Atualmente:- Algumas semanas depois ele me encontrou novamente e foi aí que eu vi que ele só queria me ajudar... - Contei e tentei novamente secar as lágrimas que corriam pelos meus olhos, mas era inútil. - Mas eu não queria ajuda, porque eu sabia que a qualquer momento eu iria estragar tudo aquilo que poderia ser se eu fosse com ele.
Pansy se encontrava de olhos arregalados e com a boca tampada pela mão, ela estava em choque ou sei lá, alguma coisa parecida. Quando eu tinha uns dez anos, eu jurei para mim mesmo que eu era a razão por todas as coisas erradas que aconteceriam em minha vida, mas o tempo me fez questão de dizer que não, eu não era culpado.
E por longos anos eu acreditei que não, porque eu só era mais um ser humano azarado na terra e isso costuma acontecer com os seres humanos, mas quando a pirralha bateu na minha porta e me pediu ajuda...eu sabia que nada disso iria acabar bem e aqui estamos.
- H-harry... - Eu sorri com a tentativa falha de fala da garota, mas eu não queria palavras reconfortantes, eu só queria mostrar que eu sou uma pessoa que tem direito de sofrer, tanto quanto ela e qualquer um.
- Pansy, eu estou verdadeiramente sofrendo por alguém que não seja eu mesmo. Estou me sentindo péssimo por pessoas que eu realmente me importo, eu te contei tudo isso, não para você sentir pena, mas para você entender que é difícil para mim... - Me levantei da cama e fui até a porta, porque essas pessoas acham que é legal ouvir as conversas por de trás da mesma. A abri e eles arregalaram os olhos. - Que coisa feia. Ouvir atrás da porta? Sério?
- Foi...mal? - Eles perguntaram juntos com cara de culpa e eu só neguei dando passagem para eles entrarem. - Não queríamos ouvir, mas Harry, você não falava nada a muito tempo. - Gina continuou por todos.
- Tudo bem, obrigado por ouvirem, isso vai evitar que eu tenha que repetir a história inteira. - Digo dando de ombros e voltando a sentar na cadeira.
Eu não queria dizer para ninguém, porque de certa forma meu passado foi péssimo e eu não queria dar motivos para as pessoas me criticarem, mas agora já foi. A vida é uma vadia, e surpreendentemente ela me deu um tapa na cara e me mandou erguer a cabeça assim que eu vi meu novo sobrenome na carta de adoção. Harry James Potter me parecia uma nova pessoa e foi o que eu me tornei, em partes, mas tornei.
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Confesso que contar para eles sobre tudo foi uma experiência...como eu posso dizer? Reconfortante e até agradável, foi como se um peso enorme saísse dos meus ombros. Ninguém me julgou ou me olhou com pena e então eu entendi que eles entendiam a minha dor, entendiam o porquê de eu ter me trancado no quarto.
No começo nem eu entendi, quando Draco me ajudou lá no shopping e me abraçou quando pensou que eu precisava ser abraçado, eu não entendi porque ele poderia pensar isso, mas então eu me lembrei que tinha acabado de perder minha melhor amiga e a minha afilhada. Então eu chorei, mas não foi um choro de dor, porque sim, estava doendo, mas eu não queria chorar e tornar tudo aquilo real. Ele esperou eu me acalmar e me ajudou a chegar no andar de baixo, por mais que meu orgulho estivesse sendo ferido em mil línguas diferentes, só naquele momento eu mandei ele ir se fuder e aceitei ajuda.
Então quando chegamos no andar de baixo e eu ouvi Gina soluçar e a olhei, a minha garganta travou, meu cérebro entrou em pane e foi tão doloroso que eu não sentia o que estava fazendo. Só me dei conta que havia corrido, quando senti meu joelho bater no chão e quando gritei, um grito tão forte que minha garganta ficou doendo por uma semana inteira. Me agarrei aos últimos suspiros de Theo, como se estivesse prendendo minha própria vida, mas ele foi embora e me deixou, assim como todos os outros.
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Once Upon A Time
FanfictionLivro 1 Uma maldição foi lançada em cada canto do reino encantado. A única solução foi enviar treze crianças para o mundo real, com a esperança de que elas um dia voltariam para salvar a todos que foram pegos pela cruel maldição. Mas quando se é cr...