Prólogo

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O copo em sua mão já era o décimo terceiro, mas ele tinha parado de contar depois do quinto. Seu celular vibrava na mesa perto dele, mas ignorá-lo parecia a melhor opção. Ele sabia quem era, mas seu irmão não merecia ouvir sua voz naquele momento, pelo menos não no estado deplorável em que se encontrava.

A dona da medalha que tinha no calor da sua palma tinha prometido a ele o amor eterno, fidelidade eterna. Jurou permanecer ao seu lado para toda a eternidade.

Triste engano.

Sonhou com a correspondência do sentimento, com a declaração, com a possível união, mas a única coisa que essa mulher fez foi machucá-lo. Tão diferente da irmã ela era.

Zombou do seu amor.

Brincou com seus sentimentos.

Pisou na sua honra.

Ignorou as suas súplicas.

Abondou-o sem mais explicações.

A. Rose Steele.

Amou tanto essa mulher. Prometeu ser o homem da vida dela até que a morte os separassem.

As jóias, os carros, o dinheiro... foi tudo tão bem-vindo, tão bem aceito por ela, mas o seu amor...

Humilhado.

Essa seria a melhor palavra para defini-lo.

Patético.

Concorreria bem com a primeira opção de adjetivos, mas não era o único. Outros inúmeros surgiram na sua mente.

O celular soou novamente e um suspiro escapou dos seus lábios.

Mesmo cambaleante, ele se colocou de pé e caminhou até a escrivaninha, mas não para apanhar o telefone. Deslizando a única gaveta aberta, se deu com o brilho sedutor do revólver.

Era um objeto bonito, perigoso e libertador, tudo ao mesmo tempo.

Usou os dedos para manejá-lo, memorizando temporariamente cada aspecto da arma.

O maldito celular zumbiu novamente e ele bufou, frustrado.

Pegou o celular dessa vez, desbloqueado-o, mas ignorou a chamada de seu irmão.

Pobre Christian. Mesmo ainda tão jovem já seria obrigado a lidar com o fracasso do seu irmão.

Seus dedos se moveram rapidamente no teclado numa mensagem rápida e objetiva. Não contaria seus motivos, não valia a pena. Compartilhar com outra pessoa significava admitir o seu fracasso e isso era inaceitável, ainda mais quando a pessoa em questão era seu amado irmão.

Me perdoe pela
minha fraqueza.

Assim que a mensagem foi enviada, ele jogou o celular na gaveta e agarrou a arma.
Foi tudo muito simples. Uma sequência rápida e indolor.

Apontar para a cabeça.

Puxar o gatilho.

Pronto.

Esse foi o fim do seu sofrimento.

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