CAPÍTULO QUINZE 🎬

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CAPÍTULO QUINZE

Hero

- Hoje a boate tá lotada cara - Valand passa os braços sobre meus ombros.
Olho ao redor já me arrependendo de estar ali.
- Vem Hero - Khadijha me puxa pela mão e logo a frente encontramos Shane, Pia, Cindy, Dylan e Swen.
- Não sabia que você viria Dylan - eu o cumprimento.
- Shane me chamou pra vir, não estava animado mas só conheço vocês aqui e não tinha nada pra fazer então aceitei vir.
- Entendo. Esses são meus amigos Valand e Jack - eu os apresento.
- Então? Vamos entrar? - Pia nos chama.
Assentimos e a acompanhamos para dentro da boate. Estava lotado, gente de tudo que é tipo. A música estava absurdamente alta.
- Preciso beber - cochicho ao ouvido de Jack.
- Ei mano, vai devagar a última vez tu foi parar na cama da Khadijha - ele ri.
- Dessa vez não vou me importar de parar lá de novo - dou uma risada.
Subimos para o camarote e de lá tínhamos uma visão privilegiada. Dava pra ver toda a pista de dança e o DJ. Sentamos em um sofá de couro marrom com uma mesa ao meio. Nos foi servido whisky, energético, tequila e gin.
- Caralho! É hoje que eu esqueço até meu nome - Shane anuncia dando uma boa golada em seu whisky com energético.
Estamos bebendo e observando a pista de dança, quando meus olhos pousam em uma loira de vestido vermelho com as costas nuas dançando com alguém que não me é estranho.
- Mano, tá olhando o que? - Valand me cutuca - Aquela loira ali? Gostosa - ele sorri e bebe o líquido em seu copo  - Mas não dá pra se ter tudo. Você está com a Khadijha, então deixa a loira pros  seus amigos.
- Aquele ali é o Samuel? - Dylan pergunta ao meu lado - É ele sim e quem é aquela loira?
A garota se movimenta de forma sensual e minha calça já está apertada. Lentamente ela se vira até que é possível ver seu rosto.
- Josephine? - Dylan está boquiaberto.
- A loirinha? - Valand arregala os olhos - Caralho, muito gostosa.
- Ei - dou um soco em seu braço.
- Aí cara - ele passa a mão pelo braço - Ei Jack, corre aqui - Jack se levanta e para do nosso lado - Olha quem está ali - Valand aponta.
- Porra que loira gata, vocês conhecem?
- É a loirinha mano - Valand fala todo animado.
- Não - ele franze as sobrancelhas - Mano, muito gata - ele me dá três tapinhas nas costas.
- Vai se fuder - dou uma golada em meu whisky de uma só vez.
- Ei Hero - Khadijha se aproxima me abraçando por trás.
- Vem, vamos dançar - eu a puxo pela cintura.
- Mas você disse que não gostava.
- Agora eu gosto - puxo Pia com a outra mão - Vem você também.
- Mano, isso vai dar merda - ouço Valand falar mas continuo indo em direção a pista de dança.
Quando chego na pista faço questão de ficar perto de Josephine, rapidamente seus olhos encontram os meus. Ela me encara, seus movimentos agora são limitados enquanto Khadijha e Pia se esfregam em mim e eu as acompanho. Posso ver o ódio nos olhos de Josephine e no fundo sinto que ganhei. Ela veio aqui com o Samuel afim de afrontar, mas no final das contas sou eu quem está ganhando. Abro um sorriso sarcástico pra ela enquanto pego Khadijha pelo pescoço, afasto seus cabelos e beijo sua nuca. Pia levanta minha caminha e desliza seus dedos por minhas costas. Josephine parece irritada, a observo chegar ao ouvido do Samuel e dizer algo, aquilo me queima por dentro mas mantenho meu controle. Quando ela ameaça sair Dylan segura seu braço e cochicha algo em seu ouvido. Ela sorri e olha pra mim.
Seu rosto angelical e esse vestido estão me deixando louco. Queria eu agarrar ela aqui mesmo e possuir seu corpo por completo sem me importar com o resto, mas, ela não gosta de mim, foi isso que ela fez questão de esfregar na minha cara. Respiro fundo e continuo dançando com as minhas garotas.
Quando olho novamente para Josephine meu coração dispara.
Ela está no meio enquanto Dylan está a sua frente segurando sua cintura e Samuel atrás a pegando pelo pescoço. Ela se balança da forma mais sensual que já vi em toda em minha vida e fico paralisado.
Meu coração começa a acelerar e minha respiração fica forte. Ela me olha com um sorriso malicioso nos lábios, se aproxima de Dylan e passa a língua pelo pescoço dele.
Sinto tudo desabafar naquele exato momento e quando dou por mim já estou saindo da pista de dança.
Passo por eles trombando nos três e vou pra área de fumantes. Não está muito cheia e fico aliviado por não ter que lidar com muitas pessoas em um ambiente só.
Pego meu cigarro, ascendo e dou a primeira tragada.
- Como é provar do próprio veneno Hero Fiennes Tiffin? - Josephine se aproxima segurando uma taça. Seus cabelos estão sensualmente bagunçados e jogados para o lado.
A encaro, passo a língua pelos lábios e dou uma risada irônica - Você fez de propósito né? Veio aqui com o Samuel só pra me irritar.
- Você está irritado? - Ela beberica sua bebida.
- Vai embora - dou mais um trago.
- Sabe, Hero, apesar de eu ser um amorzinho eu também sei ser uma pessoa horrível.
- Eu já percebi isso Josephine.
- Então não deveria brincar comigo - ela ameaça.
- Eu? Você me disse que gostava de outra pessoa.
- E pra me afrontar você chegou agarrando a Khadijha no set.
- Eu sou solteiro querida, isso me dá total liberdade de me relacionar com quem eu quiser.
- Você fez pra me provocar - ela quase grita.
- E funcionou? - a encaro enquanto solto a fumaça.
- N.. não - ela gagueja.
- Funcionou sim - abro um sorriso - A verdade é que você é louca por mim.
- Não, eu não sou e pra deixar isso claro vou voltar pros meus garotos - ela se aproxima do meu ouvido - Não é só você que gosta de um ménage.
- Não brinca comigo Josephine - eu jogo o cigarro fora e a seguro pelos braços - Você não vai transar com nenhum deles.
- Talvez eu transe com os dois - ela sorri e não tenta se soltar.
- Você não é assim - eu a encaro.
- Você não me conhece Hero.
- Conheço o suficiente pra saber que você pertence à mim.
- Pertenço?
- Pertence! - eu afirmo - E eu vou te provar isso.
Coloco minhas mãos entre seus cabelos loiros e a beijo. O beijo mais intenso que já dei em toda a minha vida. Ela não tenta se afastar e isso me dá liberdade para sugar seus lábios e a apertar contra meu corpo. Suas mãos pequenas envolvem minha cintura e seu toque me faz queimar. A pego pela cintura e ela pula em meu colo, eu a viro contra o parapeito e a coloco sentada lá enquanto a beijo com força. Minhas mãos deslizam por suas coxas nuas enquanto suas mãos seguram minha nuca me puxando para mais perto dela.
- Vocês deveriam ir para um motel - um desconhecido fala e eu me afasto apoiando minha testa na dela.
- O que estamos fazendo? - sua voz saí ofegante.
- Não sei Josephine - quase sussurro - mas sei que não dá pra fingir que a nossa química não vai além dos personagens.
- Não podemos - ela tenta se afastar mas eu a abraço mais forte beijando seus lábios.
- Isso é inevitável querida - passo meus lábios delicadamente por seu pescoço, ela arqueia as costas e geme em meu ouvido.
- Hero? - Khadijha aparece - Que porra é essa?
- Droga! - minha voz saí como um sussurro.
- Meu Deus e agora? - Josephine cochicha e se encolhe em meus braços.
- Estou esperando a porra de uma explicação - ela grita.
- Eu posso explicar - me afasto de Josephine.
- Josephine? - ela a encara surpresa - E eu que pensava que você era boba. De boba só tem a cara.
- Olha Khadijha as coisas não são bem assim ...- ela se apressa em dizer.
- Ah não? Então me explica como é? Tô muito curiosa - ela cruza os braços .
- Khadijha vamos conversar em outro lugar - eu me aproximo.
- Vamos conversar aqui - ela bate o pé.
- Não, em outro lugar ou não tem conversa. Não vamos dar nenhum tipo de show aqui - minha voz saí firme e ela concorda.
Ambos caminhamos em direção a saída da boate enquanto Josephine se recompõe.
Estamos quase no estacionamento, a música alta quase não dá pra ouvir daqui. Minha cabeça pensa em mil coisas pra dizer e me justificar, mas no fim das contas nada parece ser o suficiente.
- Que merda foi aquela Hero? - Khadijha para e me encara.
- Calma - tento suavizar a voz - Eu fui idiota, eu sei. Mas eu gosto dela. Não sei explicar. Temos algo muito forte, algo que me puxa pra ela. Eu prometi a mim mesmo que iria tirar ela da minha cabeça mas quando a vi eu não consegui manter minha promessa.
- Não justifica o que você fez - ela anda de um lado para o outro - Você me convidou, logo depois de falar que não queria que eu confundisse as coisas. Foi você e não eu Hero.
- Sim, eu sei - passo a mão pelo rosto - Eu só queria tirar ela da minha cabeça e você ... você é legal, temos várias coisas em comum. Pensei que pudesse funcionar.
- Eu não sou segunda opção de ninguém Hero - ela se aproxima e aponta o dedo em meu peito - Não ouse fazer isso comigo outra vez.
Se me procurar de novo, tenha certeza de que ela não é importante pra você, caso contrário. Pode esquecer.
- Me desculpa - abaixo a cabeça - Não pensei que estivesse levando a sério, pensei que fosse só tesão.
- Era Hero, ainda é - ela se afasta - Mas isso tudo - ela gesticula com as mãos - É problema de mais. Duas pessoas que se gostam e não conseguem se enteder. Definitivamente eu não quero fazer parte disso.
- Você está certa.
- Vou voltar lá pra dentro. Nada disso vai estragar minha noite - ela sorri e se afasta.
Respiro fundo e ascendo um cigarro.

Josephine

- E aí deu certo? - Dylan vem correndo até mim - Ele ficou com ciúmes?
- Certo? Deu tudo errado - levo as mãos ao rosto.
- O que houve? - ele parece preocupado.
- A gente se beijou.
- Isso é bom, não é?
- Não Dylan, porque ele estava com a Khadijha e pra piorar ela pegou a gente no flagra.
- Caramba - ele leva as mãos ao meu ombro em forma de consolo - Mas eles não estão em um relacionamento, estão?
- Eu acho que não - arregalo os olhos - Meu Deus eu realmente espero que não! - levo as mãos aos cabelos - O que eu estou fazendo? Eu não sou assim, eu não fico com caras que estão supostamente em um relacionamento. Eu não danço entre dois homens pra causar ciúmes em outro.
- Ei - Dylan me abraça - Fica calma - ele beija minha cabeça - O amor faz a gente agir de maneira estúpida as vezes.
- Eu não amo o Hero - o aperto contra meu corpo contendo as lágrimas - O fato dele ter saído comigo, quase me beijado e depois ter ficado com Khadijha me deixou com o orgulho ferido - o encaro - Isso deve explicar esse comportamento idiota.
- Jô - ele acaricia meu rosto - Por que mente pra você mesma? Sua pupila dilatada toda vez que o nome dele é mencionado. Você deveria aceitar o que sente por ele e vocês deveriam se entender porque ele claramente sente o mesmo.
- Não - me afasto bruscamente - Só estamos confundindo as coisas assim que as gravações terminarem o juízo volta pra minha cabeça.
- Jô...
- Não Dylan! - respiro fundo e solto o ar - Me leva daqui - Quase imploro.
- Tudo bem - ele passa o braço em volta do meu ombro e juntos saímos da boate.

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