Capítulo 23

1.2K 186 77
                                    

Anastasia

Christian me olha com pavor.

A cor vai sumindo do seu rosto e ele balança, parecendo prestes a desmaiar.

Coloco o colar da minha irmã sobre a mesa e me aproximo dele, o empurrando na cadeira. Ele cai com um baque e suspira, seus olhos se movendo nervosamente entre eu e o pingente da Antonella.

- Christian, me responde, pelo amor de Deus. A minha cabeça já está criando cenários horríveis e eu vou acabar surtando se você não me disse a verdade. O que o colar da Antonella está fazendo no seu cofre?

- Não é nada disso que você está pensando. - ele responde num sussurro e afrouxa a gravata. - Eu... Eu... Eu recebi isso.

- Como assim recebeu isso? Quem te deu? - eu grito com ele, meu corpo tremendo.

Ideias insanas começam a vir sem parar na minha mente, uma coisa pior que a outra.

Ele se casando comigo mas na verdade querendo ela.

Christian e Antonella tendo um caso, meu marido me traindo em debaixo do meu nariz com a cadela da minha irmã.

- A polícia me entregou. - Christian murmura e limpa a garganta. - A polícia me entregou isso junto com outros pertences que acharam no apartamento do Elliot na noite em que ele se matou.

Eu arfo, meu coração acelerando desesperadamente.

Sinto um ardor no peito e minhas pernas falham. Christian corre até mim e me segura contra ele, seus dedos acariciando meu cabelo.

Lágrimas embaçam a minha visão e começaram a rolar sem que eu consiga controlar. Afundo minhas unhas no tecido do seu terno e soluço alto.

Maldita Antonella.

- Foi por culpa dela, não é? - grito em meio ao meu choro desesperado.

Christian me segura mais forte contra o peito e sinto as lágrimas dele nos meus ombros.

- Eu vou te contar tudo, mas preciso que fique calma.

Assinto e tento controlar os sentimentos conflitantes que crescem no meu âmago. Um misto de raiva, decepção e ódio ferve meu sangue, um desejo de morte correndo pelas veias.

- Como você soube? - Christian limpa meu rosto e me levanta nos seus braços, caminhando até o sofá do escritório.

Ele se senta e me ajeita no colo, seus olhos vermelhos pelo choro de momentos antes.

- Antes de se matar o Elliot me mandou uma mensagem. Ele me pedia perdão pela sua fraqueza. Nós estávamos um pouco afastados na época por causa do trabalho e essas merdas, mas ainda nos falávamos sempre que possível. Uma semana antes disso nós fomos tomar uma cerveja e notei que ele não estava bem, tentei conversar, perguntei qual era o problema mas ele disse que era só cansaço. Por aquela semana eu continuei ligando e mandando mensagens, mas ele parou de responder. Eu estava fora da cidade mas assim que chegasse iria até ele. A mensagem chegou quando eu ainda estava na estrada.

- Me lembro desse dia. - abaixo a cabeça e as lágrimas voltam. - Recebemos a notícia de madrugada. Eu não acreditei quando papai me disse o que havia acontecido.

- Depois disso, tudo foi no automático para mim. Corri para o apartamento do Elliot mas já era tarde. Ele já havia atirado contra a própria cabeça e sobrou para mim lidar com tudo. Meus pais estavam devastados, não seria diferente. Depois de olharem o apartamento por completo um dos policiais me entregou uma caixinha trancada à cadeado. Não tive coragem de abrir na época, mas a algumas semanas atrás acabei rendido pela curiosidade e abri.

Lo Imperdonable Onde histórias criam vida. Descubra agora