CAPÍTULO SETENTA 🎬

201 25 7
                                    

CAPÍTULO SETENTA

Hero

Quase um mês se passou desde a última interação íntima que Jô e eu tivemos.
Apesar de estarmos no mesmo hotel com o mesmo ciclo de amizade eu a evitava e sei que ela fazia o mesmo.
No início foi muito difícil vê-la e não poder tocar seu corpo ou seus lábios.
Doeu ver ela sorrindo pra outro cara ou aquela expressão de que o que tínhamos ficou no passado mas estou a superando aos poucos e tenho certeza que ela já superou o que quer que tínhamos no passado.

Estávamos terminando mais um dia de filmagens e já me encaminhava para trocar de roupa quando Castille pediu a atenção de todos.
Paramos a observando com um sorriso largo nos lábios.
- Gente, como vocês sabem é véspera de Halloween e pensei que poderíamos encerrar as filmagens amanhã mais cedo e fazer um evento baseado nessa data. Todos fantasiados - ela batia palminhas e saltitava - O que vocês acham?
- Acho uma ótima ideia - Carter se manifestou.
- Mas e as fantasias? - Um grupo perguntou.
- Deixem comigo, amanhã teremos várias opções - ela estava bem empolgada - Todos de acordo? Acho que seria uma ótima distração já que temos trabalhado tanto...
- Com certeza - Chance sorriu e olhou para Josephine que não demonstrou estar muito entusiasmada.
- O evento vai ser aqui mesmo, já pensei em tudo e espero que todos estejam bem dispostos. Prometo não cansar muito vocês durante o dia - ela juntou as mãos rente ao seu pequeno corpo - Agora, estão oficialmente liberados.
A empolgação e o burburinho tomou conta do ambiente. Todos pareciam bastante empolgados com a festa de amanhã e eu fui um deles. Precisava dessa distração. Esse negócio de trabalha, vai pro hotel, dorme, acorda cedo, trabalha novamente em um loop infinito estava me deixando louco.
Sentia saudades de casa e dos meus amigos ao menos duas vezes na semana fazíamos vídeo chamada e ficávamos ali por horas.
Não tive coragem de contar sobre meu término com Josephine, não queria ter que explicar toda aquela merda e ouvir que eu havia estragado tudo de novo. Talvez eu fosse altamente destrutivo e tudo que ousasse amar se quebraria com o tempo.
Josephine aparentemente também não havia contado a sua irmã sobre o nosso fim já que Félix não me questionou nada e nem demonstrou saber de algo. Ele estava feliz demais com a Katherine e não seria justo da minha parte jogar o balde de água fria sobre ele pois sei que ele se sentiria mal por mim e consequentemente acabaria contando a Katherine que me odiaria ainda mais.
Me afastei de todos e fui me trocar em seguida caminhei em direção a Van. Fui um dos últimos a entrar e assim que cheguei a porta a vi sorrindo para o Chance e Carter. Acho que fui substituído tão rápido quanto entrei em sua vida e acabei com tudo.
A observei rapidamente e abaixei a cabeça evitando lidar com aquela cena como eu sempre fazia todas as vezes.
- Hero? - Castille me chamou e a encarei - Senta aqui - ela deu três tapinhas no assento ao seu lado.
Vendo que não tinha outro lugar para me sentar, assenti e me acomodei ao seu lado.
- Animado para o dia de amanhã? Porque eu estou explodindo de ansiedade.
- Ah, claro - disse sem demonstrar a tal animação.
- Não me convenceu - ela arqueou uma de suas sobrancelhas me encarando.
- Estou cansado Castil - suspirei - Só quero um banho e a minha cama.
- Estou pegando pesado com vocês né? Eu sei, mas acredite, no fim tudo isso vai valer a pena.
- Eu sei que vai. Você está fazendo um trabalho incrível - a elogiei.
- Nós estamos. Se não fosse essa equipe eu não sei o que seria de After - ela sorriu.
- Mérito nosso então - enfim concordei.
Ela passou o braço em volta do meu e meu corpo ficou rígido, já havia algum tempo que ela não demonstrava nenhum tipo de interesse em mim e aquele gesto me deixou surpreso. Pensei em me afastar mas isso seria bem constrangedor para ela então permaneci ali, quieto enquanto ela se aconchegava mais em mim.
Olhei através do retrovisor de centro e vi que Josephine estava com a cabeça escorada nos ombros de Carter, uma onda de raiva passou pelo corpo inteiro, aquele sentimento familiar, ciúmes. Mas eu me conti, afinal de contas, ela não era mais nada minha além de uma colega de trabalho.
Desviei minha atenção para a estrada e ignorei aquela sensação até chegarmos ao hotel.
Não fui muito simpático ao me despedir das pessoas, apenas acenei para quem percebeu minha retirada e corri para o elevador sem dar nenhum tipo de abertura para algum convite para beber ou jogar conversa fora.

 Onde Tudo Começou 🎬Onde histórias criam vida. Descubra agora