Bloco 2

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Lauren POV

 Eu consegui o que queria, não da forma que planejei, mas consegui, e a primeira surpresa foi saber que o Gun é casado, o que torna as coisas um pouco mais difíceis, mas não impossível. 

— O primeiro passo é tirar a garota da jogada, você precisa de contato direto com o Gun. - Ricky disse enquanto eu arrumo minha mala.

— Eu acho que é mais fácil ela se livrar do cara. - Marie disse simples do sofá onde ela está jogada. — Não olhem pra mim com essa cara. - Ergueu as duas mãos. — Só quis falar, ela tem cara de ser a cabeça, ele só é o rostinho exposto que ganha a fama de chefe. - Supôs. 

— Você está dizendo que na verdade ela quem comanda, e está se escondendo atrás dele? - Ricky perguntou sério.

— Sim, ou vocês sabiam da existência dela antes de ontem?

— Eu não. - Ricky respondeu e eu concordei. — Eu acho um pouco improvável que seja isso, por que ela se esconderia atrás dele?

— Por que não? - Marie devolveu a pergunta. — Ela está totalmente segura, ninguém sabe sobre ela, enquanto ele é o "suspeito" número 1 das agências. 

 Suspeito porque ainda não temos provas, a gente já sabe que é ele, mas não podemos simplesmente prendê-lo sem provas, esse é um dos motivos dessa missão, colher provas.

— Guardem suas conspirações, breve vamos descobrir! Mas deixo claro que sigo o pensamento do Ricky. - Falei fechando o zíper da mala. — Enquanto eu estiver por lá, quem comanda por aqui é o Ricky, tudo bem?

— Preciso fingir surpresa? - Marie perguntou em deboche.

— Muito engraçadinha você, garota, vamos ver se continua com esse humor em campo. - Ricky disse e eu acabei rindo, enquanto ela deixou o sorrisinho se desfazer.

  Uma das exigências do Gun, é minha permanência integral a equipe, ou seja, 24h em serviço, o que não é muito bom pra mim, visto que preciso de contato constante com minha equipe de verdade, mas é melhor do que nada.

— Então é isso, fiquem atentos, porque assim que eu chegar lá, vou tentar achar uma forma segura para que possamos nos comunicar constantemente, celular só em último caso.

— Eu acho apropriado você levar uma arma. - Ricky sugeriu. — Mesmo que for apenas pra faz de conta.

— Eu já estava pensando em pegar mesmo. - Falei e fui para o cômodo de cima da casa.

  Na real? Eu não estava, mas não é uma má ideia, peguei uma pistola, porque é de fácil manuseio, coloquei na parte de trás da minha calça, e vesti uma jaqueta, já que minha blusa é muito justa. Eu preferi pegar um táxi até o endereço que o Gun me passou, quanto menos exposição melhor. Me surpreendi bastante ao chegar lá, olhando de fora parece só mais uma das casas luxuosas daquele bairro nobre, mas o tamanho do lugar é estarrecedor, tanto quanto a quantidade de seguranças, agora entendo como tantas equipes já fracassaram. Assim que cheguei passei uns trinta minutos na portaria, onde tive minha mala completamente revistada, e logo depois foi minha vez, minha arma foi confiscada, mas só por alguns minutos, ele perguntou se está registrada no meu nome, eu disse que sim, então ele raspou a numeração olhando pra minha cara como se eu fosse uma retardada, logo depois me devolveu, junto a um pedaço de papel, onde tem escrito apenas: “B2 C7”.

— O que eu faço com isso? - Perguntei antes de sair.

— Bloco 2 cama 7. - Respondeu e voltou pra posição dele.

 Bem explicativo, ironizei mentalmente.

 Ao sair da guarita, percebi que o lugar não só parece grande, ele realmente é grande, na parte central do terreno tem uma casa de dois andares, a lateral esquerda é preenchida por algo que mais me parece galpões de madeira, e na parte direita tem um único galpão, mas com o triplo do tamanho dos galpões do outro lado, no chão onde não tem nada construído é tudo gramado, o caminho entre esses locais é feito de pedras, se não fosse pela quantidade de seguranças, e a dificuldade de entrar aqui, eu diria que estou no local errado. Parei de frente a porta da casa.

Do Outro Lado da HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora