Capítulo 39

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            - " ...Com todos os ingredientes preparados, ela foi até seu fiel espelho e o encarou, queria saber se nada daria errado.

              - Isso dará certo? Quero saber exatamente oque dará.

               - Minha rainha, devo lhe dizer que não sou um vidente, não posso lhe dizer o futuro.

               A rainha com toda sua irá, olhou para o espelho e pegou o primeiro objeto que viu pela frente, uma maçã dourada que servia como decoração e a jogou na superfície refletora do objeto que não aconteceu nada além de um trincado leve.

                 - Seu inútil. - Vociferou a rainha, mas logo parou e prestou mais atenção na maçã estilhaçada no chão. Viu pequenas asas coloridas saindo de um dos pedaços e então uma linda borboleta começar a voar pela sala escura, fazendo assim ganhar um pouco de cor para o lugar feio e sombrio..."

            Olhei para a janela enquanto ouvia Emília lendo aquele livro idiota. As coisas estavam tão estranhas quanto antes, não me lembro daquela noite e nem das últimas duas, elas estão como um borrão em minha mente e isso me preocupa. E ainda pode somar com o fato de todos estarem tão estranhos quanto, sinto que o pior está por vir e eu não vou poder fazer nada em...cerro os olhos para poder ver melhor e ando até o outro lado da sacada, vendo uma borboleta colorida em um dos vasos de planta. E então eu entendi que quanto mais estranho parecia, mais perto estaríamos de Finalmente chegar ao nosso destino.

Duas semanas e meia antes...

                Já havíamos olhado em alguns hotéis da cidade que a cada passo parecia mais bonita e mais interessante. Nova Orleans tinha um ar mágico e misterioso que atiçava a curiosidade de todos e fazia com que olhassemos tudo nos mínimos detalhes. É uma cidade realmente impressionante.

               - Esse é o último. - Ouvi Draco dizer enquanto olhava o único hotel da cidade que ainda não havíamos visto, então eu olhei também.

              O mesmo hotel, igual os outros nove que vimos. A única diferença clara é a cor, assim como os outros, mas tem o mesmo número de andares, as mesmas janelas e as mesmas portas.

            "Deve se lembrar que foi instinto e eu nunca gostei daquela loira maluca, ela sempre me deu nos nervos."

             "Henry...ainda está vivo."

              "Não graças a você, mas não se preocupe..."

               "Não estou preocupado, estou querendo arrancar seu coração com minhas próprias mãos e esmagá-lo bem na sua cara."

                "Nossa, isso foi tocante. Ah sim, todo esse discurso por causa da...como era o nome dela mesmo? Aquela asiática sua amiga."

                 "Cretino de merda, você não passa de um verme. E você não sabe do que eu sou capaz."

                 "Hahahahahha, eu sei sim, estou na sua mente e olha, ela é uma completa bagunça. E eu achava que a minha era uma merda, hahahahah."

                 - Harry, fecha a mente! - Nem reparei que Draco estava me abraçando, talvez uma tentativa de me fazer retornar ao normal. - Ele não pode te machucar.

                 Não respondi, só o abracei devolta e respirei fundo. Ele nem ao menos a conhecia, mas mesmo assim a matou, acabou com a vida dela como se fosse dono. Cho era tão especial, uma excessão entre a humanidade, ela tinha o sonho de viver intensamente e esse sonho foi arrancado por um psicopata maníaco que quer vingança por eu ter nascido. E ainda tem um tipo de passe livre para entrar na minha mente, tal poder que eu não tenho e não posso revidar.

                - Tudo bem. - Digo sentindo um tipo de calma, que definitivamente não sei da onde saiu, mas que está aqui. - Eu estou bem.

                 - Tem certeza? - Perguntou.

                 - Tenho, obrigado. - Sussurrei a última palavra, não que eu não quisesse que mais alguém ouvisse, mas eu senti tanta falta dele e de como ele me deixa...calmo.

                - Ótimo, vamos entrar então.

             Por fim entramos e fomos até a recepção, a recepcionista disse que uma garota com o mesmo nome fez check-in a um mês e algumas semanas atrás, mas que não fechou a conta e até agora não apareceu e que eles não conseguiram entrar no quarto em que ela estava. E por fim nos entregou a chave reserva do quarto e nos autorizou tentar entrar.

               Era tudo muito estranho e eu tenho certeza que a pirralha e Draco também sentiam isso. Quando chegamos enfrente a porta do quarto, senti uma sensação horrível e já havia sentido essa coisa estranha, naquele dia do shopping, eu senti a mesma coisa antes de entrarmos.

            Medo. Essa é a palavra que me descreve nesse exato momento. Medo de entrar nesse quarto e encontrar o corpo de Luna, ou encontrar alguma mensagem estranha que diga que ela está sendo torturada ou algo assim. O que só me fez pensar no quanto isso é muito maior do que eu realmente estou pensando, não é só um problema nos contos de fadas, não é só por causa de uma pirralha que apareceu na porta do meu apartamento em uma noite de sofrência e também não é só por causa de um bando de órfãos. Tem tanta coisa que eu não entendo e que antigamente eu falaria foda-se e me afastaria, mas agora...estou dentro disso, ja sou parte dessa história desde o momento em que nasci e duvido que eu conseguiria desistir a esse altura do campeonato, já perdi muito em pouco tempo e pretendo não perder mais nada e ninguém, por isso prendi a respiração e abri a porta de uma vez, sem nem pensar nas coisas que poderiam estar ali.

********

               - E então? - Gina foi a primeira a perguntar assim que atendeu a ligação em grupo. - Acharam ela? Alguém achou ela?

               - Nada. Não achamos nada. - Digo suspirando, eu até que tinha alguma esperança, mas não achamos nada. - Achamos o quarto que ela ficou, mas não tinha nada no quarto, pelo menos nada dela ou que desse sinal de alguma coisa a mais.

              - Então é um sinal que podemos ir de vez para Nova York, certo? - Dino perguntou.

              - Não! Não procuramos em todos os lugares ainda tem...

               - Não Gina. Já procuramos em cada canto dessa cidade. Ou ela foi embora ou ela não quer ser encontrada. Por isso vamos partir para Nova York em dois dias e sem mais discussões. Arrumem suas malas.

               E então eu desliguei a chamada, olhando para o loiro do meu lado e para a pirralha do lado dele em busca de algum sinal de que eu falei alguma coisa errada, mas eles só sorriram meio tristes como se estivessem me dando algum conforto. Mas as minhas esperanças já estão acabando, nem sei como ela ainda está aqui depois de tudo pelo o que passamos, mas ainda resta alguma coisa e vou usar ela para conseguirmos chegar até o nosso objetivo:

               Storybrooke

      

                 

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