Capítulo 5

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            - Harry? - Ouvi a voz da pirralha e esperei ela vir até a sala e me dizer oque queria. - Pode me ajudar na lição de casa? É muito difícil.

                    - Lição de casa? Você estuda? - Perguntei me sentando no sofá e vendo ela com um caderno.

                    - Claro que eu estudo, é online, mamãe sempre disse que os estudos vem em primeiro lugar e com tudo oque aconteceu, foi a opção mais viável. - Explicou e sentou do meu lado me mostrando a lição. - É de história, não sou boa com datas, mas você deve ser já que trabalha em uma revista.

                     - Mais ou menos, eu trabalhava em uma revista de fofoca, as vezes eu pegava fatos reais e outras vezes eu simplesmente tinha que inventar coisas, era fácil demais. - Expliquei e ela pareceu prestar atenção. - Mas enfim, leia a questão e eu vejo oque posso fazer por você, pirralha.

                 Já fazia quatro dias que estávamos nisso. Cho garantiu o namorado, o impressionante é que o cara já colocou um anel de brilhantes no dedo dela, me garantiu o emprego dos sonhos, na revista dos sonhos e ainda conseguiu pagar o aluguel de um fucking ano dos nossos apartamentos (óbvio que tudo com o dinheiro do cara, ela falou que não precisava, mas ele insistiu tanto que ela não negou mais de duas vezes). Só que acho que dessa vez é de verdade, pela primeira vez eu vejo o quanto minha amiga está feliz e por mais que só tenha passado três dias de namoro, ele já está fazendo ela sorrir mais do que sorria antes e aposto que ela está fazendo ele sorrir muito também.

                  A um dia me convenci que o melhor é ajudar a criança carente e ir em uma aventura pelo mundo e ver no que tudo isso dá, vi que no final de tudo eu posso só ir embora e esquecer disso tudo, mas sabendo que eu não sou uma pessoa ruim por recusar a necessidade de reencontrar os pais da garota. Falei pra mim mesmo que vou tentar ser legal com ela, vou alimentar ela, vou correr atrás de toda essa história e no final eu vou cobrar muito dinheiro dos pais dela e então eu vou para o Caribe e vou viver minha aposentadoria precoce. Tem coisa melhor? É, tenho certeza que não.

                    - ...Então por isso que tudo isso aconteceu. - Expliquei e ela fez uma expressão de entendimento, como se tivesse resolvido a teoria das cordas. - Mais alguma coisa?

                    - Na verdade sim. Quando que vamos partir? O plano é ir primeiro para a França e depois Hungria, né?

                    - Sim. Vamos de trem, é a forma mais rápida que encontramos, deve dar umas 2 a 3 horas, mais ou menos. Vamos em dois dias, porque Cho precisa tirar licença do trabalho e precisamos acertar outras coisas, então esses dois dias devem bastar. - Assim que terminei de falar, minha barriga roncou. - Fome...gosta de filmes sem ser animação?

                   - Tipo... terror? - Perguntou com os olhos arregalados e eu ri.

                    - É, tipo terror.

                    - Eu amo, na verdade eu sou apaixonada, mas papai não deixava eu assistir sozinha e não assistia comigo porque tinha medo. - Contou sorrindo como se estivesse lembrando de algum momento em específico. - Podemos assistir um bem assustador, com bastante sangue e espíritos malignos. Esses são os melhores, aqueles que nos dá tanto medo que precisamos dormir de luz acessa.

                    - É, esse é realmente o melhor. Vai escolhendo um aí e eu vou fazer pipoca e pedir pizza. - Entrego o controle para ela que começa a escolher o filme de forma animada.

                     Sorrio com aquilo, é realmente bom ter alguém que gosta do mesmo tipo de filme que eu e talvez, somente talvez, essa pestinha não seja de todo ruim.

Once Upon A TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora