Anastasia
Uma semana depois...
Essa foi a semana mais caótica da minha vida.
Sete dias de muita confusão, brigas, lágrimas e decisões para o futuro.
Depois da minha discussão com Christian no domingo desisti do meu passeio de barco e liguei para o meu pai pedindo para ele me acompanhar até o apartamento e me ajudar a pegar as minhas coisas.
Christian surtou, óbvio.
Tentou me trancar em casa, se ajoelhou no chão e implorou por perdão mas eu não pude dizer nada com excessão de adeus.
Papai não parece muito satisfeito com essa situação.
Ele está bravo, claro, mas para ele nós precisamos sentar e conversar como dois adultos que compartilham uma vida juntos.
É uma bobagem, eu sei.
Fácil falar que o melhor caminho é o diálogo quando o ferido da história não foi você.
Antonella também juntou as coisas dela e deixou a casa dos meus pais de madrugada sem avisar para onde estava indo. Ela só fez uma mala e foi embora levando algumas roupas, documentos e todas as suas jóias. Papai está tentando localizá-la mas até agora não obteve sucesso.
Hoje também tem tudo para ser um dia decisivo para mim, em diferentes aspectos.
Ronan tentou ganhar algum tempo com a desculpa de que eu precisava colocar as ideias no lugar, mas depois de ameaçar trocar de advogado ele se deu por vencido e entrou com o pedido de divórcio na sexta-feira.
Outra decisão que tomei foi a de deixar a faculdade definitivamente e começar a trabalhar com o meu pai. No início era só uma forma de manter a cabeça ocupada, mas estou realmente gostando da loucura de uma grande empresa no dia a dia e tem sido a distração que eu preciso pelos próximos meses.
Christian não tem me dado um segundo de paz, principalmente depois de saber que estou passando o dia no escritório.
Ele manda flores todos os dias, liga e manda mensagens a cada cinco minutos perguntando como estou e se podemos jantar naquela noite.
Não, idiota.
Nós não podemos.
Balanço a cabeça para afastar os pensamentos amargos e me levanto da cadeira, andando até as janelas panorâmicas.
A vida se desenrola lá em baixo rapidamente, o caos da cidade grande muito parecido com o que aconteceu com a minha vida nos últimos dias.
São tantas coisas fervilhando na minha cabeça que em alguns momentos eu tenho medo de fazer alguma loucura, mas a nova realidade que fui empurrada sem aviso prévio me obrigou a colocar os pés no chão e marcar uma sessão de terapia para amanhã à tarde.
— Ana? — me viro e vejo Kate enfiar a cabeça pela fresta da porta. — Posso entrar?
Eu assinto com um sorriso e limpo discretamente a lágrima teimosa que ainda insiste em cair toda vez que paro para pensar demais.
Ela coloca a bolsa na cadeira e vem até mim, me abraçando com força. Eu a abraço de volta e deito a cabeça no seu ombro, lutando ferozmente contra a vontade de chorar.
— Pensei que estava na faculdade. — murmuro com a voz meio rouca e me afasto dela com um sorriso mínimo.
— Tranquei por um tempo. Você está precisando de mim e quero estar do seu lado. — eu reviro os olhos e dou um empurrãozinho nela.
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Lo Imperdonable
Roman d'amourAlguns erros são esquecidos com o tempo, mas outros são imperdoáveis...