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Hélion.

O grão-senhor diurno ajeitou a lapela do terno de corte branco com detalhes em dourado pela quinta vez em menos de três minutos, se olhou no espelho grande com ramos entalhados em ouro que estava pregada na grande parede branca como neve, alisou as longas tranças que foram trançadas na noite anterior, checou a maquiagem reluzente como o sol e tocou em seus brincos amarelos brilhantes novamente.

Perfeito.

Ele estava absolutamente perfeito. Pelo menos é o que sua criada favorita lhe disse. Adara era a criada pessoal de sua mãe, ambas engravidaram em meados da mesma época mas infelizmente a pequena bebê dela nasceu morta, sua mãe sem paciência sempre dava o herdeiro para a criada cuidar e apenas algumas semanas após seu nascimento ela se tornou sua ama de leite Já que sua progenitora se negou a fazer isso alegando que não ia ficar com peitos caídos por causa de uma criança indesejada.

Talvez por isso esteja tão ansioso hoje, Lucien vai finalmente- depois de duas semanas excruciante tendo ciência que Lucien tinha ciência de ser seu filho- o ruivo iria visitá-lo, para conversarem, talvez se conhecerem melhor e em um lugar bem escondidinho de sua mente, não conseguia parar de pensar em como seria sua relação de pai e filho se Lucien realmente aceitasse e gostasse disso... Como deve agir em torno dele hoje?

Seria muito estranho se agisse como realmente quer? O abraçando e dizendo o quanto se arrepende por ter deixado que crescesse longe de si? Ou deveria agir como se fossem estranhos? O que na verdade ele deve ser para Lucien, tirando as poucas conversas que se forçou a aguentar a dor enquanto falava com seu filho, nunca conversaram realmente sobre qualquer coisa por mais do que alguns minutos!

E essa vai ser a primeira conversa realmente significativa deles, sem dor também, Feyre o ajudou no início da semana, Hélion a instruiu como se quebram contratos como o que ele havia feito com Siena então ela fez- mesmo que com um pouco de dificuldade e algumas queimaduras que mais tarde o grão senhor curou sozinho- ela imitou a assinatura de magia da senhora Outonal e desfez a promessa dele, obviamente foi mais fácil já que as condições do combinado já haviam sido mudadas a partir da idéia que Lucien já sabe de seu parentesco.

Uma das poucas coisas boas que sua mente raramente insegura não está estragando hoje, é o fato de que, em todas as vezes que se imaginou falando com Lucien e o chamando de filho pela primeira vez, fazia isso exatamente no lugar onde está agora. O seu lugar favorito no mundo. O observatório de estrelas no topo do palácio solar.

Muitos podem dizer que a principal beleza de sua corte é a biblioteca central ou até mesmo a forma como o nascer e o por do sol parecem mais cintilantes, mas apenas aquela pequena parcela de feéricos que ele convida para esse lugar sabe que aqui, bem aqui, é o coração secreto e latente de sua amada corte.

Uma pequena cúpula muito bem protegida, com a maior parte do topo feita em vidro claro para que a noite as estrelas possam ser vistas com muita clareza, na parte direita do teto há um enorme telescópio, o maio ( e mais secreto) de todo o mundo. Porém, a peça central que faz desse lugar a perfeição é o pequeno modelo de sistema solar que fica no meio do salão. Os planetas são feitos de pedra e muito bem esculpidos pelo melhor arquiteto que existia a mais de dez mil anos atrás, o sol do mini sistema é real. É literalmente real. É uma lasca do sol que caiu na terra a milhões de anos, e apenas um feérico com sangue puro diurno poderia maneja-lo sem morrer ou se queimar. Como disse antes, o verdadeiro coração da diurna se encontra nesse lugar. O resto do salão se resume a paredes pretas que tem desenhos das fases da lua, calendários de grandes acontecimentos solares e luares dos dez séculos anteriores e previsões dos próximos dez. Aos olhos do grão senhor diurno, esse é o lugar mais belo de todo o mundo.

As Sombras Apreciam A Luz Onde histórias criam vida. Descubra agora