Capítulo 29

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Capítulo 29 - Eu estou pronta

"As vezes é preciso arriscar e deixar aquilo que mais o conforta na tentativa de um mundo melhor para si."

No dia seguinte, as coisas se tornaram agitadas, e logo pela manhã Christian estava no quarto de Ana, vestindo jeans preto e uma camisa azul clara, mesmo com o fim da primavera de maio, Seattle ainda tinha seus dias complicados, e as botas da mesma cor da calça batendo no chão de porcelanato condizia com a mesma vestimenta da garota morena batendo o pé.

Ana era linda, sempre, mas sem as roupas brancas da Ala Z ou então os habituais moletons de cores claras que ela acostumou a usar nos ultimos meses, a garota ficava ainda mais radiante. Coincidência - destino, astros, zodíaco - ou não, a Steele também usava jeans escuta, blusa - regata - azul clara e botas pretas, a jaqueta de couro que provavelmente nem seria usada repousava no colchão da cama.

E Christian tentou apenas focar naquilo, em como o corpo dela ficava perfeitamente esculpido em roupas apertadas, e não no fato que ela tinha os braços cruzados e um bico feito nos lábios, exatamente como a garota mimada que ela havia se tornado após conhecer Christian. Ele admitia orgulhoso que a culpa era sua, mas aquilo não diminuía a leve irritação que subia por seu sangue quando ela tão veemente recusava a aceitar um "não".

Que Christian tinha uma paciência de Jó com Ana não era novidade, mas ele alcançava todos os limites ao que simplesmente sentou na poltrona do quarto da clínica e a encarou após ela ter gritado com ele.

Ana permanecera no mesmo quarto em Priory, na ala Z, ela havia decidido aquilo. Embora não precisasse ser tratada como uma paciente da Ala Z, foi acordado que uma mudança brusca de ares também não faria bem a morena, então, os últimos seis meses que foram corridos, Ana permaneceu naquele mesmo quarto branco, no fim do corredor de uma Ala que ninguém além de sua própria psiquiatra ou a enfermeira chefe era permitido estar - e Christian de vez em quando.

Lembrando sobre enfermeira chefe, Ana era auxiliada por Ross ainda, a mulher
autoritária e firme, mas também profissional e nunca que levava desaforo para casa. Ana admitiu que permitiria que ela cuidasse dela, e a mulher simplesmente a mandou fazer suas próprias coisas sozinhas que ela apenas iria observar.

Indo contra todas as probabilidades, as duas funcionaram juntas e uma vez Ana até chegou a sorrir para ela, e mais raro ainda, Ross sorriu de volta.

Mas claro, voltando a cena no quarto, onde Ana permanecia insistente em bater a porra daquela bota irritantemente no chão e mirar Christian com raiva.

_ Não posso te levar para minha casa assim - ele declarou novamente, como há minutos. - Seus pais são seus responsáveis, e eles precisam de você, vão cuidar de você.

A garota balançou a cabeça de um lado para o outro, os braços apertados contra o peito.

Ela não tinha ainda uma noção de como controlar suas emoções quando elas eram ruins, a raiva era um fator difícil até mesmo para pessoas que não tinha problemas como Ana, mas a morena já não partia para a violência naquelas situações.

Mas ela gritava.

Aquela havia sido sua forma de escapatória pelo visto. Ela gritava e a clínica inteira escutava. E Christian não era especial naquela equação, ele na verdade era bastante alvo daquilo, sendo a pessoa que estava mais perto dela em questão sobre os "nãos".

_ Se você continuar gritando desse jeito, aí é que você não vai mesmo. Nós já conversamos sobre isso, Anastasia.

Ana bufou alto e então se recostou na parede, a cabeça para trás, os olhos fechados, inspirando o ar profundamente.

50 Tons de Uma SalvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora