ANASTASIA
Sinto beijos no meu pescoço e vou despertando aos poucos. Christian esfrega o nariz na minha pele e sorri antes de avançar e me dar um beijo carinhoso.
— Não queria incomodá-la, mas já vamos pousar e eu preciso te colocar no cinto. Não me perdoaria nunca se algo acontecesse com a minha garotinha.
Eu rio dele, passando os braços ao redor do seu pescoço e deixando que ele me levantasse. Ainda me sinto triste e atordoada por todas as coisas horríveis que escutei do meu pai, mas se ele quer ser um filho da puta desprezível o problema é dele.
Me magoou muito ver que em momento algum ele me deu uma palavra amiga ou conselho de pai, só me rechaçou sem piedade. Por Deus, ele me chamou de vadia.
— Não pense demais, baby. — Christian sussurra no meu olvido enquanto afaga meus cabelos.
Fazemos nosso caminho até as poltronas do jato e Christina se senta comigo ainda no seu colo, nos prendendo no cinto.
— Eu não vou. Foi a última vez, prometo. — ele balança a cabeça e me aperta contra o seu peito.
A Senhorita-Bate-Cílios - ou Rachel, como me foi apresentada - saiu da cabine e veio até nós com um sorriso aberto mas que escorregou consideravelmente quando me viu no colo de Christian. Ela poderia ter pensado que eu não percebi os olhares e sorrisos descarados que ela estava lançando só porque me sentia pouco sombria mas eu notei sim, como notei também que ela tem três botões da sua camisa social abertos, revelando o topo rendado de um sutiã azul marinho.
— Posso servi-lo em mais alguma coisa antes de pousarmos, senhor Grey? — ela ronrona e esfrega as mãos pela saia lápis que me parede um pouco mais curta do que deveria.
— Quer alguma coisa, querida? Você comeu quase nada que o dia todo. — Christian a ignora totalmente e olha para mim, só para mim. — Não pode ficar doente, Ana. Temos um bebê para fazer.
Escuto ela ofegar e sorrio vitoriosa, passando o mão na sua nuca enquanto me inclino contra o seu peito. Christian passa os braços ao redor da minha cintura e me abraça com força, dando beijinhos e mordidas no meu ombro.
— Não estou com fome agora mas eu aceito ser levada para jantar. — ele ri e vejo quando ela revira os olhos.
— Se não desejam nada eu vou me retirar. — apesar do anúncio ela continua parada no mesmo lugar, olhando entre Christian e eu.
— Você não estava de saída? — pergunto e sinto o sorriso de Christian contra a minha pele. O rosto dela perde a cor na mesma hora e ela engole, apertando as mãos em punhos.
— Sim, claro, só estava conferindo se realmente não precisavam de nada. Com licença. — ela tropeça nos próprios pés enquanto marcha para a cabine do piloto sem olhar para trás.
— Você é terrível. — ignoro as palavras de Christian e me remexo no seu colo, chegando mais perto da janela.
O mar azul cristalino e o luxo de Mônaco me cumprimentam, mesmo que de longe. Christian agarra a minha cintura e me segura firme enquanto o jato mergulha e pousa suavemente na pista. Ele mal consegue me segurar. Assim que a nossa saída é liberada eu já arranco o cinto e corro para fora do jato, me atrapalhando no escada.