Capítulo 13

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Quando a boca não consegue pronunciar o amor, o corpo vem e mostra tudo o que meras palavras não saberiam dizer.

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Estêvão a fitou surpreso. Sua Maria ali, à sua frente, sorrindo, fazendo seu coração bater tão forte que tinha certeza que a qualquer momento poderia parar. Tinha o anseio de dizer tantas coisas a ela, queria mostrar em palavras que, para ele, aquela noite não seria apenas uma noite qualquer. Mas todas as palavras fugiram, como que para deixá-lo bobo diante daquela mulher. Maria havia feito algo que poucas conseguiram: deixar Estêvão San Roman, que sempre tinha algo a dizer, sem palavras, tímido.

Então ele usou a arma mais poderosa que tinha: seu sorriso. Mas não era apenas seus lábios que sorriam. Via-se que cada pedacinho seu exibia um sorriso de satisfação. Suas mãos ao tocá-la, sorriam. Seu coração, ao sentir sua presença avassaladora, sorria. Sua alma sorriu ao perceber que os sentimentos dentro daquele quarto eram mútuos – ou quase isso.

Então a beijou. Sem pressa, com calma, com leveza. Queria degustar o momento, e iria saborear cada segundo daquela noite, que mal havia começado e já dava indícios que seria mágica, quiçá a melhor da sua vida, e torcia para que Maria compartilhasse do mesmo pensamento.

À medida que os beijos de Estêvão foram se tornando mais quentes e intensos, Maria sentiu que seu cérebro deixara de trabalhar. Os toques, as carícias, a maneira como ele a olhava, abriram para ela novas portas. De repente ela deixou de se importar com pequenas coisas que não a permitiam estar ali por completo (“o que vão pensar de mim?”) e se doou de uma vez àquela noite.

Maria tomou a iniciativa. Desabotoou os botões um a um, numa lentidão agonizante, e por fim se deparou com seu peitoral, logo seus lábios se envergaram em um sorriso cheio de maldade. Em algumas de suas noites de insônia se pegou pensando em como seria Estêvão sem camisa. Teria pelos ou seria liso? Seria ele musculoso? E agora estava diante de sua resposta.

Sua mão percorreu por seu peito desnudo, e com os pelos salpicando, sentiu o desnivelamento causado por músculos em excesso.

Maria perdeu os movimentos quando sentiu o coração de Estêvão bater de forma ensandecida sob sua palma. Seus olhos encontraram os dele, e ambos sorriram. Alguns poucos segundos depois, ela saiu daquele transe causado por aquele par de olhos hipnóticos e prosseguiu.

Deslizou a camisa dele sobre os braços, e notou que não somente o peitoral era forte. Tirou a camisa completamente e contemplou os braços, grandes, atléticos e robustos, algo em sua barriga se agitou.

Estêvão a tomou novamente em seus braços e a beijou com volúpia. Tratando de torturá-la o quanto podia, roçou os lábios em seu pescoço e ouviu um gemido. Continuou beijando-a, mas dessa vez a virou, de modo que suas costas nuas estavam à sua disposição.

Seus beijos foram deslizando por toda sua pele descoberta, até que encontrou o zíper do vestido no meio das costas e o abriu cuidadosamente. Deixou-o cair sobre os pés dela e vendo-a somente com aquela lingerie vermelha, teve vontade de atacá-la como um predador faminto, mas conteve seu desejo primitivo.

Ele a trouxe para si mais uma vez, e beijou-a com urgência, com determinação. Era como se estivesse há dias sem comer, e agora tinha a chance de se satisfazer. A forma agitada como ele a tocava, a apertava, a abraçava, fazia os gemidos dela aumentarem. Maria suspirava a cada vez que seus olhos intensos, possuídos por um desejo avassalador, a encaravam.

Cambaleantes, eles conseguiram chegar ao colchão, e um sorriso travesso desenhou os lábios de Maria quando sentiu aquele peso superior ao seu comprimindo-a.

Sintomas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora