Capítulo 5

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Anastasia

— Ana, acabaram de mandar isso para você, querida. — meu pai entra na sala de jantar com um buquê enorme de rosas vermelhas e uma caixinha de veludo nas mãos.

Mamãe me dá um sorriso do seu lugar da mesa enquanto sinto os olhos da minha irmã dançando dos meus presentes para mim.

— Quem mandou? — papai dá de ombros e beija a minha cabeça antes de tomar seu lugar na cabeceira da mesa.

— Não sei, querida. Estava vindo para cá e a campainha tocou. Foi uma empresa de entregas mas o garoto não quis dizer quem era o remetente.

Balanço a cabeça e cheiro as rosas. O aroma doce e primaveril flutua até o meu nariz e eu fecho os olhos.

— Eu amo esse cheiro. — murmuro ainda dentro da minha névoa e escuto mamãe rir.

— Você é mesmo um pequeno anjinho, Ana. Agora abra a caixinha, querida. Estamos curiosos aqui.

Coloco as flores sobre a mesa e desfaço o laço de cetim, puxando a tampa de veludo escura. O mais impressionante colar de rubis brilha diante dos meus olhos. Escuto Antonella arfar à minha direita enquanto minha mãe mal contém um grito.

— Meu Deus. — sussurro e pego com cuidado a jóia nas minhas mãos, esfregando os rubis em forma de gotas presos por tiras de pequenos brilhantes.

— Ana, é lindo. — mamãe fala, estendendo a mão para pegá-lo. — Quem é o sortudo, meu bem?

Arregalo meus olhos para ela, depois olho para o meu pai que lança olhares curiosos entre o colar e o buquê.

— O quê? Como assim, mãe?

— Ana, querida, não se faça de boba. Ninguém presenteia alguém com coisas assim — ela para e gesticula entre a jóia e as flores — Sem nenhum motivo.

— Eu não...

— Tem um cartão, Ana. — papai puxa um envelope marfim pequeno enfiado entre as flores que eu não havia notado.

Abro o pequeno lacre dourado e puxo o papel texturizado para fora. Uma caligrafia perfeita e elegante me cumprimentando.

A noite de ontem realmente foi perfeita, você é perfeita.
Escolhi rosas vermelhas porque me lembraram do seu perfume e os rubis porque vão contrastar com a sua pele.
Quero que os use essa noite. Te buscarei às oito em ponto.
Pense em mim até lá, baby.
Christian.

Mamãe dá um gritinhos e salta do seu lugar, correndo até mim para me envolver num abraço apertado.

— Querida, isso é incrível. Você e Christian. Meu Deus. — ela se abana, suspirando sonhadora. — Eu sabia que estava acontecendo algo entre vocês. O jeito que ele te olhou desde o primeiro momento.

Meu pai faz uma careta, pegando o cartão e lendo novamente em voz baixa.

— Não sei se gosto disso. Você ainda é a minha garotinha, Ana e só tem vinte e um enquanto Christian já é um homem de trinta. — Antonella bufa e bate as mãos na mesa fazendo toda a prataria e porcelana protestarem.

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