CAPÍTULO NOVE 🎬

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CAPÍTULO NOVE

Hero

Chegou a hora em que tenho que retirar minha roupa para entrar no lago. Josephine me encara e vejo algo diferente em seu olhar que não consigo decifrar.
Entro na água que está extremamente gelada mas não demonstro meu desconforto.
Em seguida tenho que me virar de costas enquanto ela se troca para vestir as roupas de Hardin. Me viro rapidamente para olha-la e vejo seu corpo semi nu - meu Deus ela era uma deusa.
Senti meu pau endurecer e discretamente levei minhas mãos até ele - não agora não - repeti em minha cabeça por várias vezes até a hora em que o diretor me orientou a olha-la novamente mas agora sem desviar o olhar.
Eu a encarei, a água cobria todo o meu corpo e meu coração acelerou quando a vi vestida com a camisa do meu personagem. Ela estava linda, era incrível como o preto lhe caía tão bem.
Ela chegou a beira do lago para descer e eu a ajudei. Meus dedos queimavam ao tocar sua pele macia. Queria abraça-la forte e não soltar mais.
Ela me encarava e pude notar o azul de seu olho quase sumir. Pode parecer louco, mas eu juro que ela está sentindo a mesma coisa que eu.
Me aproximo dela e chega a hora da fala que não sei se é o Hardin ou eu mesmo falando - Não podemos ser apenas amigos.
Eu me aproximo dela e passo minhas mãos em volta da sua cintura. Meu coração está a mil e minha respiração ofegante. Tento o máximo me controlar mas parece que vou perder o controle.
Ficamos próximos, próximos de mais. Analiso todo o seu rosto perfeito e por fim nossos lábios se tocam.
Ela está tão linda que me recuso a fechar os olhos, quero vê-la de perto e apreciar cada detalhe de seu rosto.
Sua boca é macia com um gosto de morango, talvez seja o gloss que ela usa. Me delicio com cada momento, é como se eu estivesse flutuando até que sou arrancado do meu paraíso particular quando o diretor grita.
- Corta! - ele bate palmas - excelente, vocês são incríveis. Isso foi tão intenso, nem precisa de outra tomada.
Seu rosto está corado e quando ela me olha rapidamente percebo que sua pupila continua dilatada. Passo a língua pelos lábios e me aproximo dela.
- Você foi incrível.
- Obrigada - ela responde seca - Você também. Até pareceu real.
- Talvez tenha sido - respondo mais pra mim do que pra ela.
- O que você disse?
- Não, nada. Pensei alto.
Ela assentiu com a cabeça e nadou até a beira do lago saindo dele, logo em seguida fiz o mesmo.
Deram a ela um roupão e a mim também. Estava frio e a Jô tremia, queria poder abraça-la forte para que ficasse aquecida.
- Agora, vamos pra cena em que vocês estão de costas um para o outro ok?
Concordamos com a cabeça e ficamos na posição exata para dar continuidade a gravação.
- Vou tocar seu corpo agora - Cochicho - e quero saber se isso vai de alguma forma te deixar desconfortável?
- Estamos trabalhando Hero, eu já sabia que isso iria acontecer.
- Eu sei Jô, mas quero que você se sinta bem e que se por um acaso se sentir mal me avise por favor - ela suspira - Por favor Jô - eu quase imploro.
- Tudo bem.
Ela concorda e começamos a gravar.

Josephine

Ele toca a minha barriga e um  arrepio corre dos meus pés a minha cabeça e sinto gratidão por estar frio e parecer que meu arrepio se deve ao clima e não ao seu toque.
Sua mão desce até o elástico da minha calcinha enquanto ele diz sua fala com aquele sotaque britânico perfeito e sinto a umidade entre minhas pernas - eu estou em chamas - minha reação ao seu toque foi tão real que nem eu mesma sei dizer se era atuação ou realidade.
- E corta! - o diretor grita - Ficou incrível.
Todos nos aplaudem e corro para a van afim de me trocar. Estou morrendo de frio e de vergonha também. Me troco rápido e ouço batidas na janela.
- Oi - me assusto.
- Abre - Hero pede e eu obedeço - Tá tudo bem?
- Sim - respondo me recompondo.
- Você saiu correndo. Foi algo que eu fiz?
- Não, só estava com frio e aquela cena foi um pouco intensa.
- Você se sentiu mal em algum momento?
- Não Hero - me apresso em responder - Você foi e está sendo muito gentil. Fico grata por isso - sinto meu coração amolecer.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Suas pupilas, elas estavam dilatadas enquanto você me olhava..
- Emoção por estar atuando Hero, só isso.
- Foi o que eu pensei - ele parece desapontado - Bom, preciso me trocar, nos vemos daqui a pouco.
Ele se afasta e minutos depois volta com toda a equipe para retornarmos a gravação.
Agora iremos contracenar com Samuel e Inanna, mas antes uma parada para o almoço, um descanso rápido e logo em seguida, gravamos a cena a seguinte e quando dou por mim já é noite.
Me sinto exausta.
- Por hoje é só galera, nos vemos amanhã.
Todos batem palmas e então somos liberados.
Vou para o meu carro e antes que eu chegue até ele encontro Hero encostado no seu fumando.
- Você fuma - o encaro.
- Sim, eu fumo. Preciso aliviar a tensão de alguma forma.
- E por que está tenso?
- O dia foi tenso, você não achou?
- Sim, um pouco - evito encara-lo.
- Ei Hero - Khadijha caminha até nós.
- Pensei que não viria hoje - eu a encaro.
- Ah, oi Josephine - ela abraça o Hero - Eu não iria vir mesmo, mas o Hero esqueceu as chaves dele lá em casa.
- Você? - eu o encarei com os olhos semi cerrados.
- É ele dormiu comigo ontem a noite. Você não contou pra ela Hero?
- Eu... - ele abaixa a cabeça.
- Legal - abro um sorriso - vocês formam um lindo casal. Sabe, altos, magros e essas coisas - gesticulo com os braços - preciso ir agora - meu olhar encontra o do Hero - Idiota - sussurro.
- O que você disse? - Khadijha questiona.
- Derrota - me apresso em dizer - minha cara está de derrota - faço careta - preciso ir.
Aceno para ambos com um sorriso fingido e entro em meu carro.
Coloco o cinto, dou a partida e saio rápido do estacionamento cantando pneu.
- Imbecil, idiota, palhaço, babaca, tóxico, sem noção - grito dentro do meu carro - Eu te odeio Hero Fiennes Tiffin - afino a voz - Como você pode ser tão escroto?
Estou muito irritada e focada em xingar Hero de tudo quanto é nome até que um caminhão buzina alto desviando do meu carro. Não havia percebido que meu carro estava na contra mão. Logo volto a minha faixa e focando na pista.
Ao chegar em casa percebo que Kath não está. Ela mandou mensagem mais cedo mas não tive tempo de verificar. Desbloqueio a tela do meu celular e vejo sua mensagem.
" Maninha linda, tive que voltar correndo para NY para fazer um teste pra um papel. Desculpe te deixar aí sozinha mas sei que você vai sobreviver.
Ah, e antes que eu me esqueça. Não surta por causa daquele tóxico ok? Ele é um gato? Sim, mas não merece seus surtos. Beijos amo você, assim que der eu te ligo"
- Ótimo - me jogo no sofá - decepcionada e sozinha aqui nesse apartamento.

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