Capítulo 9

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Anastasia

Dou um passo para trás, depois outro e mais outro até colocar entre nós uma distância confortável.

A lua cheia ilumina tudo ao nosso redor e reflete no diamante enorme que ele estende na minha direção com um olhar cheio de expectativas.

Tudo bem, acho que dei os sinais errados e Christian confundiu as coisas.

— Olha, Christian, eu acho que você não entendeu alguns pontos aqui. — murmuro com um sorriso, usando o tom de voz mais amoroso que consigo diante do pânico crescente.

— Como assim? — ele ri, dando um passo largo e acabando quase totalmente com a distância que eu havia imposto.

Recuo novamente, respirando fundo e dando as costas para ele.

Deus, o quê eu faço?

— Christian, você parece ser um cara legal e eu gosto de passar um tempo com você, mas é só isso. Nós mal nos conhecemos e casamento é uma coisa séria.

Escuto ele bufar nas minhas costas e murmurar uma maldição antes de agarrar meu braço e me girar, puxando meu corpo para o seu peito forte.

— Já ouviu falar em amor à primeira vista? — eu reviro os olhos.

— Isso é estúpido, Christian e eu sou inteligente o suficiente para saber que essa merda não existe.

Empurro seu peito, me afastando do seu aperto de morte.

— Olha, Anastasia, eu sei que é precipitado mas nós podemos nos casar e ir nos conhecendo aos poucos. Você é uma mulher muito bonita e eu não quero deixar o caminho livre. — eu rio, cruzando meus braços sob os seios.

Lanço para ele o meu olhar mais feio, mordendo o lábio inferior para conter as palavras ofensivas que minha língua está coçando para soltar.

— Escuta aqui, Christian, primeira coisa; eu não tenho dono. Sou dona das minhas próprias decisões e não preciso de ninguém para controlar meus julgamentos. Segundo, se eu me casar algum dia será com uma pessoa que eu tenha o mínimo de afinidade, não com um quase estranho que conheci a alguns dias.

Christian fecha a caixinha do anel e a aperta nas mãos em punhos cerrados, raiva saindo de cada um dos seus poros.

— Se julga tão recatada mas pula na cama de qualquer um na primeira oportunidade.

O som da minha palma batendo no seu rosto ecoa entre nós, seguido do meu suspiro. Christian dá um passo para trás e esfrega a bochecha vermelha, me dando um olhar de ódio. Minha mão começa a formigar, mas a raiva correndo pelas minhas veias neutraliza qualquer dor.

— Olha como fala de mim, porra. Não me conhece, Christian. Não sabe nada sobre mim. Eu sou ótima em ser educada, mas excelente em ser vingativa. Não vai querer conhecer meu pior lado, Christian. — aponto o dedo na sua cara, ignorando o tremor sacudindo meu corpo. — Cuidado como fala comigo.

Engulo as lágrimas na minha garganta e caminho tranquilamente para longe dele, me negando a correr e fazer papel de ridícula.

Antonella está na porta do terraço de braços cruzados enquanto subo as escadas. Ela me lança um olhar curioso e abre a boca para perguntar, mas a empurro para fora do meu caminho e sigo pelo corredor.

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