Quando você está por perto, meu coração fica em festa.
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Algumas semanas se passaram e, por fim, o dia tão esperado: sábado, aniversário de Vicente.
O salão de festas da luxuosa mansão dos Fernandes fora decorada com flores brancas e violetas (e algumas vermelhas também) de vários tipos. Sabrina fizera toda questão de deixar o ambiente estupendo, como em todos os anos, e conseguira.
Os convidados começavam a entrar timidamente. A alguns metros da entrada, Danilo, Elisa, Maria e Sabrina observavam a movimentação da entrada, na expectativa do que os esperava àquela noite.
― Não sei porque meu pai insiste em festa todos os anos, é tão fora de moda – Elisa, comentou, um tanto desanimada.
Os outros três riram.
― Ah, eu gosto – Maria fitou a irmã com um sorriso simples – é bom ver meu pai se divertir na companhia dos amigos.
― Bem que ele podia pensar em algo menos cheio de gente – Elisa continuou. – Podíamos viajar os cinco para um lugar isolado, e passarmos uma semana longe de tudo – finalmente ela sorriu animada.
― Sério mesmo que está sugerindo isso? – Sabrina esticou o pescoço para encarar a filha, com um ar incrédulo.
― Ela não sabe o que diz – Danilo riu. – No terceiro dia da viagem, íamos estar nos odiando.
― Acho melhor deixar tudo como está mesmo, Lisa – Maria disse, rindo.
Elisa bufou.
— Carol vai vir? – a mais nova perguntou depois de algum tempo quieta.
— Não, não – Maria a olhou. – Ela me ligou mais cedo dizendo que não poderia vir. Ela já tinha um trabalho marcado para hoje – explicou.
— Quem é Carol? – Sabrina perguntou curiosa.
— A dona da agência onde faço fotos – a filha respondeu cheia de si.
— Ah, sim – a mãe maneou a cabeça em concordância. – Queria muito conhecer essa menina, vocês sempre falam tão bem dela.
— Na verdade, mãe, ela não é uma menina, ela tem quase cinquenta anos.
Sabrina ficou boquiaberta com a declaração da filha.
— Ah, mas ela não parece ter a idade que tem – Maria interveio. – Ela está muito melhor do que muita garotinha por aí.
Os quatro passaram os minutos seguintes apenas observando. Danilo foi quem acabou com o silêncio:
― Ih, olha só quem chegou. Afonso.
De repente os quatro pares de olhos estavam na mesma direção, encarando o senhor calvo, que se mantinha de pé com a ajuda de uma bengala.
― Ah, não – Elisa bufou uma vez mais. – Por que meu pai o convida todos os anos? Ele sempre faz comentários tão desnecessários.
― Talvez por que ele seja o vice presidente da Monumental? – Danilo se divertia com a animação da prima.
― Pior é que ele não pode me ver que insiste em apertar minhas bochechas, como se ainda tivesse sete anos – Maria suspirou.
― Tratem de mudar essas caras, porque ele está vindo para cá – Sabrina os alertou.
― Até mais – Danilo deu um sorrisinho sacana e se retirou.
― Traidor – Elisa murmurou.
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Sintomas de Amor
RomanceMaria levava a vida no modo automático, e isso não parecia incomodá-la, e por que incomodaria, já que vivia, a seu modo, um conto de fadas? Porém seu "felizes para sempre" chega ao fim. Num minuto Maria tem a vida perfeita, e no outro vê seu casame...