Anastasia
Rejeitada.
Eu fui categoricamente rejeitada na minha noite de núpcias.
Christian simplesmente saiu do quarto e me deixou sozinha como se eu não fosse nada além de uma sujeira chata nos seus sapatos italianos caros.
Mas ainda não era o suficiente.
Ele tinha que sair do apartamento, passar o resto da noite fora e voltar para a casa com o dia amanhecendo e com um cheiro insuportável de uísque e perfume barato.
Eu nunca fui uma filha rebelde, sempre escutei o que minha mãe dizia, mas passei por cima dela sobre esse casamento.
E eu já estou me arrependendo amargamente disso.
Onde eu estava com a cabeça?
Ele é praticamente um estranho.
Um bonito e sedutor estranho que mexeu com partes do meu corpo e mente.
Depois do momento além de constrangedor de receber o meu marido bêbado logo na primeira manhã após o nosso casamento desisti de tentar dormir novamente.
Me enfiei no banheiro e enchi a banheira até a borda com água fumegante. Minha pele se irritou por causa da temperatura um pouco mais elevada que o necessário, mas a dor foi boa.
A dor física aplacou a emocional.
Limpo uma lágrima solitária e olho ao redor do banheiro, melancolia me batendo.
Minha mente viaja para os momentos maravilhosos que passei com Elliot. Todas as vezes que ele me protegeu e me fez sorrir de alguma bobagem. Todas as vezes que ele prometeu esfolar qualquer cara que me machucasse.
Eu pensei estar superando, a dor parecia um pouco menor e suportável, mas aparentemente eu estava enganada.
Desde que Christian saiu ontem como se tivesse nojo de mim minha cabeça já começou a montar mil cenários diferentes.
Ser uma pessoa ansiosa não ajuda muito.
Duvido muito que ele me ame, então por que quis se casar comigo se não sente atração por mim?
Já estar caída de amores por ele também não é um ponto favorável para mim.
Porra, Anastasia.
Suspiro e me afundo na banheira, tentando fortemente não surtar.
◕ ◕ ◕
Christian está folheado um jornal quando entro na cozinha quase uma hora depois.
Arqueio uma sobrancelha e olho para ele com atenção. O cabelo perfeito, as roupas alinhadas e o rosto inexpressivo de sempre.
Pessoas normais tendem a ter ressaca, certo?
Ainda mais pessoas no estado de embriaguez que ele estava até alguma horas atrás.
Ele tira os olhos da matéria que está lendo sobre um homicídio em Austin - coisa tranquila para se ler num domingo de manhã na mesa do café - e aponta para a banqueta alta ao seu lado no balcão de pedra escura.
Aumento um pouco mais a distância entre nós, meus olhos fitando tudo menos seu rosto e me sirvo de uma xícara de café.
Não gosto de café, mas sinto que preciso de cafeína para recarregar as minhas energias já que perto dele parece que estou sendo sugada e consumida.
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Lo Imperdonable
RomanceAlguns erros são esquecidos com o tempo, mas outros são imperdoáveis...