“Não importa quantas canções de corações partidos você escreva, não importa quantas vezes você se machuque, você sempre vai se apaixonar de novo.”
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Como descrever o indescritível?
Como expor em palavras uma sensação que jamais sentira na vida?
Seria possível dissolver o bolo que se formara na garganta e já a impedia de respirar?
Como? Como? Como?!
Maria não entendeu como conseguiu fazer essas e outras centenas de perguntas em milésimos de segundos. Sua vida já estava completamente ao avesso, será mesmo que merecia mais isso?
Ah, vida, tinha mesmo que ser tão irônica?
— Então agora todos perderam a fala? – ela riu, tentando não chamar atenção. – Ninguém tem nada a dizer? Estêvão? Carol? – olhou um a um, ignorando a presença de Alex, sem se importar em envolver Helena.
— Maria, por favor, não nos entenda mal – Carol se pôs de pé, com o nervosismo evidente em suas mãos trêmulas.
— Quer que eu pense o quê, Carol? Que tipo de amiga é você, hein? – falou mais alto que o normal, o desespero sobrando na voz. – Quantas vezes conversamos sobre isso? Eu abri meu coração para você, eu confiei em você – batia no peito, quase em lágrimas.
— Ela não tem culpa de nada – Estêvão, que até então estava em silêncio, interveio, também se pondo de pé. – Ela não merece ouvir suas grosserias, Maria – foi firme; o semblante era intransponível.
Maria riu dele descaradamente.
— Ah, claro, jamais passou pela minha cabeça que você não a defenderia – abruptamente, ela secou uma lágrima teimosa que surgiu em seu olhar.
— Defenderia quantas vezes fosse necessário – disse ele, encarando-a um tanto frio, diferente do Estêvão que todos estavam acostumados. – Se você quer odiar alguém, me odeie, mas ela não – olhou Carol, depois tornou a olhá-la. – Se alguém tinha que ter contado alguma coisa, esse alguém sou eu, se alguém tem alguma culpa, sou eu.
Nesse momento havia algo a mais nos olhos de Maria. Não era apenas fúria, havia ali uma visível faísca de ciúmes. A forma como Estêvão defendera Carol a incomodara, a deixara inconformada.
Era para ele se jogar aos seus pés implorando seu perdão, mas ele a surpreende e faz o oposto. Estava tudo errado!
— Maria, por favor, não quero que ache que sou traíra, eu só... eu só não tive coragem de abrir o jogo – ela tentou se aproximar, mas Maria se esquivou.
— Carol, para de ficar se justificando – Estêvão exigiu.
Maria já não sabia dizer se Estêvão tinha mesmo adoração por Carolina, por isso a defendia com afinco, ou aquilo tudo era somente para feri-la. Se fosse a segunda opção, ele estava sendo perfeito em seus atos.
— Olha, pessoal – Alex, que seguia alheio ao assunto sadio do trio, se intrometeu na conversa com certo receio – vocês não acham melhor irem para um lugar mais calmo para se acertarem? Já tem gente olhando.
Helena ergueu levemente os olhos para Maria, e logo após para Estêvão, mas por medo de notarem que ela estava bem atenta ao que era falado, voltou à tela do celular, mas com os ouvidos atentos.
— Está tudo muito claro, não é Estêvão? – o encarou com um sorriso amargo. – Não é Carol? – a olhou da mesma forma. – Esse assunto se encerra aqui. Obrigada aos dois pela honestidade – falou bem alto, erguendo os braços – obrigada, vocês sabem o quanto prezo por isso.
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Sintomas de Amor
RomanceMaria levava a vida no modo automático, e isso não parecia incomodá-la, e por que incomodaria, já que vivia, a seu modo, um conto de fadas? Porém seu "felizes para sempre" chega ao fim. Num minuto Maria tem a vida perfeita, e no outro vê seu casame...