Capítulo 32

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"Pensar em você me mantém acordado. Sonhar com você me mantém dormindo. Estar com você me mantém vivo.”

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Alguns dias se passaram desde que Estêvão e Maria, juntos, decidiram que dariam a Helena a vida que ela merecia, iriam lutar por ela, dariam a ela todo o amor que lhes cabia, e mais, fariam dela parte de suas famílias.

Estêvão já tinha dado entrada no pedido de guarda, mas a demora por uma posição do juiz estava deixando-o inquieto, queria tirar Helena do abrigo para ontem, mas tinha ciência que levaria mais tempo do que seus nervos podiam aguentar.

Mais um dia tinha se passado e nenhum sinal da assistente social que estava cuidando do caso. Nem uma ligação, um e-mail, uma mensagem de texto, um sinal de fumaça, nada! Mais uma noite Estêvão chegava em casa sem um parecer, mais uma noite frustrada.

Mas, mesmo sem nenhuma informação importante, ele não deixou de ter uma surpresa quando adentrou pela porta de casa: sua mãe a todo vapor limpando o apartamento, como se não houvesse amanhã.

— Mãe, o que a senhora está fazendo aqui?

A senhora deu uma risadinha acolhedora e foi recebê-lo com um abraço caloroso.

— Quando você me ligou contando essa história maluca em que se envolveu, só consegui pensar: meu filho precisa de mim.

Os dois caminharam juntos até o meio da sala, lá Estêvão se sentou no sofá, enquanto Pilar continuava espanando tudo.

— Não precisava se incomodar, mãe, eu ia pedir para a diarista vir aqui – comentou ele, olhando ao redor, vendo o milagre que a mãe já tinha feito até ali.

Pilar parou sua tarefa por um instante, foi à geladeira, encheu um copo de suco e serviu Estêvão, em seguida se sentou ao seu lado.

— Acho que essa diarista foge desse apartamento como o diabo foge da cruz.

De sua garganta ecoou uma risada gostosa, e naquele instante Estêvão se lembrou que adorava aquele som.

— A senhora está exagerando – fingiu indignação.

— Estou? – uma sobrancelha se arqueou.

— Não.

Eles riram juntos.

— E então, – passou a falar um pouco mais séria – como anda esse processo de guarda da... – semicerrou os olhos, buscando na mente o nome da garota – Geleia?

Não foi fácil conter um riso com a cara da mãe, e ele não conteve.

— Bom, o que eu tinha que fazer já fiz, agora é aguardar a decisão do juiz.

— E está otimista? – indagou elétrica.

— Sim – seu suspiro indicava uma ansiedade anormal. – Estou muito animado com a ideia de cuidar de uma adolescente, mas confesso que também estou assustado. Isso é normal, mãe?

Pilar se achegou a ele, dando tapinhas em seu rosto e contemplou aqueles olhos inquietos buscando os dela. Ela nada disse a princípio, só lhe sorriu, e no fim era o que ele precisava.

— Se você for tão bom tutor quanto é bom tio, essa menina estará feita, mas tenho certeza que você vai se sair bem – se levantou, catou o copo que ele usara e foi para a cozinha.

— Tomara – disse mais para si mesmo do que para a mãe.

Pilar esqueceu-se da arrumação e voltou sua atenção para as panelas.

Sintomas de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora