"Se Deus fez outra de você, está decorando a casa dele, e ele não vai deixar descer... é uma minha e outra dele."
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A primeira coisa que Ana fez naquela manhã foi sorrir. Antes mesmo de abrir os olhos, antes mesmo de sentir o dia, ela já estava sorrindo, sentindo beijos sendo deixados em sua bochecha e cabeça, mãos tocando seu rosto e risadinhas fazendo cócegas em sua orelha.
Ela se virou lentamente, ficando de barriga para cima, logo sentindo o peso em cima de si, mais risadas e então beijinhos molhados deixados em seus lábios em forma de selos de "bom dia".
_ Dia, mamãe - o tom animado e ansioso fez seu coração bater rápido e quentinho.
A morena abriu os olhos para encontrar pela primeira vez no dia aquela imensidão cinzenta e clara como uma tempestade bonita.
_ Bom dia, meu amor - ela sussurrou para o pequeno que mantinha um sorriso largo com muitos dentinhos aparecendo, as mãos em seu rosto, fazendo um carinho em seu queixo e bochecha.
Theodore Christian Treveland-Grey era a criança mais linda e esperta do mundo - segundo os pais - e mais gentil e amorosa também. Literalmente o amor da vida de Ana junto ao próprio Christian. O pequeno havia nascido perfeitamente bem ha quase três anos, vindo ao mundo no fim da primavera, quando o verão estava chegando de forma tímida e brilhante, o bebê caindo como uma tempestade nos dias calmos e rotineiros de Ana. Ele era a alegria somada a vida dos pais.
Teddy tinha uma sensação de vida bastante grande, talvez por receber muita coisa do corpo de Ana apesar de nunca terem deixado o menino presenciar nem mesmo as insônias constantes dela ou escutar qualquer conversa sobre a morena. Ele ainda assim tinha um senso bem maior do que até mesmo pessoas adultas, de alguma forma ele entendia que Ana era diferente e respeitava aquilo como ninguém. Christian dizia que ele apenas refletia o cuidado que o próprio tinha com ela, e ele não via aquilo ao redor na sociedade. Mas Ana acreditava que ele sentia, de alguma forma ele sentia. O pequeno não pulava em seu colo como qualquer criança faria em momento algum, ele não a acordava de maneira brusca, não gritava, não fazia pirraças, entendia os "nãos" e sempre queria "conversar". Ele era doce o tempo todo. Gentil. E Ana era sua pessoa favorita no mundo.
_ É o dia da mamãe, feliz mamãe - Teddy comemorou, se sentando ao lado de Ana agora, levantando aos mãos para o ar, fazendo a morena rir.
_ Obrigada, príncipe - ela agradeceu enquanto se levantava e sentava na cama, recostando as costas na cabeceira.
Christian estava ao lado da cama, esperando Teddy terminar sua forma de acordar a mãe, e então se aproximou colocando a mesinha de café da manhã a frente de Ana.
_ Bom dia, linda - ele comentou antes de deixar um beijo sobre os lábios dela. - Te amo - sussurrou.
_ Obrigada, amor - ela agradeceu novamente, inclinando para frente para colocar mais uma vez os labios nos de Christian. - Também te amo.
