Capítulo 10

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Anastasia

Encontro com o meu pai na recepção. O sorriso dele escorrega assim que me vê marchando para o elevador.

— Ana, querida, tudo bem? — balanço a cabeça, socando o botão no painel.

— Tudo, não se preocupe. Tem dois idiotas na sua sala, se eles quiserem se matar não tente impedir. — dou de ombros e entro no elevador, cedendo meu peso contra a parede espelhada.

A descida até o lobby é dolorosamente lenta. Pessoas entram e saem, me cumprimentando formalmente mas evitando o contato visual. Eu suspiro aliviada quando finalmente chego, mas o rosto sorridente de Carrick me saúda assim que as portas se abrem.

Essa merda hoje não.

— Anastasia, querida. — ele se afasta e me dá espaço para passar, estendendo a mão. — Que bom te ver.

— Igualmente, Carrick. O quê faz por aqui? — pergunto indiferente.

— Tenho uma reunião com o seu pai. Negócios pendentes. — balanço a cabeça afirmativamente.

— Claro, ele me disse mas eu acabei esquecendo. Por favor, fique à vontade. — sorrio para ele e saio, andando para fora da empresa.

A chuva cai forte, o vento frio batendo no meu rosto. Me abraço e desço as escadas correndo, caminhando pela tempestade. Algumas pessoas olham para mim com se eu fosse louca, mas não poderia me importar menos.

Qualquer coisa é válida para colocar a maior distância possível dos dois idiotas egocêntricos.

Caminho até o final da rua e paro na calçada esperando o sinal fechar. Um carro passa por mim e freia pouco à frente, dando ré. A janela do passageiro abaixa e Antonella olha para mim com as sombrancelhas franzidas.

— O quê você está fazendo na chuva? — dou de ombros, apertando os braços ao meu redor. — Entre antes que você fique doente. — ela abre a porta, se esticando para pegar uma bolsa no banco traseiro.

— Sempre achei que você odiava sair em dias de chuva. — ela dá de ombros e abre a bolsa, tirando uma toalha e blusa de frio.

— E odeio, mas eu estava me sentindo sufocada dentro daquela casa e resolvi ir nadar um pouco no country club. — assinto, esfregando a toalha no cabelo. — E então, o que você estava fazendo na chuva? — ela olha para mim rapidamente e desvia os olhos para o trânsito.

— Só precisava pensar um pouco, nada de mais. Estava indo pegar um táxi.

— Cadê seu carro?

— Deixei na empresa com o papai. — minha irmã para no sinal vermelho e olha para mim minuciosamente.

— O quê você não está me contando? — reviro os olhos, entediada.

Antonella é a minha irmã mais velha, eu sei, mas a nossa relação nunca foi boa. Ela sempre foi uma cadela comigo, enchendo o meu saco em tempo integral e contrariando o senso comum nós também nunca fomos amigas.

— Por quê esse interesse todo? Nós nunca fomos assim, Antonella. Você nunca ligou para o que eu pensava e eu nunca liguei para a sua opinião, ponto. — ela bufa, revirando os olhos.

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