CHRISTIAN
- Como isso aconteceu? - olho para os seguranças com uma falsa tranquilidade.
Cuidem da Anastasia.
Não tirem os olhos dela.
Ela é a prioridade aqui.
Eles só tinham que fazer isso, mais nada.
Não era uma tarefa muito difícil, certo?
- Nós não sabemos o que aconteceu, senhor Grey. A senhorita Steele pediu para entrar em uma loja e nós a acompanhamos. Só nos descuidamos por trinta segundos e ela já havia sumido.
Bato minhas mãos com força na mesa, os objetos em cima dela se chocando no tampo com um baque alto.
- A ordem era não deixar ela sozinha nem um segundo se quer. Qual parte disso vocês não entenderam?
Eles abaixam a cabeça e sussurram pedidos de desculpas.
Para o caralho com as desculpas.
Eu quero a minha garota de volta, sã e salva.
- Eu já dei os primeiros passos, senhor Grey. - Taylor murmura do seu lugar com uma postura firme. - As imagens do circuito interno já foram solicitadas e logo saberemos quem levou a senhorita Steele para longe da segurança.
- Eu já imagino quem seja, Taylor.
Ele assente e vejo suas mãos apertarem em punhos.
Isso tem um peso pessoal para ele.
Taylor tinha uma filha que hoje seria pouca coisa mais nova que Ana. Uma garota bonita e inteligente que acabou se deixando envolver por pessoas ruins e foi morta pelo namorado à três anos quando quis terminar o relacionamento.
- Farei o impossível para encontrá-la, senhor Grey. Eu dou a minha palavra.
Eu assinto e ele se retira junto dos outros seguranças.
Olho meu celular pela milésima vez em busca de alguma ligação perdida ou nova mensagem da Ana dizendo que tudo não passou de um mal entendido e que ela já está voltando para a casa.
Mas não há nada.
Saio do meu escritório e faço meu caminho para o quarto, agarrando uma garrafa de uísque pelo trajeto.
Entrar aqui é como se afundar um pouco mais nas águas escuras e agitadas.
Tudo é Ana.
O cheiro, a decoração, os objetos.
A presença dela é tão forte que se eu fechar os olhos consigo ver ela dançando pelo quarto enquanto ri de alguma coisa idiota que eu falei.
Me jogo na cama e puxo o travesseiro dela para o meu rosto enquanto me afogo em álcool e desespero.
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Um barulho estridente me acorda.
O quarto já está banhado com a luz do dia, os sons caóticos de Seattle já sendo audíveis.
