Capítulo 23 - Rebubine sua voz
"O meu povo deveria cair, depois, certamente, eu farei a mesma coisa, confinado nos confins das montanhas, chegamos muito perto das chamas..."
Enquanto Christian caminhava em direção à poltrona do interrogatório, de frente para dezenas de profissionais da clínica Priory, de seus pais, dos pais de Ana, do advogado Hardware e ao lado do Juiz, ele se lembrava de cada frase de uma conversa que teve há quatro dias, um pouco longe dali, do outro lado do estado.
Portland, terça-feira
Chrsitian suspirou pesado assim que o taxi estacionou no meio fio em frente há uma loja de penhores. Legacies tinha uma faixada sofisticada e bonita, a porta de madeira polida e com letreiro um pouco intimidante.
O psiquiatra saiu do carro, decidido, havia voado até Washington, não ia sair dali sem fazer o que fora fazer.
Ele sabia que era ela no momento em que olhou para a bancada no fim da loja, a mulher mexia no celular e levantou o olhar no momento em ouviu o sino da porta tocando, indicando que alguém havia entrado. Ela continuava com os naturais cabelos ruivos que Christian vira na foto, agora mais curtos que antes e havia tatuagens por seus braços e pescoço.
_ Olá, boa tarde? Bem vindo a Legacies, deseja algo em específico? - ela falou simpática.
A loja era um antiquário antigo, e era mais assustador e escuro do que Christian se lembrava que um antiquário poderia ser.
_ Não, na verdade, eu gostaria de falar com você mesmo - ele foi direto.
A mulher se retesou, espalmando as mãos no balcão, fechando o sorriso simpático.
_ Eu te conheço? - ela questionou.
Christian balançou a cabeça e se aproximou totalmente.
_ Não, mas conhece essa garota - ele falou enquanto pegava a foto que seu advogado havia conseguido.
Era Ana com apenas sete anos e Tiffany no auge da adolescência, no parque quase em frente a casa da morena, as duas estavam no banco da praça e Ana segurava um algodão enquanto sorria para a câmera e Tiff tinha seus braços segurando a garota.
Tiffany arregalou os olhos ao mirar a foto, dando um passo para trás.
_ Desculpe, não tenho nada para falar sobre esse assunto - ela murmurou enquanto se virava, provavelmente para fazer nada, mas começou a mover os pequenos objetos na prateleira.
_ É importante - Christian insistiu.
_ Eu não tenho nada a ver com essa menina mais.
_ Mas já teve um dia.
_ Eu estou trabalhando, se o senhor não veio comprar... - ela falou num tom mais alto.
Christian pegou um dos chaveiros pendurados ao lado e colocou no balcão sem nem olhar.
_ Pronto - vociferou.
_ Isso não muda nada - a mulher respondeu, pegando o objeto e passando pelo registro.
_ Eu só preciso que você vá ao tribunal e...
_ Não. Eu nem sei o que está havendo, mas eu não vou passar por isso de novo. Essa garota é louca e ponto. Um dia eu estava cuidando dela e então no outro ela estava surtando. Ela sempre foi meio estranha mesmo. Os próprios pais dela não sabiam o que havia de errado, até que se voltou contra mim e ela quase acabou com a minha vida.
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50 Tons de Uma Salvação
Fanfiction* Descrição * Ana é classificada como um "caso perdido" numa clínica psiquiátrica, mas Christian está determinado a salvá-la.