Capítulo 13

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Capítulo 13 – As coisas mudam

"Você só sabe que estava bem quando se sente mal."


×××


Às vezes, não tem nenhum aviso, as coisas acontecem num segundo. E tudo muda. Você está bem. Você não está. E as coisas continuam. Era desse jeito a vida de Ana. Num segundo ela estava mirando a rosa vermelha na água em cima de seu criado mudo e no outro milésimo ela estava mais uma vez a sala se Elliot. 

_ Eu quero que você visualize, que você se lembre de detalhes... Que roupa você esta usando? Que cheiro tem o lugar? O que você sente? 

Ela permaneceu imóvel, deitada no sofá grande no meio sala. 

_ Volte lá, aos seus sonhos... o que você está fazendo? Quem está la com você? 

Ana piscou, mirando a janela do chão ao teto. 

Ela não queria voltar, nem sabia como fazer aquilo. Mas era para o seu bem, Christian havia lhe dado um milhão de motivos para que confiasse em Elliot. 

_ Eu não sei... – murmurou baixinho. – Eu não lembro. 

_ Se esforce. O que tem la? O que te faz ter medo? Por que você está tão parada? 

Ana respirou fundo e continuou mirando sem ver a janela enquanto enrolava uma mecha de cabelo no dedo indicador. 

_ Eu não consigo me mexer, eu fico presa - ela respondeu em seu estado longínquo. – É... difícil respirar, não sei... é esquisito tudo. 

_ Como você está presa? 

Ela balançou a cabeça. 

_ O que está esquisito? 

A garota se virou para o médico e se sentou no sofá. 

_ Aqui – apontou para o próprio coração. – Está apertado, como se tivesse alguma coisa prendendo, fica assim sempre quando eu acordo – ela engoliu em seco e mirou o chão. 

Já era final do dia e Ana já estava naquela sessão há grandes horas. Estava mentalmente exausta e só queria se deitar.

Porém, somente mais uma hora depois Elliot a liberou para o quarto, onde Christian já a esperava. 

Havia um acordo mútuo e silencioso entre os dois: depois das sessões, Ana não era uma pessoa amigável, então ele não forçava uma conversa. 

O medico apenas a ajudou com o banho e a deixou sozinha no banheiro quando a mesma deu um passo para trás ao que ele pegou sua roupa: era um aviso de que ela não queria que ele a ajudasse naquilo. 

Logo a garota voltou para o quarto, uma toalha secando a ponta dos cabelos e a expressão de quem precisava deitar imediatamente. 

Sem uma única palavra, a garota se sentou no parapeito da janela enquanto Christian pegava sua escova de cabelo no armário trancado. 

O céu já escuro lá fora não carregava nenhuma estrela, e a cor quase preta fazia parecer uma madrugada e não uma noite. 

50 Tons de Uma SalvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora