Capítulo 35

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Anastasia

E cá estou eu, frente à frente com a pessoa que mais me odeia no mundo.

Antonella Steele.

Àquela que deveria ser a minha melhor amiga, o exemplo a ser seguido, a minha confidente nas horas de desespero.

Eu olho para a minha irmã tentando manter a calma enquanto ela sorri e balança um revólver para mim.

Antonella não é nem de longe a mulher deslumbrante que costumava ser, logo ela que sempre foi tão preocupada com a imagem, tão soberba e vaidosa.

Os cabelos sujos e grudados na cabeça, as roupas rasgadas e as unhas sujas denunciam o fundo do poço que ela chegou. O cheiro que vem dela faz o meu estômago revirar e eu me escoro na porta, respirando fundo.

— Então você vai ficar? Quero te apresentar a minha nova casa. — ela sorri e abre os braços, suspirando. — É linda, não é?

— Eu recebi uma mensagem do Christian. Cadê ele? — consigo perguntar com um fio de voz e Antonella tomba a cabeça para o lado, estreitando os olhos para mim.

— Ele não está aqui se é isso que está insinuando. — ela responde com a indiferença tão característica e puxa um celular velho do bolso, balançando-o antes de jogado no chão. — Já ouviu falar em clonagem de chip?

— Como você conseguiu isso? Está a meses sumida, fugiu da clínica sem dinheiro. — Antonella ri e fita o telefone destruído. 

— Muitas portas de abrem quando você tem uma boceta, Anastasia. Você deveria ter aprendido isso, tenho certeza que o Christian não teria feito metade das coisas que fez se você tivesse deixado ele te comer antes do casamento.

— Você que sempre foi a raíz dos nossos problemas. — rosno puta da vida e Antonella assente com uma gargalhada.

— Eu sei e isso me fez tão feliz. — a expressão de satisfação dela rapidamente some e dá lugar a uma cheia de raiva, as bochechas até ficando levemente avermelhadas.

Arregalo meus olhos e tento abrir a porta novamente, mas Antonella corre até mim e me agarra pelos cabelos, me arrastando para longe da porta. Ela me dá um empurrão e eu perco o equilíbrio, caindo sentada no chão.

Não tenho tempo nem de processar a dor.

Sou pressionada contra o chão de madeira enquanto Antonella senta sobre a minha barriga e tenta me enforcar.

Arregalo meus olhos e me debato, tentando me livrar dela enquanto suas mãos apertam a minha garganta.

Respirar vai se tornando mais difícil e sinto meus sentindos começando a se perderem, meu corpo ficando mais mole.

Fecho meus olhos e a imagem do Christian vem à minha mente.

Nosso casamento, a intimidade que compartilhamos, nossas brigas e reconciliações.

Nossos momentos em frete ao espelho enquanto tocamos a minha barriga e sentimos o bebê chutar sem parar.

Com a força que me resta consigo abrir meus olhos e me debato vigorosamente contra a minha irmã enquanto arranho seus braços e rosto. Antonella grita e relaxa um pouco o domínio sobre mim. Aproveito a deixa e pressiono meus polegares nos olhos dela, empurrando meu corpo para cima.

Ela grita e tira as mãos de mim, me dando espaço finalmente.

Uso a minha força para empurrá-la de cima de mim e me levanto o mais rápido que consigo, uma dor aguda nas costas me fazendo arfar. 

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