CAPÍTULO DEZ
Hero
- Por que disse que passei a noite com você?
- Porque é a verdade Hero.
- Mas ficou parecendo que tínhamos algo.
- E não temos?
- Não Khadijha - dou um trago em meu cigarro e solto a fumaça para o alto - olha a noite foi legal, você é legal, mas eu estava bêbado e não era pra ter acontecido nada daquilo ok?
- Nossa, precisava falar assim? - ela se afasta.
- Eu não quis ser grosso, só não quero te dar falsas esperanças.
- Ok - ela pega algo em sua bolsa e estica o braço em minha direção - suas chaves.
- Obrigado - eu as pego.
- Bom, vou nessa.
- Precisa de carona?
- Não, eu chamo um Uber - ela da alguns passos e logo em seguida não a vejo mais.
Pego meu telefone e ligo para Josephine mas chama até cair na caixa postal. Tento mais três vezes e nada - ela deve estar me odiando agora.
Entro em meu carro e decido ir até o hotel dela.
Passados algum tempo tempo dirigindo aqui estou eu em frente ao condomínio onde ela está hospedada.
Pego meu celular e ligo novamente mas sem sucesso.
Desligo o meu carro e entro no condomínio.
- Boa noite. É... Josephine Langford sabe me dizer qual o apartamento dela?
- Você é o que dela?
- Ah, namorado - respondo de uma vez.
- E não sabe o número do apartamento dela?
- É que cheguei hoje - me aproximo do balcão - vim fazer uma surpresa - sussurro.
- Ah, claro - ela sorri - amo surpresas românticas - ela junta as mãos ao peito - Ela está no quarto 505, no quinto andar - ela confere no computador.
- Obrigado - abro um sorriso e entro no elevador.
Minhas mãos estão suando e nem sei o que vou falar pra ela, mas já que ela não me atende, não tive outra alternativa a não ser vir aqui.
Chego no quinto andar, saio do elevador e paro de frente ao número 505 - Eu deveria ir embora. Ela vai achar que sou louco - me afasto - Hero FT não amarela - encho o peito de ar - Vamos lá - solto o ar e toco a campainha.
Ela demora e eu toco de novo.
- Que diabos ... - ela abre a porta de uma só vez. Sua testa está franzida e em seu rosto a irritação é nítida, mas assim que ela percebe que sou eu, seu semblante muda pra surpresa.
Me afasto assustado quando percebo que ela está enrolada em uma toalha preta, deixando seus ombros ainda com sabão e suas pernas à mostra.
- Jô, eu.. - me sinto sem jeito.
- Tá fazendo o que aqui Hero? E como sabe o número exato do meu apartamento?
- Então, a recepcionista, ela.. é... - não consigo formular uma frase sequer - sabe... eu disse..
- Você disse?
- Que era seu namorado, que iria te fazer uma surpresa então ela disse o número do seu apartamento - falo de uma só vez.
- Namorado? - ela me encara - Acho que errou de namorada. Não seria a Khadijha?
- Jô, me deixa entrar e explicar tudo por favor - eu a olho de cima embaixo - Quer dizer, não iria pegar bem eu entrar no seu apartamento com você vestida assim - coço a cabeça - Posso falar daqui mesmo.
- Hero, você não me deve explicações.
O vizinho de frente abre a porta nos surpreedendo, Josephine tenta se esconder mas ele faz questão de demonstrar que a viu de toalha dando um sorriso macabro e depois lambe os lábios.
- Entra, agora - eu a empurro entrando junto - Tarado! - bato a porta forte.
- O que é isso Hero? - Josephine quase grita.
- O que é isso? Aquele vizinho tarado te encarando.
- E daí? Eu sou solteira lindo, talvez eu até quisesse que ele me encarasse.
- Não você não queria.
- Queria sim!
- Se quisesse não teria tentado se esconder.
- Porque eu me assustei.
- E, não queria que ele te visse quase nua.
- Por que tá agindo desse jeito garoto?
- Ah - respiro fundo e solto - Não importa, eu vim aqui com outro propósito.
- E eu não quero saber.
- Você quer, porque está chateada comigo.
- Eu? Chateada? - ela joga a cabeça pra trás e ri - Para Hero.
- Sim você está! Se não estivesse não iria agir daquela forma.
- De que forma você queria que eu agisse? Nós saímos num dia e eu estava bêbada mas eu sei que você queria muito me beijar, aí no dia seguinte, você saí com a Khadijha e dorme na casa dela - ela franze as testa - Você queria que eu agisse como?
- Deixa eu explicar, no dia em que te chamei pra jantar, ela me chamou pra sair e eu pensei que era como amigos sabe. Mas eu bebi muito, muito mesmo - passo mão pelo rosto - e demos uns beijos mas foi só isso. Ela e a Pia que terminaram a noite se pegando.
- Espera - ela se afasta - Você ficou com as duas, é isso?
- Foi só uns beijos - me sinto envergonhado.
- Nas duas? - faço que sim com a cabeça - Uau - ela ri - Você é mesmo um garanhão. Maldito britânico.
- Não significou nada pra mim Jô.
- Hero, eu não sou nada além de sua colega de trabalho. Quem você beijou ou deixou de beijar é problema seu e vice e versa.
- Você beijou alguém? - pergunto assustado.
- Não - ela revira os olhos - Mas quem sabe..
- Quem sabe nada. Você atua comigo meu par, não pode sair beijando outros homens por aí.
- Mas você pode?
- Eu já disse que estava bêbado.
- Claro. O coitadinho do Hero foi induzido pelas meninas malvadas - ela se aproxima - Eu até estava afim de te dar uns beijos, mas depois disso eu não quero mais. Sabe, preciso manter a paz no local de trabalho e não quero encrenca com nenhuma das garotas por causa de homem.
- Isso significa que...
- A partir de agora seremos apenas colegas de elenco e nada mais.
- Colega de elenco?
- Sim - cruzo os braços diante dos seios.
- O seu colega de elenco, pode ficar aqui e jantar com você hoje?
- Qual o seu problema?
- Eu só quero me desculpar com você Josephine. Tá parecendo que eu fui um grande canalha.
- Relaxa - ela suspira - tá tudo bem Hero. Eu vou terminar o meu banho e a gente pede algo pra comer ok?
- Tá - abro um belo sorriso.
- Tudo na base da amizade.
- Eu prometo - levo os dedos a boca em forme de cruz.
- Já volto.Josephine
Volto para o banheiro e termino o meu banho. Estou tensa, sinto meus ombros pesados. Toda essa informação veio como uma bomba, mas não permiti que ele percebesse.
Mantive a postura de quem não se importa e será assim daqui por diante.
Saio do banheiro, me seco e visto um pijama de frio do unicórnio - ele vai me achar infantil? Talvez, mas não me importo - me olho nos espelho pela última vez, balanço os ombros como quem não se importa e saio do quarto.
- E aí? Quer comer o quê? - digo enquanto me aproximo do sofá e fico de pé com as mãos na cintura.
Ele me olha de cima embaixo e começa a rir tapando a boca - Você tem que idade garota? E o que fez com a adulta que me deixou aqui na sala e foi tomar banho?
- Ha Ha Ha, talvez ela tenha se cansado de você e resolveu deixar a criança aqui pra te fazer companhia.
- Nossa mas já? Ela nem viu todos os meus defeitos.
Reviro os olhos - Anda logo garoto fala o que vamos comer - me sento do outro lado do sofá.
- Você sabe que eu não mordo né?
- Sei, mas prefiro manter uma distância saudável.
- Sei, sei - ele recosta suas costas no sofá - Podemos pedir comida japonesa, o que você acha?
- Leu meus pensamentos - abro um sorriso.
- Já percebi que a gente meio que tem uma conexão forte - ele faz uma pausa - é tão forte que nossas cenas costumam ficar boas de cara.
- Isso eu tenho que concordar - Pego o celular e começo a procurar por restaurantes de comida japonesa.
- Como foi pra você gravar aquelas cenas hoje?
- Foi, normal - evito encara-lo.
- Você não sentiu nada?
- Senti, a emoção da minha personagem.
- Ah - ele parece decepcionado.
Ficamos em silêncio por um tempo e peço a comida. Enquanto isso ficamos conversando sobre nossas vidas, infância e trabalhos.
Como eu queria poder odiar esse garoto, mas ele não mentiu quando falou sobre a nossa conexão.
É incrível como a gente se dá bem, como lemos a mente um do outro.
É como se estivessemos ligados por algo maior.
A nossa comida chega, Hero desce até a recepção para buscar e eu o aguardo enquanto coloco os pratos e copos sobre a mesa de centro.
- Prontinho - ele volta ao meu apartamento.
- Hmmm - abro um sorriso - Coloca aqui em cima - aponto para a mesa de centro - Acho melhor a gente se sentar no chão - ele me olha e sorri - Que foi?
- Nada - ele balança a cabeça.
Nos sentamos e logo nos servimos e começamos a comer.
- Isso está divino!
- Isso está divino!
Ambos falamos ao mesmo tempo e caímos na risada.
- E a sua irmã?
- Ah, ela teve que ir embora as pressas pra Nova York a trabalho.
- Ah sim, que legal. Teste?
- Sim.
- Bom, espero que ela consiga.
- Eu também.
-E também espero poder conhecer ela um dia.
- Ah - faço uma pausa me lembrando que fiz minha irmã odiar ele e agora estou aqui jantando com ele - Quem sabe - levo uma peça de sushi à boca.
- Você deveria ir me visitar em Londres. Conhecer minha família, meus amigos, aliás dois deles estão aqui. Você pode ir lá jantar com a gente depois.
- A Khadijha não vai se importar? - reviro os olhos.
- Josephine Langford isso é ciúmes?
- De você? Acabei de te conhecer não fique se achando - bebo meu suco.
- Acabou de me conhecer e já me beijou - ele abre um sorriso sarcástico.
- Contracenando garoto.
- Acho que deveríamos passar nossas cenas agora, principalmente as que tem beijos e tal.
- Idiota - dou uma gargalhada embolo um papel qualquer e o jogo em sua direção que acerta seu rosto.
Ele me encara sério - Você cometeu um grande erro Josephine e agora vai pagar caro por isso.
Sinto meus olhos se arregalar quando ele vem em minha direção, se debruça sobre mim e começa a fazer cócegas em meu corpo - Por favor Hero para - digo dando gritinhos e risadas - Eles vão expulsar a gente daqui.
- Isso é pra você aprender que não se deve brincar comigo.
- Não - grito em meio as gargalhadas - Por favor, por favor - eu me contorço toda e me deito no chão enquanto esperneio tentando me livrar de suas mãos - Para, para - digo entre gargalhadas.
Ele se debruça sobre mim e nossos olhos se encontram, estou ofegante e o sorriso some dos meus lábios. Seus olhos alternam entre minha boca e meus olhos. Seus dedos caminham carinhosamente sobre meu rosto e em seguida ele contorna meus lábios. Meu peito sobe e desce muito rápido, meu coração está acelerado e minha boca está seca. Ele está perto, perto de mais.
Seus lábios pousam em cima dos meus, tão macios mas logo me lembro da noite anterior e meu estômago embrulha e eu o impurro.
- Qual o seu problema?
- Desculpa Jô, desculpa. A gente estava tão perto e...
- E nada Hero. Você pensa que sou o quê? Antes de ontem quase me beijou aí ontem saiu com uma e ficou com duas ao mesmo tempo e agora acha que pode vir aqui e me beijar?
- Não eu não acho isso.
- Saí do meu apartamento agora! - me levanto.
- Eu não quis ser invasivo Jô. Me perdoa.
- Só saí daqui ok?
- Tudo bem - ele suspira derrotado e caminha em direção a porta.
- Hero - eu o chamo e ele me olha - Eu não sou uma de suas conquistas ok?
- Nunca pensei que fosse - ele abaixa a cabeça e vai embora.
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Onde Tudo Começou 🎬
FanficJosephine Langford é uma jovem atriz prestes a viver sua primeira protagonista de uma adaptação literária. Ela está bastante animada e concentrada para dar o melhor de si. Ela só não imaginava que seu par romatico na trama pudesse virar sua cabeça...