Capítulo 35

165 17 11
                                    

"Eu te amo...

Nunca disse que era a pessoa certa para você. Apenas olhei em teus olhos com o coração aberto e, com a alma cheia de sonhos e com plena certeza, pude te dizer:

Você é a pessoa com a qual eu quero passar o resto da minha vida... Eu te amo!”

****

A vida de Estêvão e Maria mudou um pouco de eixo com a chegada de Helena. Num primeiro momento, ambos achavam que seria apenas uma coisa passageira, que logo apareceria alguém responsável por ela e a levaria embora, mas não aconteceu assim.

Com o decorrer dos dias, mesmo não estando de acordo com a lei, eles foram se apegando a ela, foram descobrindo um sentimento puro pela garota problema, e quando ela fugiu, o mundo de ambos desabou.

Foi a fuga de Helena que abriu os olhos deles. Tanto a respeito deles mesmo, quanto a respeito dela.

E então lutaram junto à justiça para que pudessem zelar por sua vida como verdadeiros pais, já que os pais da menina não podiam mais e a avó, bem, essa não merecia ser citada.

E venceram a luta.

Agora os dias são diferentes. Tem mais cor, mais riso, e claro, mais bagunça também.

Como prometera, depois de muito esforço e pesquisa, Maria encontrou um colégio ideal para ela. Houve um pouco de resistência da parte de Helena, mas bastou apenas duas semanas e ela já tinha alguns amigos e já ia animada para estudar.

Estêvão estava feliz com a família que estava formando. Não era nada convencional, mas já não dava tanta importância a essas formalidades. E quanto a Maria? Essa estava diante de algo que jamais imaginou para sua própria vida.

Agora ela entendia um pouco a vida dos pais e do pai com a madrasta. Achava que vivia o casamento dos sonhos com Luciano, mas foi só um mala sem alça e uma garota problema se achegarem de mansinho que ela, por fim, pôde provar da verdadeira alegria em família.

— Temos mesmo que ir a esse almoço? – Helena perguntou um tanto apática. – E se a família do tio Estêvão não gostar de mim?

Era domingo, um belo dia de sol. Os três se aprontavam para um almoço em família, com os San Roman. Estavam no apartamento de Estêvão se organizando para saírem, tudo estava pronto, só faltava mesmo o ânimo.

— Juro que queria te encorajar – Maria foi dizendo enquanto a via jogar algumas coisas na sua mochila sem a menor delicadeza – mas estou com o mesmo frio na barriga que você.

As duas conversavam a sós.

— Você também não as conhece? – perguntou surpresa.

Maria riu da sua cara de espanto.

— Não. Só conheço os pais de Estêvão, ainda não fui apresentada às irmãs dele.

— Podemos fingir que estamos passando mal e cancelar esse almoço, o que acha? – a menina sorria como se tivesse acabado de ter a ideia mais brilhante de todas.

— Não é má ideia – Maria concordou rindo.

— Não pensem que não estou ouvindo vocês, hein – no minuto seguinte Estêvão já fazia companhia a elas na sala. – Que história é essa de cancelar o almoço, hein dona Geleia? – a fitou sério. – Quando tivemos que ir na casa dos pais de Maria não teve essa postura.

— Eu sabia o que me esperava – deu de ombros. – Os pais da tia Maria são legais, até me obrigaram a chamá-los de vô e vó, Elisa também me obrigou a chamá-la de tia – riu – agora não sei o que esperar das suas irmãs e sobrinhas – declarou ela, mostrando-se sincera.

Sintomas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora