CAPÍTULO DEZESSEIS
Hero
Estou parado observando a minha garota enquanto ela diz com todas as letras que não me ama e que tudo isso que acabou de acontecer não passou de orgulho ferido. Sinto meu coração se despedaçar dentro do meu peito e me sinto sem rumo.
Começo a vagar pela boate assimilando tudo o que acabei de ouvir. A música parece estar cada vez mais distante e sinto meu estômago embrulhar. Me esbarro em algumas pessoas e nem me preocupo em me desculpar - Como eu pude ser tão idiota? - pergunto a mim mesmo - Como ela pode fazer aquilo comigo?
- Ei mano, tá tudo bem? - Jack me segura pelos ombros.
- Bem o caralho - quase grito.
- O que aconteceu? - ele parece assustado.
- Aquela garota estúpida - a raiva me domina.
- A loirinha?
- Ela deixou que eu a beijasse, que eu a tocasse eu vi amor e desejo nos olhos dela e quando volto ela está nos braços do Dylan dizendo que não me ama e que tudo isso não passou de orgulho ferido - grito.
- Putz .. - ele coça a cabeça - Você tem certeza que ela disse isso?
- Eu ouvi, ninguém me contou.
- Você tem que ficar calmo porra.
- Não! - eu o interrompo.
- Mano, melhor a gente ir. Você está puto, eu conheço você e pode dar merda.
- Não vou!
- Tá agindo feito criança porra - ele bate em meu peito - É só uma garota. Sua primeira decepção, acontece. Agora põem a porra da cabeça no lugar e vamos embora antes que você faça algo que se arrependa depois.
- O que eu poderia fazer? - olho pra ruiva que me encara maliciosamente - Foder aquela ruiva no banheiro? - a encaro - Isso seria ótimo.
- Tá vendo, é disso que estou falando.
- Mano tem muita mulher bonita por aqui hoje - Valand chega abraçando Jack - iii.. que cara de velório é essa?
- Vamos embora Valand - Jack retira sua mão de seu ombro.
- Já disse que não vou porra - grito.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo?
- Ele ouviu a Josephine falando que não gostava dele e que tudo não passou de orgulho ferido - Jack explica.
- Uau - ele arregala os olhos - Tá, vamos embora.
- Vocês podem ir, eu não vou!
- Valand, faz alguma coisa.
- O que você quer que eu faça Jack? Pegue ele, jogue em meus ombros e o leve embora?
- É uma boa idéia.
- Olha o tamanho dele idiota - ele aponta pra mim - Nem se eu quisesse - ele revira os olhos - Hero, você vai acabar fazendo merda, vamos embora, assim de boa sem estresse.
- Vocês são surdos? Eu vim aqui pra me divertir e esquecer aquela vaca e é isso que eu vou fazer.
- Merda - Jack revira os olhos.
- Vou pro bar, vocês vem ou vão embora?
- Vamos com você - Valand responde e seu tom é de derrota.
Ambos seguimos para ao bar da boate e peço a primeira dose de tequila. Jack e Valand estão por perto, cada um de um ladome observando atentamente enquanto bebo trocando olhares preocupados.
Várias garotas flertam comigo mas eles as colocam pra correr e eu acho graça. Após a quinta dose sinto que meu corpo está dormente e acho graça de absolutamente tudo.
- Já afogou as mágoas Hero, vamos embora agora - Jack me encara.
- Vocês estão chatos - minha voz saí enrolada.
- Estamos preocupados - Valand toma uma dose.
- Preocupados? - dou uma gargalhada - Preocupados por que fui feito de trouxa? Eu beijei ela mano - eu o encaro - meu coração quase saiu pela boca e o dela também porque eu senti e batia rápido - bebo outra dose e faço careta - Eu a peguei de jeito e se não fosse o local tenho certeza que não ficaria só naquilo.
- Esquece isso mano, ela foi trouxa com você - Jack interfere - Vida que segue.
- Esquecer? Mano, eu nunca senti essa merda por ninguém. Você tem noção do quanto tá doendo? Nem essa merda de tequila tá anestesiando a dor - bato a mão no balcão derrubando o copo.
- Eu sei que tá foda, mas você não pode ficar assim - Valand tenta segurar o copo mas em vão.
- Fodas - grito e bato novamente no balcão mas dessa vez atinjo o copo cortando minha mão - Merda!
- Deixa eu ver isso - Jack tenta segurar minha mão.
- Não - grito e me afasto cambaleando - Eu vou até lá, ela precisa saber o quão filha da puta ela é.
- Você não vai a lugar nenhum - Valand caminha em minha direção.
- Eu vou sim - o encaro - Quero ver quem vai me impedir.
- Deixa mano - Jack segura Valand.
- Você tá louco? Olha o estado desse imbecil - Valand aponta pra mim - Ele não pode ir atrás dela assim.
- Nós vamos com ele - Jack olha para Valand com os olhos tranquilos - Você sabe que não vamos conseguir empedir ele.
- Se eu desmaiar ele sim - Valand volta sua atenção pra mim.
- Vai me bater mano? - abro os braços - Então vem eu tô pronto porra - grito.
- Ninguém vai bater em ninguém - Jack se põem entre nós - Você quer ir até ela? Então vamos!
- Jack? - Valand o encara.
- Vamos resolver essa merda de uma vez por todas - Jack parece impaciente.
- Eu não preciso de guarda costas. Nem tamanho ela tem - reviro os olhos.
- Vamos te levar porque você não está nas condições idiota.
- Ah - faço uma pausa e cambaleio um pouco para trás - Verdade.
- Isso é uma péssima idéia - Valand bate no peito de Jack e caminha em direção ao camarote.
Olho para o camarote e vejo o elenco todo se divertindo, vejo todos menos Dylan o Josephine o que faz a raiva me tomar ainda mais. Subo as escadas furioso, Jack está atrás de mim. Quando chego ao camarote meus olhos percorrem todo o lugar e não a vejo.
- Onde está Josephine? - questiono.
- Acho que ela foi embora - Shane avisa.
- E o Dylan? - minha voz saí firme.
- Acho que foi também - Samuel anuncia - Não os vejo tem um tempo, acho que foram juntos.
- O quê? - sinto uma onda forte bater em meu peito.
- Caralho - Valand passa a mão pela cabeça.
Encaro meus amigos e vou em direção a escada. Jack tenta me segurar pelo braço mas sou mais rápido.
Desço pelas escadas movido pelo ódio, vou para o estacionamento e percebo que as chaves não estão comigo - Porra! - grito.
- Precisa de um táxi amigo? - um senhor de meia idade se aproxima.
- Você por um acaso é um?
- Sim - ele sorri.
- Ótimo.
Eu o acompanho até seu carro, passo o endereço e caímos na estrada.
Recosto minha cabeça no vidro me lembrando das coisas que Josephine disse enquanto estava abraçada com o Dylan e meu estômago revira. Sinto meu celular vibrar e o tiro do bolso, demoro a ver o nome na tela - Jack - encaro o telefone até a chamada cair na caixa postal. Ele liga de novo, depois Valand até que decido desligar o celular.
- Tá tudo bem? - o taxista pergunta.
- Não quero ser mal educado, então sem conversa por favor.
- Tá - ele responde e acelera.Josephine
- Toma - Dylan me entrega um pouco de chá e se senta ao meu lado no sofá - Fiz pra você.
- Obrigada - agradeço e abro um meio sorriso.
- Você tem que parar de mentir pra si mesma Jô ..
- O que quer dizer com isso?
- Tá na cara que você e o Hero sentem algo um pelo outro. Se não sentisse você não teria feito o que fez pra atingir ele.
- Já disse que foi orgulho ferido - desvio o olhar.
- Não foi só isso - ele segura minha mão - Você sabe o que sente aí dentro e está lutando contra.
Eu o encaro pensando no beijo que demos horas atrás, nas cenas gravadas, quando Hero se aproximava de mim e como meu corpo reagia ao seu toque. Como fiquei brava ao saber que ele beijou a Khadijha e a Pia - Talvez você esteja certo - abaixo a cabeça.
- Ele também sente.
- Ele ficou com a Khadijha e com a Pia. Se sentisse algo não teria feito isso - o encaro.
- Jô... isso foi.. um erro, ele errou. Todo mundo erra.
- Não Dylan - me afasto.
- Jô...
Sua fala é interrompida por batidas violentas vindas da porta. Me sobressalto no sofá e Dylan olha para a porta e depois me encara - Tá esperando alguém?
- Claro que não. São três da manhã, quem vai na casa dos outros as três da manhã?
- Josephine abre essa porta eu sei que você está acordada - a voz por detrás da porta me assusta. O sotaque forte e a agressividade não me restam dúvidas de quem seja - Hero! - olho para Dylan assustada.
- O que ele está fazendo aqui uma hora dessa?
- Josephine - ele grita e esmurra a porta.
- Você quer que eu atenda? - Dylan se manifesta.
- Não - respiro fundo - Ele vai parar, é só fingir que não tem ninguém.
- Não vou sair daqui enquanto não abrir essa porta - ele grita - Ou você prefere que eu a derrube?
- Cala a boca. São três da manhã - outra voz soa no corredor.
- Vai se foder - Hero grita - Josephine ...
- Merda - arregalo os olhos e me levanto.
- Tem certeza? - Dylan segura meu braço.
- Sim.
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Onde Tudo Começou 🎬
FanficJosephine Langford é uma jovem atriz prestes a viver sua primeira protagonista de uma adaptação literária. Ela está bastante animada e concentrada para dar o melhor de si. Ela só não imaginava que seu par romatico na trama pudesse virar sua cabeça...