Chapter 12

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The cure

Bobby havia ficado um pouco mais e após o fim da reunião decidiu ficar sozinho na quadra de baseball. Ele não era lá o melhor jogador do colégio. Preferia mil vezes o futebol de campo, e vez ou outra se juntava ao pessoal para jogar. De alguma forma era o único momento em que eram um pouco mais do que apenas os X-Men, independente do quanto Logan roubava nos jogos.

Ele soltou uma risada sem humor, enquanto arremessava pela décima quinta vez contra um boneco de gelo, que se partiu com o impacto da bola.

— Isso parece meio solitário daqui. — Bobby tomou um susto e olhou para trás notando a garota de cabelos verdes sentada no gramado da quadra. — Você tá legal?

— Eu sobrevivo. — Deu de ombros. — Na verdade, salvar um mundo que quer te ver morto era mais divertido quando eu tinha quatorze anos. Quer dizer, eu tinha maturidade suficiente para fazer piada disso, mas no fundo eu sabia...

— Que não tem graça nenhuma? — Ele concordou. — Se ajudar, a coisa que eu mais queria aos quatorze anos era me tornar X-Men.

Bobby se sentou ao lado dela no gramado.

— E agora?

— Queria muito voltar a ser criança. — Eles riram. — A vida é mais fácil antes de você descobrir que nasceu com uma bomba genética.

Ficaram em silêncio por alguns instantes antes que Robert Finalmente perguntasse:

— O que o Magneto disse pra você? — Lorna desviou o olhar como se evitasse a pergunta. — Ontem, na ilha da liberdade. Você ficou irritada com algo que ele falou.

Não era importante. Ela dizia para si mesma. Ou pelo menos, queria acreditar que Magneto estivesse inventando toda aquela baboseira para deixa-la irritada. Mas a dúvida não deixou com que pegasse no sono e talvez tenha sido o que a fez vaguear pela cidade naquela manhã. Ainda assim insistia em dizer...

— Nada Importante. — Bobby torceu o nariz para aquela resposta. Mas também, não era lá algo muito distreto de se perguntar.

Foi quando o sistema de alarme disparou avisando que havia um intruso na mansão. Eles correram para a entrada, onde estavam Alex, Kitty e Vampira, cercando um homem alto e de sobretudo ao qual Bobby logo reconheceu ser o francês que há alguns meses trabalhava com o Magneto.

De volta à sala de reuniões - dessa vez a oficial, não a sala de estar -, os X-Men estavam novamente inquietos. Alex andava de um lado para outro, apreensivo, enquanto Kitty, Bobby e Lorna faziam o possível para impedir que Vampira agarrase o pescoço de Gambit, que tentava manter o máximo de distância possível. Logan estava em um canto da sala achando que eles poderiam se matar e ele não estaria nem aí. Não é como se Charles tivesse viajado para a Escócia e o deixado com um bando de moleques.

— Então... — Alex o olhou com seriedade. — Você enviou uma mensagem para a Vampira ou não?

— Oui! — Confirmou um pouco vago em sua resposta. — Na verdade, estive de fato em Orleans e mandei uma mensagem de emergência, mas não a encontrei depois disso.

— Como? — Ela franziu o cenho. — Você estava com a gente quando o Magneto nos capturou.

O silêncio, entretanto já deixava clara a resposta. Remy negou com a cabeça, enquanto tentava explicar o que havia de fato ocorrido.

— Chérie, non... Eu não consegui sair de Nova Orleans depois disso.

— E onde esteve então? — Kitty exigiu uma explicação. Era mais que visível que havia algo naquela história que Gambit não lhes estava contando.

— Precisei cuidar de uns assuntos... — Divagou.

— E você está aqui por quê...?

O francês apenas deu de ombros, e aproximando-se entregou um pendrive nas mãos de Ciclope.

— Pensei que isso talvez pudesse ajudar. É uma cópia do arquivo que peguei das Indústrias Trask, contém algumas informações interessantes.

— Como? — Alex arqueou as sobrancelhas.

— Talvez como o protótipo do soro que eles chamam de "A cura".

A cura! Aquela denominação martelava na cabeça ee cada um deles, como um lembrete de que talvez tudo pelo qual lutavam estivesse indo por água abaixo. Talvez Magneto estivesse certo ao dizer que não haveria coexistência. Talvez de fato o futuro lhes reservasse campos de concentração, nos quais seriam mantidos presos e subjugados. Talvez não houvesse futuro mutante e nada daquilo de fato valesse a pena. E se não fosse para dar certo? E se de fato estivessem doentes? Eram tantas dúvidas para tão poucas respostas.

Caos se instalou de vez com a chegada dos estudantes mais jovens. Eles estavam de férias, e como bem havia avisado Xavier, retornariam na tarde daquele dia. Para o azar do corpo docente, entretanto os alunos já estavam cientes da tal cura.

— A gente vai morrer antes desse dia acabar. — Declarou Kitty, entrando na cozinha após liberar a última turma para os dormitórios. Para sua felicidade não haviam muitas crianças.

— E hoje é só o primeiro dia, imagine quando começar de vez. Cerveja? — Ofereceu Logan, mas ela apenas negou. — Charles está de brincadeira em trazer esses moleques para cá... — Reclamou. — De todos os momentos este é o pior. Eles estão assustados.

— Apavorados, para ser sincera... — Observou a mais nova.

— O pior é ter um ex X-Men ajudando com a Campanha. Se um de nós é a favor...

— Aff! Ninguém realmente sabe de essa droga funciona! — Esbravejou irritada  — É como dar cloroquina para um infectado com Covid.

Logan a olhou com um sorriso zombeteiro.

— Você vai ser muito criticada por isso.

— A única diferença é que não estamos doentes. — Lorna entrou cortando a conversa. — Então a menos que haja vacinação pra mutação genética, eu tenho certeza de que toda essa balela pode ser qualquer outra coisa, menos uma cura.

Kitty se sentou ao lado de Wolverine e baixou o olhar, tentando encontrar alguma alternativa.

— O que você sugere? — Indagou Logan, mas Polaris apenas deu de ombros e se sentou sobre o balcão de frente para eles.

— Sei lá, talvez... Uma pequena excursão à fonte de tudo isso?

— Quer dizer invadir? — Kitty a olhou horrorizada.

— Tô dentro. — Wolverine se levantou. — Kitty?

— É... É claro.

— É claro que não! — Alex entrou no exato momento já disposto a impedi-los de cometer alguma atrocidade. — O professor disse para ficarmos longe de confusão. E sinceramente... Não acredito que vocês estão indo nas ideias dessa doida.

— Quem você chamou de doida? — Lorna de levantou o encarando. Ela era ao menos dois palmos mais baixa, o que deixava a situação cômica, mas não menos preocupante.

— A pessoa que está sugerindo invadir uma propriedade privada. — Pontuou.

— Exatamente para não precisar me preocupar que eles invadam a sua casa futuramente e que te forcem a tomar... Seja lá o que for aquilo!

— Nossa! Sabe quem você parece falando desse jeito?

Os demais ficaram em silêncio, apenas observando a discussão, até que Vampira chegou e se colocou no meio.

— EEEI! BORA PARAR COM A PALHAÇADA! — Reclamou. — Virou um bordel isso daqui agora?  — Todos ficaram em silêncio e Logan apenas deu mais uma golada em sua cerveja antes de intervir.

— Certo. O negócio é o seguinte. Nós vamos lá descobrir o que tá pegando com essa tal de cura. Quem quiser, é só se unir a mim na garagem daqui a dez minutos. Agora, quem for contra... — Ele deu de ombros, olhando sugestivamente para Alex. — Pode ficar aqui tentando adivinhar. O que me diz, Destrutor?

Alex revirou os olhos.

— Dez minutos.

The Evolution Continues | X-menOnde histórias criam vida. Descubra agora