CAPÍTULO QUARENTA - O RECOMEÇO
Josephine
Alguns meses se passaram desde a última vez que vi Hero.
Os dias depois da nossa despedida foram os mais difíceis.
Naquele mesmo dia saí com Anna pelas ruas de São Paulo e conhecemos vários lugares, foi difícil me comportar como se tudo estivesse bem.
Foi difícil andar por aqueles lugares desejando que ele estivesse ao meu lado segurando minha mão enquanto ele na verdade estava voltando pra Londres.
A cada hora eu conferia o celular e nada, nenhuma notícia sequer dele, eu sabia que isso iria acontecer pelo tempo de viagem, mas estava aflita e sedenta por qualquer oi que ele pudesse me dar.
A primeira noite eu chorei e bebi duas garrafas de vinho tentando apagar a última imagem dele da minha mente, mas em vão. Ele havia esquecido seu moletom no meu quarto o que só dificultava as coisas.
Na segunda noite, não consegui me controlar e liguei pra ele antes de pegar o vôo pra Austrália. Ele atendeu, sua voz era sonolenta e acredito que ele estava dormindo por conta do fuso horário. Nossa conversa foi rápida ele parecia um pouco confuso e então decidi não render mais e terminei a chamada.
No quarto dia, não nos falamos. A viagem de volta pra casa era muito longa e quase não tinha sinal e a única forma de manter ele por perto era usando seu moletom e relendo sua carta várias e várias vezes.
No quinto dia, prometi não chorar, mas quando cheguei em casa e vi minha família, não consegui conter as lágrimas. Eles não entendiam o motivo do meu choro mas suspeitavam, porém decidi não tocar nesse assunto, não agora.
Subi pro meu quarto e tranquei a porta precisava de um momento só meu. Revi algumas fotos nossas e outras que eu havia tirado enquanto ele estava distraído observando o quanto ele era lindo.
Lágrimas escorriam por meu rosto enquanto digitava uma mensagem simples mas que dizia muito.
"Sinto sua falta"
Ele respondeu quase de imediato.
"Eu também"
Esperei que viesse mais alguma coisa mas não veio e novamente meu coração remendado voltava a sangrar. Desliguei o celular e decidi que precisava dormir, dormir até que essa dor passasse ou ao menos diminuísse.
Nos dias seguintes minha mente foi ocupada por trabalhos, estudos e quase não pensava mais nele, não por tê-lo esquecido, mas por não ter tempo de remoer nosso passado.
Já é tarde quando chego em casa e minha mãe ainda se encontra acordada sentada no sofá assistindo tv.
- Oi mãe - fecho a porta e a tranco.
- Oi filha - ela se vira pra me olhar - Como você está?
- Cansada - jogo minha bolsa no sofá e me sento ao seu lado.
- Imagino - ela me envolve em seus braços - Ao menos está ocupando sua mente de forma saudável.
- Sim - dou um suspiro - Mas quando chego em casa, no silêncio, ele volta a minha mente e eu desmorono por completo.
- Eu sei filha - ela beija minha cabeça - Mas isso vai te fazer mais forte.
- Eu não quero ser forte, eu quero estar com ele.
- Eu sei que quer, mas ele fez uma escolha difícil e não acho que foi um erro. Vocês ainda vão se reencontrar e nesse momento você saberá...
Meu celular vibra no meu bolso, eu o retiro e fico paralisada quando vejo o nome que aparece na tela.
- Hero? - minha observa - Não vai atender?
- Não sei - encaro o aparelho - Você acha que eu deveria?
- Isso é com você meu amor.
- Tá - passo o dedo pelo botão de atender e levo o aparelho a orelha sem dizer nenhuma palavra sequer.
- Jô? - sua voz faz com que meu coração acelere e minhas mãos fiquem geladas.
- Ah, oi - tento parecer normal.
- Desculpa te ligar a essa hora, acho que aí está um pouco tarde..
- Onze da noite - dou um beijo em minha mãe que entende perfeitamente que preciso de privacidade e subo as escadas correndo pro meu quarto.
- Acordei você?
- Não, eu.. eu acabei de chegar. Tive um dia cheio - me sento na cama.
- Isso é bom?
- Sim, ocupa minha mente de pensamentos que eu não deveria ter - tiro meus sapatos.
- Pensamentos que me envolvem?
- Sim - minha voz quase não saí.
- Isso é bom. Você está seguindo em frente.
- E você? Está seguindo em frente?
- Estou tentando.
- Ah - é só o que consigo responder.
"- Hero, vem tomar café da manhã comigo!" - uma voz feminina o chama.
- Já estou indo! - ele grita de volta - Jô, preciso ir - ele suspira - Só queria saber como você está ...
- Estou bem ou ao menos tentando ficar e você?
- Vou ficar bem - ele faz uma pausa - Eu te amo pequena.
Antes que eu responda ele encerra a ligação e não consigo conter as lágrimas. Isso é uma tortura, amar alguém e não poder estar com ela. Não posso deixar que essa dor me tome novamente, não posso fraquejar. Ele escolheu assim então tem que aprender a lidar com isso sem me ligar no meio da noite pra dizer que me ama.
Me levanto e corro para o banheiro afim de aliviar toda essa tensão permito que a água quente caía sobre meu corpo. Estou de olhos fechados e só vem ele a minha mente.
O que estaria fazendo? E com quem?
E aquela voz feminina? Seria de alguma garota que ele está conhecendo?
Sinto uma pontada no peito ao imaginar ele com outra. Termino o meu banho e me afundo na leitura para não ter tempo de pensar nele até cair no sono.
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Onde Tudo Começou 🎬
FanfictionJosephine Langford é uma jovem atriz prestes a viver sua primeira protagonista de uma adaptação literária. Ela está bastante animada e concentrada para dar o melhor de si. Ela só não imaginava que seu par romatico na trama pudesse virar sua cabeça...