Quatorze

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ANASTASIA

Eu congelo no limiar da porta pesada do escritório de Christian.

Sinto meu estômago dar cambalhotas dentro de mim e tenho certeza que não tem nada a ver com a notícia que vim tão eufórica compartilhar com Christian.

Seus olhos saem de cima do meu pai e me fitam horrorizados. Ray percebe e se vira para mim, um sorriso diabólico crescendo nos seus lábios e não preciso de mais nada para acalmar o meu coração acelerado.

Eu o conheço melhor do que ele imagina.

O que quer que venha dele é mentira.

— Anastasia, querida. Que bom te ver aqui, vai me poupar tempo. — ele abre os braços e caminha na minha direção, meu estômago voltando a ficar raivoso.

Christian parece à beira de um copalso nervoso, balançando a cabeça freneticamente para mim.

Eu sei, baby. Confio em você.

Ray para a centímetros de mim e faz menção de me abraçar, mas fujo do seu contato nojento e corro para os braços do homem que me ama e entende de verdade. Christian suspira aliviado e me aperta contra seu peito enquanto beija minha testa.

— Eu não sei quanto você ouvir, mas eu juro que não passa de um mal entendido. — ele sussurra baixinho, seus olhos brilhando com lágrimas.

Ray, isso vai te custar caro.

— Infelizmente presenciei o que ele falou mas eu confio em você, Christian. Conheço seu caráter, conheço seu coração e sei a pessoa maravilhosa que é.

Ele sorri meio nervoso e me aperta ainda mais, me dando um beijo casto nos lábios. Ray bufa nas minhas costas e bate palmas ironicamente.

Me afasto de Christian e olho para o meu pai.

Deus, o que houve aqui?

Para onde foi o pai amoroso e dedicado?

O antiquado Raymond Steele. Homem de princípios e temente a Deus que até algumas semanas atrás era um cordeiro do senhor?

Depois me perguntam porque eu não gosto de religiosos.

— O que você quer aqui? Deixei bem claro aquele dia no hospital que não te queria perto da minha família.

O sorriso sarcástico dele some, mas o brilho de ódio surge quente e afiado nos seus olhos.

Ele vem como um furacão para cima de mim, as mãos fechadas em punhos. Christian me puxa para as suas costas e se coloca na minha frente.

— Se colocar a mão nela eu juro que te jogo dessa janela. Já viu como o prédio é alto, não é? Acho que não preciso lembrá-lo que estamos no último andar e uma queda daqui seria letal.

Ray para a sua caminhada furiosa e aperta os punhos ainda mais, os nós dos dedos ficando assustadoramente brancos.

— Não vai poder protegê-la para sempre, Grey. Anastasia merece saber o que você fez e duvido muito que ela vá querer te ver na frente dela depois de tudo. Afinal de contas você foi o responsável por muitas das marcas roxas que ela via no corpo da mãe quando criança.

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