Me levantei um pouco depois que os outros chegaram, aproveitei que eles deitaram e fui tomar banho, quanto menor as chances de entrar gente aqui, melhor, me vesti lá mesmo, coloquei uma calça jeans, e uma camisa branca sem estampas. Quando retornei para o quarto, notei Thomas já sentado na cama dele, com a cabeça apoiada nas mãos e olhando para o chão.

— Reflexão do dia? - Perguntei

— Sono do dia. - Olhou pra mim e coçou a cabeça. — Na verdade acho que sono da vida. - Rolou os olhos e se levantou. — A chefe vai sair em 30 minutos, como o resto do pessoal chegou agora pela manhã, eu escalei você pra ir com ela, certo?

— É você que faz isso? - Perguntei e ele afirmou com a cabeça enquanto vai até o baú posicionado ao pé da beliche, todas as outras camas tem um daquele. — Isso significa que realmente vou fazer parte da segurança pessoal deles?

— Sim. - Respondeu simples e puxou uma camisa do baú. — Você foi mandada direto pra cá, então já faz parte da proteção pessoal do casal. - Fechou novamente o baú e virou-se pra mim. — Te surpreende que o crime realmente seja organizado?

— Pra ser sincera, bastante, esperava uma coisa mais… - Gesticulei com as mãos, tentando encontrar as palavras. — Mais selvagem, sei lá. - Falei e ele riu.

— Vamos deixar isso pra criminosos de bairro, a gente tá na elite. - Fez sua trajetória até o banheiro, mas antes de entrar olhou pra mim mais uma vez. — Termino rapidinho, se quiser pode me esperar.

 Ele entrou, mas graças a Deus não ficou em nenhum dos chuveiros perto da porta. Olhei para os lados, todos dormindo, e pra piorar a maioria roncando, talvez o que me mate aqui seja a convivência com essas pessoas, gosto de privacidade e silêncio, coisa que claramente não vou ter aqui, passei meus olhos pelas câmeras mais uma vez, tentando identificar algum ponto que elas não pegam, e acho que esse ponto não existe. Olhei a hora no relógio do meu pulso, 07:36, fui até minha mala e peguei minha arma, a colocando na parte de trás da minha calça, acho que tenho que aprender a conviver com aquilo, mesmo eu trabalhando como agente, e aquele ser um dos nossos instrumentos indispensáveis, eu sempre largo elas de mão nas missões rotineira, o que não posso fazer agora, já que a qualquer momento minha identidade de infiltrada pode ser revelada. Resolvi não esperar pelo Thomas dentro do bloco, reconhecimento da área é essencial, como quem aproveita o sol da manhã, eu caminhei até a parte de trás da casa dos Machine, onde fica também o terceiro bloco, e é tão vigiado quanto o resto do local. Através de uma das janelas do segundo andar, eu pude ver Gun ao telefone, Camila passou algumas vezes pela janela, em uma das vezes tive a impressão que ela iria olhar ali pra baixo, então resolvi voltar para a porta do bloco 2, de onde Thomas já estava saindo.

— Você vai com a gente? - Perguntei.

— Não, e agradeça por isso, não sou bom no soco, e muito menos com armas, minha colaboração aqui é intelectual mesmo. - Abaixou a cabeça e começou a sacudir o cabelo com as mãos, fazendo respingar água para todos os lados. — Tem horas aí?

— Oito e dez. - Respondi e ele ergueu novamente a cabeça.

— Pelo visto você vai levar um chá de cadeira, bem vinda, ela tem dessas.

Do Outro Lado da HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora