Chapter 7

33 4 0
                                    

clues

— Você tem certeza disso? — Era a primeira vez que se viam depois de meses, e Vampira já a estava colocando em alguma confusão. — Quero dizer, não foi esse cara que te sequestrou a uns meses atrás e te colocou na mira do clã dos Ladrões?

— Remy, não é um cara ruim, Kitty, ele só... Não teve os incentivos certos.

— Por que me parece que você gosta desse sujeito?

Elas ficaram em silêncio enquanto Anna Marie dirigia. Ela soltou uma risada humorada, que quase fez doer seu estômago, então olhou para a amiga e disse?

— Ah, pelo amor de Deus! O Gambit e eu? Não tem nada a ver.

— Oh, se você diz... Mas nunca ninguém me acordou às duas da manhã para dirigir vinte horas até nova Orleans para salvar alguém que é apenas "um cara legal". Você dirigiu VINTE HORAS!!!

O veículo parou no acostamento e Vampira o desligou, olhando novamente para a mais nova.

— Para tudo há uma primeira vez não?

Ainda estava escuro quando chegaram. Algo que deveria ser proeza do que chamamos de fuso horário, e ele estava começando a afeta-la. Vampira se lembrava com clareza de cada detalhe. O trilho de trem, o lago, a casa que ficava em algum lugar por alí. Se Remy estava de fato em perigo, certamente alguém no Clã sabia de algo a respeito.

Kitty a seguiu arrastada, sentindo o peso de vinte horas sem descanso, finalmente alcançar seu corpo. Seria mais fácil usarem o Pássaro Negro? Definitivamente. A menos que sua missão fosse secreta e ninguém no instituto Xavier, se não elas, sabia que estariam alí.

Haviam algumas embarcações amarradas no lago, e quando a bordo, Kitty pode finalmente tirar um cochilo, enquanto a amiga remarca até o outro lado. Vampira não parecia cansada. Nem um pouco se observasse com atenção. Estava mais para determinada, ou preocupada, algo assim. E quando chegaram do outro lado, onde finalmente havia a casa da qual lhe falara, ainda lhe restou energia suficiente para derrubar um ou dois capangas.

— Achou algo? — Kitty negou com a cabeça, enquanto vasculhava o local, entretanto, não havia ninguém, senão alguns guardas. — Eles não colocariam seguranças para proteger uma casa vazia.

— Com certeza não. — Uma voz masculina interrompeu a conversação, fazendo com que se virassem, notando que o mesmo tinha um revólver apontado para elas. — E as duas enxeridas parecem saber perfeitamente o que fazem não é?

— Quem você chamou de enxerida? — Rebateu Kitty.

— Talvez as duas mutantes que estão invadindo a MINHA casa.

— Ora seu...

Vampira se adiantou, colocando a mão na frente da amiga e tomando a palavra.

— Bem, na verdade nós estamos procurando pra Remy Etiene LeBeau. Você sabe onde ele está?

Os olhos negros do homem se arregalaram, mas sua expressão tornou-se indestrutível em poucos segundos. Ele soltou uma risada.

— Não conheço. — Deu de ombros. — E se eu fosse vocês sairia daqui.

— Bem, eu não vou embora enquanto não falar com ele. — Anna Marie cruzou os braços em uma posição intimidadora, fazendo com que o proprietário a olhasse por cima do ombro. — Não se faça desentendido, sei que você e Gambit trabalharam juntos, ele me ligou essa madrugada, parecia aflito, eu só... Estou preocupada.

O homem sorriu novamente a olhando com reprovação e depois voltou o olhar para os próprios pés.

— Disse que ele ligou?

— Sim... Me disse que o estavam caçando e que ele tinha uma informação importante. Sabe o que pode vir a ser?

Ele negou com a cabeça. Suspirou, então pediu que o seguissem até o andar de cima. Havia uma espécie de Dojo, com uma mesa de centro e um mapa nacional holográfico. Ele apoiou as mãos sobre a mesa encarou o holograma.

— Remy nos deixou há alguns meses, partiu sem dar certeza de retorno. Eu o tenho monitorado desde então, evitando que se coloque em encrenca, sabe? Infelizmente, ele não recebeu o apelido de Gambit a toa. Perceberia se eu deixasse um rastreador, então arranjei uma forma de grampear o telefone dele.

— Por que faria isso? — Vampira Indagou curiosa.

— Por que Remy é meu irmão adotivo, e eu tenho... Carinho por ele. Eu acho.

— Você acha... — Kitty riu da afirmação, recebendo um olhar repreensivo do homem. — O que são essas inscrições?

— Ligações. — Disse apontando-as no mapa. — As mais recentes foram feitas de algum lugar em Massachusetts, infelizmente o provedor é bastante protegido, mas provavelmente é com quem ele tem trabalhado. Eu só não sei quem poderia ser.

— Ótimo. — Bradou Vampira. — Então não temos um nome, nem uma localização...

Ela tinha quase certeza de que esse seria o resultado de sua missão, mas voltar para casa de mãos abanando não era lá o que esperava quando decidir viajar até nova Orleans e algo lhe dizia que o tal "irmão" de Remy, estava escondendo alguma coisa.

— Bem... Tem algo que eu encontrei da última localização do Gambit, talvez possa ajudar.

Ele fuçou algo em uma gaveta e pegou um bilhete, assinado por W.Q. Não fazia idéia de quem era e a caligrafia da carta era impressa, portanto... Nada que pudesse ajudar até aí.

— Nós deveríamos voltar para a escola. — Sugeriu Kitty, quando Finalmente saíram da medonha mansão. — Olha você mesma me disse que o Gambit está acostumado a lidar com gente que não presta, talvez ele esteja bem.

— E talvez esteja em perigo. — Replicou.

— Okay, então... A gente pode simplesmente ignorar a idéia de voltar para a escola. Não se lembra de nada do que ele  disse nessa ligação?

Vampira negou com a cabeça, mas logo lhe veio a memória algo sobre um e-mail. Remy havia comentado algo antes de desligar. Ela parou o carro no acostamento dando espaço para um caminhão passar e abriu o celular, que demorou um pouco devido ao sinal de internet.

— Anna?

— Está codificado, você poderia...?

— Ah, por favor, eu sou uma hacker. — Gabou-se a mais nova, destravando a senha do arquivo. — Wow! Quanta coisa...

— Algo sobre a localização dele?

Katherine negou com a cabeça.

— Não, mas ele mencionou algo sobre um soro experimental para reprimir o gene X. Aparentemente uma organização chamada clube do inferno pagou uma grana preta pra ele roubar os frascos.

Agora tudo fazia sentido. A história sobre estar sendo caçado e não poder dar detalhes. Eles não sabiam ao certo em que terreno estavam pisando e se Remy de fato havia sido capturado por esse Clube do Inferno, ou talvez pelas pessoas de quem roubara o soro, talvez estivesse em real perigo.

— Ele não diz quem estava atrás dele?

Kitty passou os olhos por mais algumas informações antes de responder ao notar um nome familiar.

— Não, mas sugiro que voltemos a Salen Center, acho que sei por onde podemos começar. Indústrias Worthington.

— A do pai do Warren? — Anna franziu o cenho, enquanto tornava ligar o carro. Aquilo não fazia o menor sentido. — Por que ele criaria esse tipo de coisa? O filho dele é um mutante.

— Vampira, cá entre nós os pais do Warren nunca aceitaram ele como ele é... — E disse após alguns segundos de silêncio. — Acho que os pais de nenhum de nós. Eu ainda fico me perguntando se algum dia alguém realmente vai nos aceitar.

Anna a olhou pelo espelho então balbuciou algo, que não pode ser ouvido pois logo uma explosão atingiu o veículo, que capotou pela estrada até cair da beirada de um barranco, sob o olhar satisfeito de seu atirador fardado, que logo tomou a forma de uma mulher de pele azulada e olhos felinos. Ela sorriu feliz com seu trabalho e ativou um comunicador em sua orelha.

— O alvo foi atingido. Espero novas ordens.

The Evolution Continues | X-menOnde histórias criam vida. Descubra agora