CAPÍTULO QUARENTA E OITO
Hero
Não consigo tirar meus olhos de Josephine enquanto absorvo toda a informação que acabei de receber.
O beijo correspondido, ele a tocando, ela me ligar estando excitada com seu toque.
Está tudo desmoronando sobre minha cabeça nesse exato momento.
- Hero - ela caminha em minha direção - Eu juro que posso explicar.
- Explicar? - tento manter minha voz sob controle - Nós conversamos ontem sobre não mentir ou esconder o que quer que seja. Iríamos começar do zero. Você me disse que faríamos dar certo e olha o que acabo de descobrir? Eu sou uma piada pra você Josephine?
- Não, claro que não - ela tenta me abraçar.
- Não! - grito e me afasto - Não encosta em mim. Você é uma vaca mentirosa.
- Não fala assim comigo - seus queixo treme e ela está prestes a chorar.
- Como eu deveria falar então? - abro um sorriso irônico - Ah, já sei. Você é uma linda mentirosa meu amor.
- Vamos conversar, me deixa explicar...
- Como explicar o fato de eu estar completamente atordoado longe de você enquanto você beijava outro cara? Como porra? - altero a minha voz.
- Você me ligou, disse que dançou com outra e ...
- E daí Josephine? - eu a interrompo - Sim eu dancei, sim ela me queria e mesmo bêbado eu só pensava em você caralho!
- Me perdoa - uma lágrima escorre.
- Te perdoar? - jogo a cabeça pra trás e dou uma gargalhada - Quantas vezes Josephine eu implorei pelo seu perdão e você simplesmente não quis me ouvir e foi embora. Quantas? - passo as mãos pelos cabelos - Ele te deixou excitada porra!
- Era em você que eu estava pensando eu juro.
- Fodas - grito - Ele não deveria tocar em você uma vez que você é minha - eu a encaro - Ou talvez isso seja algo que eu criei na minha cabeça né? Que você era minha quando na verdade você é dele.
- Eu não sou objeto pra ser sua, dele ou de quem quer que seja. Eu sou uma mulher, uma mulher com sentimentos - ela se defende.
- Sentimentos? Por quem?
- Por você!
- Por mim? Sério? Ele te tocou porra - grito e ameaço dar um soco na porta mas Josephine segura minha mão no ar.
- Por favor não! - ela choraminga.
- Você se acha perfeita né? Nunca erra, a única magoada e eu o mostro, o que quebra seu coração várias e várias vezes - eu a encaro de perto - Olha sua atitude, olha o que você fez comigo.
- Eu ia te contar, eu juro que ia.
- Quando?
- Num momento propício e esse momento não era ontem. Estávamos bem de mais pra lidar com isso.
- Exato, estávamos agora não estamos mais - me afasto.
- Hero por favor - ela tenta se aproximar.
- Não, agora não - dou alguns passos para trás me encostando na porta - não posso lidar com isso agora Josephine.
Estou prestes a abrir a porta quando alguém bate e nos avisa que as gravações irão retornar.
Eu a olho por uma fração de segundos e em seguida saio do camarim e vou para ao meu.
Minha garganta queima e meu peito dói. A vontade de chorar parece estar me sufocando mas não irei dar esse gostinho a nenhum deles.
Me sento na cadeira para que retoquem o cabelo e a pele em seguida vou para o cenário de gravação.
- Josephine - o diretor a chama - Você vai descer as escadas e ver ele conversando com ela - aponta para a morena bonita - e em então preciso que o empurre num ataque de fúria mesmo ok?
Ela assenti com a cabeça.
- E você Hero, não vai entender nada e seguir ela por aquele jardim ok? - ele aponta.
- Certo.
- A cena nem começou e vocês já estão com cara de velório? - ele nos encara - Mas antes da briga preciso de sorrisos, rostos saudáveis e felizes.
Senhoras e senhores aos seus lugares - ele grita e todos nos ajeitamos na posição correta - Começando em 3...2... AÇÃO!
A atuação começa e é incrível como Jospehine consegue separar suas emoções enquanto eu estou a ponto de explodir a qualquer momento.
Ela passa por mim e me empurra, sigo ela pelas escadas e para fora da República e a vejo beijar um dos figurantes naquele momento só vem Dylan na minha cabeça. Não é como se ela tivesse beijando um figurante qualquer, era como se tivesse beijado ele.
Avanço em cima do figurante e o empurro em seguida o confronto de Hessa. Hardin se sentindo traído assim como eu estou e então solto a minha fala, uma parte de mim fala como Hero e não como Hardin. A mágoa e a dor que ela me causou sendo exposta na frente de todo mundo.
Seu rosto está vermelho e seus olhos marejados e a maquiagem um pouco borrada enquanto ela diz suas falas. Posso enxergar dor em seus olhos e não tenho tanta certeza que seja tudo atuação.
Terminamos a cena e todos batem palmas boquiabertos.
- Quanta intensidade - o diretor caminha até nós - Nem vamos precisar regravar essa cena.
Olho para Josephine enquanto ela funga e passa as mãos pelo rosto, uma dor no peito me atinge forte.
- Preciso de um tempo - anúncio e me afasto.
Vou para o meu camarim e ascendo um cigarro. Me sento na cadeira a frente do espelho e não consigo nem se quer olhar o meu reflexo.
Nunca pensei que ela pudesse me machucar tanto como ela fez. Eu era o errado, o que a magoava mas agora, agora é ela quem fez isso.
Talvez eu mereça depois de tudo que fiz com ela então eu não deveria sentir toda essa raiva.
- Porra - grito e soco a mesa.
- Hero... - Josephine entra.
- Eu não quero falar com você - minha voz soa baixo e um pouco sombria.
- Tudo bem, não precisa falar só me escuta - ela entra e fecha a porta - Conheci o Dylan quando fui embora de Londres, eu estava arrasada e ele foi um bom amigo num momento ruim. Descobri a gravidez e não contei a ninguém, mas ele estava lá quando sofri o aborto. Ele esteve ao meu lado todo o tempo mas eu nunca pensei nele com segundas intenções porque o meu coração é seu. Sempre foi e sempre será.
A última vez que você me ligou e disse que estava com outra eu fiquei muito brava - ela fecha a cara e passa a mão pelas lágrimas em seu rosto - Doeu muito e ele estava lá em casa, então sim, eu permiti que ele me beijasse, eu precisava sentir outra coisa que não fosse relacionado a você porque já estava cansada de tudo na minha vida girar ao seu redor, mas eu não senti, não senti o que você me faz sentir e a impressão que eu tenho é que nunca vou conseguir entrar em nenhum relacionamento que não seja com você porque eu te amo de mais.
E sobre a viagem, eu juro que não sabia que ele viria no mesmo vôo que eu e quando aceitei a massagem não coloquei maldade em nada.
- Claro, porque você é muito inocente - reviro os olhos.
- Hero... - ela suspira - Quando ele começou a me tocar eu fechei os olhos e só me veio você na mente porque só você me faz sentir todas essas coisas. Eu não fiquei excitada por causa do toque dele em mim mas porque eu estava pensando em você e que logo o veria.
- Ele tocou você porra - grito - E ainda jogou essa merda na minha cara...
- Ele é um idiota Hero, um imbecil e só fez isso porque sabe o quão intenso somos um com o outro e como isso nos afetaria.
- Eu realmente não consigo lidar com isso agora Josephine, simplesmente não dá.
- Tudo bem, eu não quero te forçar a nada e eu entendo sua dor e sua decepção. Eu errei em não ter te contado, mas juro que iria e se quiser acabar com tudo, lembre-se quantas chances eu te dei e acho que também mereço uma...
- O quê? Como você tem coragem de falar isso garota? - jogo o cigarro no cinzeiro e caminho até ela - Em todo esse tempo que estive com você ou até mesmo quando terminamos e você parecia ser a porra do centro do meu mundo, eu não dormi com ninguém, eu não beijei ninguém, eu não permiti que ninguém me tocasse ao contrário de você - a olho com desprezo - Você não me ama Josephine...
- Sim, eu amo - ela responde desesperadamente.
- Ama? Beijando outro cara? - faço uma pausa - Desculpa mas esse amor não serve pra mim.
O queixo dela treme e ela caí no choro, minha vontade é pegar ela no colo e consola-la mas o meu orgulho e a dor no peito falam mais alto.
- Saí daqui - eu a ordeno.
- Hero, por favor ...
- Saí - grito e ela se assusta.
- O Hero que eu conheço não é assim - ela se aproxima e me abraça beijando meus lábios lentamente. Nossas lágrimas se misturam ao nosso beijo enquanto meu peito dói e bate forte e eu a afasto e a encaro.
- Você não me conhece quando sou traído por quem eu amo - a seguro pelos braços - Agora saí da porra do meu camarim! - grito e a solto bruscamente me afastando.
Ela arregala os olhos tentando assimilar minhas últimas palavras e então ela saí correndo do meu camarim e a irá me toma. Começo a andar de um lado para o outro passando as mãos pelo rosto e cabelo. Minha vontade é quebrar tudo aqui e de bônus a cara do Dylan mas não posso e preciso me controlar.
Respiro fundo e pego as chaves do meu carro alugado. Eu preciso de ar, preciso respirar longe de toda essa merda.Josephine
Corro para o meu camarim e passo por Anna em prantos. Ela me olha sem entender nada e em seguida me segue pelos corredores.
- Jô - ela grita.
- Agora não Anna - entro em meu camarim.
- Agora sim - ela me segue - O que houve?
- Eu não quero falar - pego um lenço úmido e começo a passar pelo meu rosto.
- Você precisa falar. O que aconteceu?
- Dane-se - me viro para encara-la - eu amo aquele idiota do Hero, amo de verdade mas fui uma cretina com ele e agora ele me odeia e isso tá doendo de mais Anna.
- Meu Deus, vocês ...
- Sim, estávamos juntos - engulo o caroço que se formou em minha garganta - Mas eu estraguei tudo.
- Jô - ela me abraça e eu desabo - Ei, ei tá tudo bem - ela acaricia meus cabelos.
- Não está - meu choro fica ainda mais intenso - Ele não vai me perdoar Anna e sem ele eu não consigo respirar.
- Olha - ela me afasta e me encara - Se ele te ama vai voltar atrás. Não sei o que houve exatamente mas talvez agora ele só precise de um tempo para assimilar as coisas então dê esse tempo a ele e depois tente conversar com ele. Eu prometo que te ajudo se precisar, mas deixa ele respirar e você também precisa aprender a respirar sem ele, porque amores podem ser eternos ou não e caso não seja você não pode morrer por ele.
- Obrigada Anna - digo enxugando as lágrimas.
- Olha, por hoje chega de gravação. Vou dispensar todos. Vá pro seu quarto e descanse ok?
- Não, podemos continuar eu estou bem.
- Não Jô, por hoje chega - ela se afasta - Vá pro hotel.
Concordo com a cabeça enquanto ela saí para dar a notícia de que todos estão dispensados.
Junto meus pertences e saio de forma que ninguém me veja. Vou para o estacionamento e percebo que o carro no qual vim com Hero não está e meu coração fica apertado.
Ele foi embora, sem mim...
Respiro fundo e chamo um táxi.
Enquanto espero mando uma mensagem avisando a Hero que as gravações foram encerradas por hoje e ele não responde, mais uma fisgada no peito.
O táxi chega e vou para o hotel, passo pela recepção onde tem alguns do elenco mas me limito a falar com eles. Dylan me observa um tanto quanto triste e vejo em seus olhos a necessidade de falar comigo mas eu não vacilo e corro para ao elevador sem dar chance dele se aproximar.
Chego no nosso andar e passo pelo quarto de Hero, bato na porta mas ninguém atende eu precisava tentar uma última conversa.
Deixo um suspiro escapar de meus lábios e sigo para o meu quarto.
Tomo um banho e visto um vestido preto de malha simples e me jogo na cama tentando dormir.
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Onde Tudo Começou 🎬
FanficJosephine Langford é uma jovem atriz prestes a viver sua primeira protagonista de uma adaptação literária. Ela está bastante animada e concentrada para dar o melhor de si. Ela só não imaginava que seu par romatico na trama pudesse virar sua cabeça...