Capítulo 14

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           - Harry, você não vai vomitar. Então para de ficar parando toda hora. - Ele parou de andar bruscamente e me olhou de um jeito confuso e totalmente fofo.

                  - Eu nãoooo...entendi porra nenhuma. - Respondeu com a voz arrastada de pessoa bêbada.

                 A noite na pizzaria foi ótima, apesar de Harry e Gina ter bebido mais vinho e cerveja do que comido pizza, confesso que bebi um pouco também, mas não ao ponto de não conseguir saber a diferença da vontade de vomitar e de estar respirando. Nem sei como esses dois ainda estão de olhos abertos.

                  - Você está bêbado, é claro que não entendi. - Falei e ele revirou os olhos. Se eu não estivesse dando apoio para ele, concerteza já estaria no chão.

                  - Eu não estou bêbado. Deveria ter me visto na festa da minha formatura, aquilo sim foi estar bêbado e um quase coma alcoólico. Sério, faltou bem pouco. - Contou e eu só imaginei o quanto ele poderia estar ruim. - Meu pai ficou uma fera, sério...mas foi muito engraçado, minha mãe ficou sentada e chorando perguntado pra Deus onde ela errou. Hunf, como se Deus fosse responder ela. Cortaram minha mesada por um ano inteirinho, foi triste...

                 Isso me fez lembrar a minha formatura, foi péssima, um verdadeiro show de horror que eu prefiro trancar no fundo da minha memória.

                 Estávamos chegando na casa da Gina, só estávamos a alguns metros. Cho parecia bem estressada, até porque estava levando uma criança em seu colo e praticamente arrastando uma bêbada e a culpa é dela, porque eu perguntei se ela queria que eu levasse a criança, mas ela recusou e falou que conseguia.

                  - Também teve uma festa em que eu e Cho fomos em Nova York. A festa foi em Nova York e acordamos no outro dia no México, não sabemos oque aconteceu até hoje, mas as vezes eu penso que fomos sequestrados. - Sequestrados?

                    - Como assim sequestrados? - Perguntei realmente curioso.

                  - Sabe, Cho não lembra de nada, mas eu lembro de pequenos momentos. Foi bem estranho, tinha um cara...ele...ele tinha olhos azuis e era gato pra caramba, tipo...meu deus do céu, o cara era a perdição em pessoa. Eu teria dado, oh se eu teria dado... - Revirei os olhos e o interrompi.

                  - Foco, Harry. Se lembra de mais alguma coisa? - Ele franziu o cenho e ficou pensativo.

                 - Lembro de pouquississimas coisas, Hunf...me lembro da risada dele, era hopipilante. - Ele estremeceu e o segurei com mais firmeza para não cair. - Ele tinha um cheirinho bom...era de...como é mesmo? - Levou a mão ao queixo e voltou a franzir o cenho. Se o momento não fosse totalmente inapropriado, eu teria apertado as bochechas dele. - Não lembro, mas era suave...suave e bem docinho...como...como cheiro de lar, de casa.

                   - Mais alguma coisa? - Insisti.

                  - Eu senti uma dor horrível, bem assim no peito e... - Derepente ele ficou sério e pareceu viajar para longe, em uma lembrança bem dolorosa.

                    - Harry? - Chamei, mas ele não voltou. - Harry, ei! - Estralei os dedos na frente de seu rosto e ele sacudiu a cabeça e logo sorriu.

                    - Nada logo Theo, eu estou cansado. - Resmungou.

              Ignorei os erros de fala, se eu soubesse que ele ficava um bêbado mais chato que o normal, eu não teria o deixado beber.

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