Capítulo 15

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              Mal abri os olhos e já os fechei novamente.

                 Acho que já tinha desacostumado a acordar de ressaca. Parece que tem martelos no meu cérebro, batendo para ele ser arrancado do meu crânio. Consigo ouvir várias vozes de fundo e eu só queria gritar para calarem a boca e me deixar dormir em paz, mas nem voltar a dormir eu conseguia.

                  Ouvi a porta se abrindo bem devagar, e passos bem de leve no chão. Estava pronto pra mandar a pessoa se Dana e me deixar em paz.

                   - Harry? - Mas eu desisti dessa idéia quando ouvi a voz da pirralha. Ela esperou, talvez para ver se eu acordava. - Cho pediu para que eu trouxesse esse remédio, ela disse que você iria precisar...

                  Eu não queria ser grosso com ela, estávamos indo tão bem que eu sentia que iria ser um babaca e fazer a menina chorar ou ficar com raiva de mim e isso é a última coisa que eu quero e aparentemente minha dor de cabeça também.

                     - Não precisa dizer nada, Cho também avisou que você fica um porre quando está de ressaca, só vim deixar o remédio aqui e vou ficar sentada na poltrona, lendo um livro enquanto você dorme. - Disse baixinho e novamente ouvi passos e o barulho do acento da poltrona. - Quando acordar, eu vou estar aqui. Não vou para lugar nenhum.

                  Meu Deus, como eu posso tratar essa criaturinha mal? Que merda eu tenho na cabeça? Ela é sempre tão fofa e gentil, e eu sempre sou tão ridículo e idiota.

                Surpreendentemente acabei dormindo novamente.

******

                Estava em casa olhando para a tela do computador. A espera pela aceitação da faculdade estava me matando, cada minuto que passava era uma unha comida e uma tremida na perna direita.

                A minha aposta estava em Harvard...bem alta, eu sei, mas foi a aposta dos meus sonhos e eu não podia não ganhar. Queria ver que eu fui aceito e então eu iria correr para a casa dos meus padrinhos e iríamos comemorar pela tradição da família continuar. Depois eu iria ligar para os meus pais e iríamos comemorar virtualmente, já que eles estavam no Canadá a trabalho.

                 A cada dez segundos contados eu reiniciava a página. Esperei tanto por esse momento que nem sei como não desmaiei no processo (não que isso não tenha acontecido, porque aconteceu). Não escolhi direito como os meus pais e nem medicina como meu padrinho Sirius, quase escolhi administração, como meu padrinho Remus, mas acabei por escolher jornalismo. Eu já trabalhava por meio expediente em uma revista de fofoca e eu quase gostava, então porque não ir para frente com essa idéia? Eu poderia me formar em jornalismo e então abrir a minha própria revista antes dos trinta. Isso seria perfeito.

             Mais uma vez reiniciei a página e travei, travei na hora em que li a mensagem...AAAAAAAAAAA eu fui aceito! Ah meu Deus! Eu vou pra Harvard porra!

                  Me levantei da cadeira bem rápido e calcei o tênis, saindo de casa e correndo até a rua de trás. Remus e Sirius vão ficar tão felizes, não vejo a hora de todo mundo saber, não vejo a hora de contar para Cho, ela me fez prometer que seria uma das primeiras a saber.

                 Quem me visse nesse momento, me veria com um sorriso gigante e provavelmente manchas de lágrimas no rosto, porque obviamente eu chorei, mas de pura alegria e felicidade.

                Só parei de correr para pegar as chaves da casa dos meus padrinhos no meu chaveiro, estava tão eufórico que demorei mais tempo que o necessário para achar a chave e acertar a fechadura.

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