Abismo

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Lauren POV 

2 SEMANAS DEPOIS

 Sem o Ricky, tive que arrumar um tempo para ir até o endereço que peguei no closet da Camila, é uma casa mais afastada da cidade, e como hoje é minha folga, não resisti vir até aqui com a Marie, devido a distância, ao chegarmos, o sol já estava se pondo, é tipo uma fazenda, tem uma casa simples de dois andares, terreno enorme, e um celeiro maior que a casa, mas aquele local claramente não é dedicado a criação de animais.

— Você acha que é pra cá que as drogas vêm antes da distribuição para os outros pontos? - Marie perguntou do banco de carona.

— Talvez. - Falei, não dá pra ver nada, só tem uma luz acesa em um dos cômodos da casa, o resto é tudo escuridão. — Mas quase certeza que sim.

 Dentro do carro mesmo, eu tirei fotos do local, não posso arriscar ser notada. 

 Dei a ré no carro e nos tirei dali.

*****

 Chegando na casa do Machine, quase gritei de susto ao ver Camila saindo apressada de dentro da garagem.

— Ainda bem que chegou. - Ela disse, soltando o cigarro no chão e pisando no mesmo.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. - Ajeitou os cabelos, o jogando para trás. — Mas quero sair com você. - Virou, voltando para a garagem, pra ser mais específica, indo até um dos carros.

 Me deixei sorrir, essas saidinhas repentina estão me agradando mais do que eu gostaria. Dentro do carro, enquanto ela dirige, percebi o exato momento que a tela do seu celular acendeu, o mesmo não emitiu nenhum som, o que indica está no silencioso, é uma chamada do Gun, ao contrário do que eu esperava, ela pegou o aparelho apenas para encerrar a ligação, logo depois desligou o mesmo e jogou dentro do porta luvas.

— Crises no casamento? - Perguntei, sem olhar pra ela.

— Ele é bipolar. - Disse e riu com um certo humor. — Literalmente. - Completou.

 Olhei pra ela, analisando seu rosto, esperei mais algum complemento, mas ela se manteve calada.

— Como assim? - Perguntei.

— Ele é bipolar. - Repetiu.

— De verdade, clinicamente? - Perguntei confusa, ela confirmou com a cabeça. — Tá explicada às variações de humor. - Falei voltando a olhar pra frente.

E os remédios.

— Se fosse só isso seria ótimo, mas também tem: agitação, euforia, comportamentos de risco, delírio, falta de concentração, impulsividade, irritabilidade, pensamentos acelerados, e mais uma porrada de coisas que se for pra citar tudo vai amanhecer e não termino.

— E você acha uma boa ideia deixar ele sozinho em momentos como esse?

— Eu fico em cima dele direto para que tome a medicação, mesmo assim ele não faz isso, ele sabe que não vou ficar aturando as crises dele, sendo que ele pode evitar toda essa merda. - Disse irritada.

— O amor é realmente motivador. - Comentei, encostando a cabeça no banco e fechei os olhos. 

— Eu ordenei o Rey ficar com ele, sem contar que ele se medicou, vai cair em um sono profundo, se já não caiu. - Ela disse, claramente tentando se explicar. 

 Dei de ombros, e acho que isso a irritou, pois ela voltou a falar. 

— Eu não sei porque insisto em te manter aqui. - Tive que olha-la, encontrando seus olhos irritados. — Você é a porra de uma pedra no meu sapato, e insisto em mantê-la dentro dele. - Esbravejou, eu abri a boca pra rebater, mas antes mesmo de colocar as palavras pra fora eu a fechei novamente. — Agora você cala a boca? - Perguntou, tão irritada quanto antes.

Do Outro Lado da HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora