Epílogo

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Epílogo

"A verdade é que nem tudo que está em pedaços precisa ser consertado, sabe? Às vezes, só precisa ser amado. Cuidado. Ter paciência. Se doar um pouquinho mais e prestar atenção. Seria uma pena se só as pessoas inteiras fossem merecedoras de amor."

Era véspera de ano novo, e as famílias Steele e Grey estavam reunidas na mesma rotina de todos os anos desde que Christian e Ana se juntaram.

Foi uma decisão simples: os pais de Ana gostariam de passar com ela, enquanto a morena queria Christian... e Christian nunca havia passado as datas comemorativas longe de seus pais. Então a ideia - incrivelmente para alguém que não gosta de pessoas como ela própria dizia - surgiu de Ana: todos ficarem juntos. Naquele mesmo natal, Mia também resolveu se juntar, e com seu noivo e sogra e sogro ela chegou na casa dos Steele, e logo, no ano novo, as famílias dos dois irmãos de Ray se juntaram a eles, e de repente todos os feriados eram comemorados com tanta gente da família que as vezes Christian esquecia o nome de alguém.

O tempo havia passado de forma devagar apesar de tudo, o que era estranho contando tudo o que passaram. Mas não. Os dias foram lentos, e os meses mais ainda. Eles tiveram para si cada detalhe de cada um dos dias.

Daquela vez, ficaram durante dez dias na casa do lago, saindo para a cidade apenas uma vez por causa da comida, e apenas isso. Passaram os dez dias inteiros longe do mundo, apenas um com o outro. E como Ana fofamente dizia, havia sido a lua de mel deles. Sim, lua de mel, porque após o que passaram, eles com certeza estavam casados. E a garota relance passou a se referir a ele como "marido".

Christian pretendia mudar o status perante a lei também, claro, mas com Ana era tudo tão simples e fácil, e que realmente perdia a importância um papel assinado. E acabou que meses viraram anos.

Naquele ano, o terceiro de Christian e Ana juntos, a virada estava sendo comemorada na mansão dos Grey, o falatório alto e confuso de toda a família que se via apenas nos feriados.

Christian voltava da cozinha após buscar a água que Mia - sua irmã - havia pedido que pegasse para a mesma.

_ Aqui - entregou a garrafinha para a mulher que estava no sofá junto de outros familiares e estranhou o espaço ao lado vazio. - Cadê a Ana?

Mia sorriu para ele de forma compreensiva.

_ Percebi que ela não estava se sentindo muito a vontade e sugeri que ela fosse ficar com a Sarah lá em cima - a morena do cabelo Chanel falou e deu uma piscadinha antes de tomar um gole de sua água. - Obrigada, maninho. 

Sarah era filha de Mia, sua sobrinha, de anos e alguns meses, e incondicionalmente apaixonada por Ana.

Quando a pequena nasceu, Ana ainda estava se adaptando a sociedade - até hoje estava - e não permitia muitas pessoas a seu redor, e geralmente fugia para os cantos da casa onde ninguém lhe faria perguntas nem tentaria puxar conversa, e foi num dia assim que a morena se deixou levar por Sarah. A bebê tinha seus dois meses completos e Ana nunca sequer havia chegado perto. Em seu pensamento, ela até queria muito segurar a criança e sentir seu cheiro de bebe, mas temia que os pais ou qualquer outra pessoa fosse estranhar ela querer tanto segura-la, então ela se mantinha longe. Entendia perfeitamente a desconfiança de todos, mesmo que Christian dissesse que aquilo era apenas paranóias de sua cabeça porque sua família a adorava e confiava nela.

Sinceramente toda a família de Christian era composta por médicos, com excessão apenas do pai de Christian - Carrick - que era um exímio advogado e Mia que havia se formado em gastronomia estrangeira e tinha um bistrô bem famoso no centro da cidade, de qualquer forma a medicina ainda dava certos medos em Ana, e mesmo que aquilo devesse significar que ninguém mais que eles sabiam que ela era confiável, ela ainda não via por aquele lado.

50 Tons de Uma SalvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora