Once Upon A Time

Capítulo 50

             Querido leitor, aqui quem voz fala é a narradora. Oi, prazer.

              Tenho certeza que estão esperando um final feliz, que nossos...bom, que Harry e nossas crianças mágicas encontrem o final que merecem e querem. Sinto em lhes dizer que um final feliz não é a melhor coisa que pode acontecer a alguém e que não existe finais felizes. E eu estou certa, eu sou a narradora, sei tudo que vai acontecer, que já aconteceu e que está acontecendo neste exato momento, e eu posso provar isso.

                Imaginem uma van, uma van preta ou cinza, com onze pessoas, uma dirigindo tranquilamente pensando somente no caminho que tem que seguir, um passageiro ao seu lado preocupado em formar planos de escape, mesmo sabendo que não vai fugir dessa vez. Um deles pensa em sua avassaladora fome e no pacote de batata Chips que está em sua mochila, mas não conseguiria pegar agora já que a mochila está servindo de encosto para os pés de seu irmão que se encontra dormindo e ele não quer acordar seu irmão que dormiu depois de muito tempo acordado. Uma deles imagina como seria bom se sua falecida irmã estivesse ali com eles, a saudade é grande, mas ela está feliz em lembrar das coisas boas que já fizeram juntos e todos os momentos que passaram uma ao lado da outra. Dois deles se encontram em um sono profundo, encostado um no outro a procura de conforto e calor. Uma procura incansavelmente respostas para as suas perguntas em um livro antigo onde todas as histórias são escritas e querem ouvir um segredo? (Elas continuam sendo escritas sem parar). Outra não para de pensar no amor, um sentimento tão puro e avassalador que chega sem avisar e causa uma confusão tão grande em seu ser que até parece que pode enlouquecer...não parece ser um sentimento normal de se sentir e parece que tudo está errado e certo ao mesmo tempo. Mais ao fundo duas pessoas ouvem música para não terem que pensar sobre a vida, não que ela seja ruim, mas ela é difícil, dura e com muitos caminhos a serem seguidos, a melhor forma é simplesmente esquecer ela por um tempo. Essas pessoas estão a caminho de um lugar, nem todos vão querer ficar lá, mas todas tem um objetivo parecido e querem ajudar.

                Viu? Eu sei que não é fácil aceitar o fato de que nem sempre haverá paz ou felicidade, mas com o tempo é fácil perceber as mínimas coisas que a vida oferece.

                Querido leitor, a história não acaba só porque tem um ponto final e eu aconselho, não confie em ninguém. Pode parecer clichê, mas é real, é um fato inegável que todo mundo pode trair todo mundo e que a confiança vem de lugares que você nunca pensou que fosse vir.

               Querido leitor, faça da sua vida uma história em que você realmente possa viver e não só ler em páginas de um livro.

               Querido leitor, quanto tempo demorou para perceber?

               - Bem vindos a Storybrooke - Harry leu a placa de boas vindas que estava em sua frente - Que porra...

                - Hazz, a boca.

                - Não, é sério! Que porra do cacete - Continuou se expressando mesmo com o olhar repreendor da pirralha - Estamos aqui, estão entendendo? Estamos aqui mesmo, a um passo de tudo.

                  - A literalmente um passo - Lilá refletiu.

               Estavam parados a um passo da divisa da cidade. A van tinha dado pau e tiveram que descer, conseguiam ver a barreira que deixava a cidade invisível? Não sabiam ainda se estava mesmo invisível, mas conseguiam ver a placa do outro lado que dizia as boas vindas a cidade encantada ou amaldiçoada.

                Estavam travados no lugar, não conseguiam passar, não porque algo os impedia disso, mas porque a coragem lhes faltava naquele momento. Era como se estivessem se lembrando de tudo.