Capitulo 3

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Fiquem de olhos em algumas coisas que ela vai falar, em algumas reações do Shawn... Talvez a história não siga o rumo que vocês pensam.

E lembrando que essa história vai ser no estilo de Bride, mais curtinha, então não se assustem caso as coisas estejam acontecendo "rápido demais", o objetivo é esse mesmo.
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As vozes ao meu redor não pareciam nada comparadas à confusão que minha mente estava.

Minha irmã estava morta.

Eu fugi.

Eu deixei ela.

Eu era ela agora.

Não importava o quanto Karla fosse ruim, eu estava fazendo a mesma coisa que ela fez comigo: roubando sua vida.

E se ela estivesse viva? Mas não tinha nenhum batimento. Mas se ainda estivesse... Ela estaria morta, porque eles a teriam matado.

Isso não poderia ter acontecido, porque se não... Seria minha culpa. Eu a abandonei. Eu a deixei ali para eles.

Mas os médicos disseram que o que a matou foi uma pancada na cabeça. Isso. Eu não fiz nada.

Eu não fiz nada.

Eu tinha que viver. Se descobrissem que sou eu, eu morreria. Meus pais poderiam morrer.

Meu nome era Karla Cabello agora.

— Ela está em estado de choque, param de fazer tantas pergunras! — Ouvi meu pai exclamar. — Karla, querida... Se você puder dizer o que aconteceu....

Olhei para minha mão. A aliança estava ali, entrelaçada com a do marido da minha irmã, que segurava minha mão, tentando me tranquilizar. Tentando tranquilizar ela.

Mas eu era ela agora. Eu tinha que ser.

Levantei a cabeça, encarando os policiais e o médico.

— Estávamos indo para a oficina, eu notei um carro nos seguindo. Camila me mandou acelerar e eu estava tão assustada... — Respirei fundo. — O pneu do carro furou e ele derrapou, batendo em uma árvore. Eu... Eu tentei acordar ela e... — Passei a mão no rosto. — Ela estava morta. E eu sabia que se ficasse ali ia acabar morta também...

— Por que você ia acabar morta? — Um policial perguntou.

— Camila estava devendo. Estavam atrás dela. Se soubessem que ela estava acompanhada, não deixariam nenhuma testemunha.

— Sabe a quem ela devia?

— Não.

O policial assentiu.

— Você lembra de mais alguma coisa do carro? Viu algum rosto?

Balancei a cabeça.

— Foi tudo tão rápido...

— Certo. Sinto muito pelo incômodo, senhora Mendes, mas é um procedimento padrão. — Assenti, não respondendo mais nada. — Bom, caso precisemos de qualquer coisa, chamaremos você de volta.

— Eu já posso voltar pra casa? — perguntei, só querendo a minha cama.

— Você já recebeu alta, mas caso sinta qualquer coisa, como tontura ou dores fortes na cabeça, vai ser preciso fazer uma tomografia. — O médico disse.

Em silêncio, andamos pelo hospital até que estivéssemos no estacionamento. Entramos no carro de Shawn, ninguém sabendo o que falar.

Minha mãe não conseguia esconder a tristeza em seu rosto e meu pai, tentava ser forte por ela, mas era nítido o seu sofrimento.

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