Chapter XX

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Eu te amo, Draco.

Draco ficou perplexo pela confissão da bruxa. Ela o amava.

Já fazia alguns dias desde o episódio daquela noite e Draco ainda se encontrava pensativo quanto ao fato de que Hermione o ama. Por um breve momento ele pensou que aquilo era uma mentira, mas bastou olhar para ela, ver o brilho em seus olhos e o carinho que o olhava para ter certeza de que os sentimentos eram verdadeiros.

Como nunca havia percebido isso? Como pode ser tão cego?

Nos dias que se passaram ele e Hermione não conseguiram se ver com frequência, o que no fundo fez Draco se sentir aliviado. Não que não tivesse gostado de saber dos sentimentos dela em relação a si, mas a revelação dos sentimentos dela o fez confrontar os seus próprios, algo que nunca foi bom em fazer.

Seus sentimentos eram muitas das vezes um mistério até para si.

Desde criança havia sido criado e ensinado que as emoções não deviam tomar o controle de sua vida, que elas deveriam estar em um segundo plano. Cresceu ouvindo que seus sentimentos deveriam ser trancados no lugar mais profundo de sua mente pois, de acordo com seu pai, sentimentos são uma fraqueza.

Em Hogwarts não foi tão diferente. A Sonserina não é conhecida por sair distribuindo abraços ou de fazer grandes demonstrações de sentimentos por aí, diferente da Grifinória que não tinham um filtro sentimental.

Quanto a sentimentos amorosos ele nunca havia criado tantas espectativas. Sempre pensou que seguiria a regra de ter um casamento arranjado por seus pais com alguma moça mimada de família sangue puro para aumentar a importância da família. Depois da guerra as coisas mudaram, mas mesmo assim não teve tantas expectativas quanto sua vida amorosa, claro que saia uma vez ou outra com alguma bruxa, porém, nunca ouve nenhum tipo de sentimento envolvido.

Até que Hermione chegou e virou sua vida de ponta cabeça.

Começaram com uma amizade fora do comum, depois ela começou a fazer ele sentir coisas estranhas. Primeiro começou com um frio na barriga, depois avançou para batimentos acelerados do coração e agora....

Será que era isso o tão famoso amor?

Como ela sabia que o amava? Será que havia algum manual sobre isso?

Draco afundou na cadeira e soltou um suspiro.

Estava perdido.

Deu um pulo de susto ao ouvir a porta de seu escritório bater.

-Será que ninguém te ensinou a bater na porta antes de entrar, Theo?

-Até tentaram, mas eu ignorei. - respondeu o moreno se sentando na cadeira de frente do loiro.

Draco rolou os olhos.

-O que veio fazer aqui?

-Vim ver como você está. Eu e Blásio estamos preocupados com você, está distante a semana toda.

-Estou bem, não é nada demais.

-Aham, e eu sou o Ministro da Magia. Vamos, desembucha.

Theo se levanta e vai até a mesa de bebidas que Draco tinha em seu escritório. Se serve de um copo de Whisky e se vira para Draco, esperando uma resposta.

Vendo que não tem outra saída Draco decide falar.

-Preciso te perguntar uma coisa. - Theo incentiva Draco a continuar. - Entre nós você é que mais tem experiência com... sentimentos.

-Creio que sim, por que?

Draco suspira.

-E você namora a algum tempo com uma bruxa misteriosa que nunca nos apresentou - Theo disfarça um sorriso - o que quero saber é... como foi quando ela se declarou pra você?

Theo cospe o Whisky que tomava e olha para o loiro com uma expressão surpresa. Passou as costas da mão na boca e abriu e fechou a boca procurando o que falar.

-Isso... eu não esperava que você fosse perguntar isso.

O morena se senta na cadeira em que estava momentos antes.

-E então, como que foi? Você se declarou de volta ou ficou surpreso ou...

-Ei,ei calma. Uma coisa de cada vez e respondendo a sua pergunta... eu não fiz nada. - vendo que o loiro iria falar novamente Theo se antecipou - Porque eu me declarei primeiro.

Agora foi a vez de Draco encarar o amigo surpreso.

-Não vi motivos para esconder o que sentia, então falei. - Theo diz ao ver a pergunta oculta no rosto do amigo.

-E o que ela fez?

-Ela riu. - Theo responde dando de ombros. - Pensou que eu não estava falando sério. Mas por quê está me perguntando isso?

-Eu... Eu...

Theo apoiou os cotovelos na mesa de Draco e o olhou com expectativa.

-Hermione se declarou pra mim a alguns dias atrás.

-Mentira. - Theo exclamou com um sorriso no rosto. - Também já não era sem tempo.

-Como? - o loiro questiona com o cenho franzido.

-Ora, 'tava na cara que vocês sentiam algo um pelo outro. Todo mundo sabia, até tia Cissa.

-Como vocês podem saber algo sobre mim se nem eu sei?

-Vocês dois são bem lerdinhos no quesito sentimento. Agora, já que foi ela que se declarou primeiro então Gina, Blásio e Pansy me devem dez galeões.

-Por que eles te devem dinheiro? - Draco perguntou desconfiado.

-Bom... digamos que nós apostamos qual de vocês dois se declararia primeiro e eu ganhei. - vendo a cara do amigo, Theo se aproxima dele. - Olha Draco, deixando a brincadeira de lado eu falo sério. Todo mundo já sabia que vocês dois sentiam mais um pelo outro do que um carinho de amigos pelo jeito que agiam um com o outro.
"Quando vocês estavam juntos era nítido o modo que se olhavam e tocavam um no outro, o modo que você sempre tratava ela com carinho e ela idem. Cara, seus olhos brilham só de ouvir falar do nome dela. Eu sei que o seu primeiro instinto é fugir disso, eu te conheço, mas não perde essa chance tá? Ela te faz bem, então vê se não estraga as coisas. "

Draco abriu um sorriso de agradecimento sincero para o amigo.

-Vou tentar não estragar as coisas.

-Eu espero, porque se você a machucar Potter, Gina e ela própria vão vir atrás de você.

Draco soltou uma gargalhada que logo foi acompanhada de Theo.

Depois daquilo o moreno foi embora de seu escritório, deixando um Draco pensativo para trás.

Ele ainda não estava cem por cento seguro de seus sentimentos, mas graças a conversa com o amigo seus sentimentos não eram mais uma completa incógnita para si.

The Midnight KissOnde histórias criam vida. Descubra agora